O que há na floresta?

O encontro

 [Pov's Natsu]

Ser metade gato não é fácil, ainda mais porque sou muito solitário, também, enquanto vivo na floresta, as pessoas vivem em cidades, estamos no século XVII e pessoas como eu, são julgadas como monstros ou até demônios, sério, essas orelhas e rabo não deviam assustar ninguém, mas consigo entender, já que meus dentes e rosto meio cruel, fazem com que todos tenham essa impressão de mim.

Me espreguiço, levantando, vendo que o sol está começando a se pôr, mesmo grogue, me levanto, pegando meu short preto de sempre, um colete azul, junto com uma toalha, indo para o rio que fica atrás da minha casa. Muitos me criticariam, mas eu amo a noite e a escuridão que há nela, tem algo de cativante e misterioso; chego perto do lago, vendo como sou realmente e entendendo um pouco do porque de todos me odiarem.

Meu nome é Natsu e tenho cabelos róseos, aos quais chamam muita atenção, olhos ônix que expressam crueldade e um pouco de tristeza, um rosto fechado e por fim, as orelhas de gato pretas, as quais possuo desde que nasci. Minha mãe era uma bruxa e de alguma forma, graças ao meu pai, que era uma besta, eu as ganhei, assim como a super velocidade e força; sorrio com a lembrança dela, vendo meus caninos que mais parecem presas, deixo as coisas na margem e mergulho.

A água morna, quase fria, me acalma, afastando minhas preocupações, volto a superfície, sentindo minhas orelhas e rabo molhados, vou para a margem, ficando sentado ali, aproveitando a água, olhando para o céu, me perguntando como cheguei a esse ponto.

Quando menor, minha mãe cuidava com muito amor de mim, mas ela acabou sendo morta quando eu tinha apenas 6 seis por caçadores, que na minha opinião, são o pior tipo de ser humano que existe, a escória, se é que dá pra chamá-los de humanos! Suspiro, pois sei que o tempo não volta atrás, mas me lembrar dos dias em que não tinha de me preocupar com ninguém querendo me matar, quando ainda tinha uma família e uma casa, me dão um certo alívio, já que sei que muitos, nunca possuíram ou sequer sabem o que é o amor.

Mas não posso dizer muito sobre isso, já que depois que minha mãe se foi, acabei me tornando alguém muito cruel e que não se importa com os outros, não minto, já matei vários homens, para que estes não o fizessem comigo, só que como tenho a ideologia de não matar mulheres e nem crianças, acho que não sou tão ruim. Foi por causa disso que me apaixonei por aquela humana, Lisanna era seu nome, uma pessoa muito bondosa, que acreditava ser possível no futuro, as bestas, bruxas e todos outros seres considerados das trevas, poderem conviver em paz com os humanos.

Uma pena que ela nunca poderá ver isso, já que mesmo eu tentando salvá-la e protege-la dos humanos, nada adiantou, tanto que a mesma acabou sendo morta por uma flecha envenenada, a qual deveria ter me atingido, mas a mesma disse que não suportaria ver eu me machucar e não fazer nada, se colocou na minha frente. Suas últimas palavras foram para mim não ter raiva dos humanos, pois apesar de tudo, havia aqueles que queriam a paz, enquanto dizia que me amava e com essas palavras, ela partiu; a raiva me subiu a cabeça e acabei com todos aqueles que mataram minha amada.

Suspiro, saindo do lago e pondo minha roupa, olhando para as árvores, vendo algo se mexer, estranho, já que a maioria dos animais a essa hora dorme, olho mais atentamente, vendo algo preto, o qual parece me observar, mas assim que percebe que está sendo observado, sai em disparada. Como o curioso que sou, não perco tempo, indo atrás do que quer que seja aquilo, que por sinal é bem rápido, mas não tanto quanto eu!

[Pov's Lucy]

Meu nome é Lucy e tenho 16 anos, sou metade gata, tendo rabo, orelhas e cabelo loiros, possuo olhos achocolatados e um corpo curvilíneo, o que fez com que eu fosse sequestrada, virando uma concubina, além de ter que limpar o local e dançar para os homens horrendos que lá iam, e se eu fizesse algo errado, era torturada. Contudo, depois de ver minha melhor amiga, quase irmã, Juvia morrer diante de meus olhos por aqueles monstros, fugi e depois de vagar por vários dias, sobrevivendo do que encontrasse, mas sem machucar ninguém, até que dei de cara com aquele homem, que é metade gato assim como eu, o que me surpreendeu.

Nunca havia visto outro ser como eu, o que me deixou curiosa e então ele foi tomar banho, admito ele é lindo, acho que essa foi a primeira vez que apreciei a beleza de um homem, já que quando eu estava presa lá, mal via o rosto daqueles que possuíam meu corpo, mas nunca meu coração. Mas esse garoto de cabelos rosas realmente mexeu comigo, quando o vi, senti meu coração disparar e não consigo mais desviar o olhar, é como se algo me puxasse para ele, não sei explicar direito e acabei permanecendo ali.

Até que ele saiu do rio, se vestindo, nessa hora eu estava me preparando para tentar ir embora dali antes que ele me visse, mas acho que isso não funcionou, já que agora estou correndo como uma louca por essa floresta, me sentindo uma presa indefesa, sem que eu possa fazer nada para me salvar. Quando já estou bem longe e não escuto mais seus passos, paro, olhando para trás, não vendo ninguém o que me faz suspirar de alívio, me viro para ir embora, mas então algo me agarra e no segundo seguinte, minhas costas está grudada em uma árvore e alguém me segura firmemente, não me deixando fugir.

Continuo de olhos fechados, com medo do que posso encontrar, quer dizer, eu não cheguei tão longe e passei por tanta coisa, para morrer aqui de alguma forma qualquer. Contudo, sinto uma respiração em meu pescoço e alguém cheirando-o, essa pessoa da um beijo em meu colo, o que me faz suspirar involuntariamente, até que ouço uma voz, grossa e firme:

- Olhe pra mim! - aquilo não era um pedido e sim uma ordem, sendo assim, abri os olhos, sendo dominada por aquela voz poderosa, vendo o rosado me olhando ferrozmente - quem é você?