Mudança às vezes é algo necessário. Nem sempre é algo fácil de lidar, mas foi isso o que decidi para a minha vida. Minha mãe morreu quando eu tinha treze anos de idade. Meu pai se mandou assim que descobriu sobre a gravidez, nem tive chance de conhecê-lo. Morei com minha tia até a maioridade, ela era um verdadeiro amor de pessoa, mas a sua índole de morais e princípios não aprovavam meus comportamentos. Comecei a namorar com dezesseis, ele se chamava Troy. Achei que ficaríamos para sempre juntos porque ele simplesmente me completava, mas acho que eu não o completava, já que toda a nossa história de amor foi esquecida por ele enquanto uma garota o chupava na sala de estar do seu apartamento. Flagrar aquela cena foi demais, nenhum relacionamento sobreviveria a uma coisa assim. Pelo menos se a garota tem dignidade.
Minha vida em Beaufort na Carolina do Sul, simplesmente não estava mais dando certo. Desde que comecei a morar sozinha e a trabalhar, nada tem sido emocionante. Nada. Preciso recomeçar de novo, deixar o passado para trás e simplesmente seguir em frente. Noah está me ajudando. Vai me emprestar um dos seus milhares de apartamentos para que eu possa evitar o aluguel, sem contar que ele já me arrumou um trabalho em algum clube da cidade. Noah e eu nos conhecemos há uns três anos atrás, quando ele esteve em Beaufort olhando algumas propriedades para movimentar os seus incontáveis milhões. Eu era garçonete do Port Laker e depois de atendê-lo, lembro até que ele pediu um café expresso, estava no meu pior dia, acabei surtando com o meu chefe e mandando ele ir se ferrar. Gritei bem alto "Eu me demito" e saí furiosa e ferrada também, já que era o único emprego que conseguia em meses. Fiquei sentada em um banco um pouco mais afastado daquela lanchonete e Noah sentou-se ao meu lado e disse que tinha adorado a minha atitude, que meu chefe era um babaca que só queria me comer. Ficamos amigos desde então e uma vez ou outra ele ía Beaufort e passávamos o dia inteiro juntos. A amizade dele me fez muito bem. Ficávamos tomando sorvete em cima do capô do seu carro e analisando o bumbum de cada cara que passava. Foi aí que descobrir que ter um amigo gay era simplesmente a melhor coisa. Noah gostava de mim, principalmente pelo fato de que não o via como o cara milionário, simplesmente Noah.Estaciono o meu Mustang vermelho e saio de dentro dele. O dia hoje está bem ensolarado em Los Angeles. Por todo o caminho que percorri nessa área residencial, todas as casas e prédios são chiques e bem modernos. Estava de frente á um prédio enorme e o mais bonito da rua. Era nele que se encontrava o apartamento que Noah iria me emprestar. Ele tinha me dito que era um bem simples e que não precisava me preocupar com os custos do aluguel, que nem ía fazer diferença. Se isso é simples para ele, nem imagino o que ele deve considerar caro.
Abri o porta-mala e peguei a minha mala preta. Preto é a minha cor favorita. Noventa por cento das minhas roupas estão nessa cor. Quando entrei, fiquei maravilhada em como a recepção era bem organizada e muito bem estruturada. Não é possível que errei o prédio. Parecia a entrada de um verdadeiro palácio. Porra Noah. A recepcionista abriu um enorme sorriso, com os lábios vermelhos e dentes branquinhos.
— Olá, seja bem-vinda ao ClearMont. No que posso ajudá-la? — No seu crachá está escrito Susan. Sua voz parecia uma programação de computador.
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Essa Garota é o Caos
RomanceEla é do tipo durona. Ele é do tipo bad boy. Kristen Lawrence deixa a pequena cidade onde vive em Carolina do Sul e vai tentar a vida em Los Angeles com a ajuda do seu amigo gay e o milionário mais comentado da cidade, Noah Keller. No meio disso tud...