Reflections

We were too close to the stars

I never knew somebody like you, somebody

Era o primeiro dia de Lisa em Busan após meses sem aparecer. A faculdade cobrava muito de si e também sempre estava fazendo algumas sessões de fotos para alguns conhecidos em Seul. E a jovem não reclamava, sentia-se sortuda por cursar algo que sempre quis.

Mas, isso não quer dizer que não sentia saudade de sua querida Busan e principalmente de sua família. Sua mãe desde o começo das aulas fazia ligações cobrando uma a visita da fotógrafa e quando Lisa teve a oportunidade, a primeira coisa que fez assim que entrou de férias foi pegar o primeiro ônibus e partir em direção a sua eterna casa.

Casa...

Essa era uma palavra que sempre ecoava pelos pensamentos de Lisa. Casa era o que fazia com que ela se sentisse a salvo, sempre foi sua família e suas amigas. Mas, costumava ser outro alguém especial.

E mesmo depois de anos, esse alguém predominava nos pensamentos de Lisa. Ela sentia que não sabia como o esquecer, mesmo que tanto tempo tivesse passado desde a última vez que viu seus reflexos dentro daqueles olhos que tanto amava.

Aqueles olhos que costumavam ser a casa para o coração daquele que ela tanto amou.

Lisa tirou a última fotografia da praia de Busan e percebeu que deveria ir embora. A noite já estava chegando, aquela praia trazia muitos sentimentos a tona e que por muito tempo ela tentou esconder dentro de seu coração.

Quando chegou, seu padrasto estava preparando uma de suas comidas preferidas e isso fez com que ela se sentisse bem. E calma. Aquele cheiro de molho se espalhando pela casa a lembrava de seus dias antes de ir para Seul atrás de seus sonhos.

– Acho que vou marcar alguma coisa com as meninas amanhã. – Lisa comentou com sua mãe enquanto lavava a louça do jantar e a mais velha abriu um sorriso. – Faz tanto tempo, nunca pensei que quando ficasse mais velha surgiram tantas responsabilidades.

Sua mãe riu pela careta que Lisa fez no final da fala.

– E no meio dessas responsabilidades... – Senhora Manoban começou colocando um pouco de água em seu copo. – Nunca surgiu alguém?

Lisa riu entendendo aonde sua mãe queria chegar.

– Como eu disse, tenho muitas responsabilidades. – Falou rindo e sua mãe a acompanhou. – E no momento, não sinto falta de alguém.

– Eu acho que você deveria seguir em frente. – Sua mãe disse fazendo Lisa olhar para trás confusa. – Ainda acho que você está presa ao...

– Mãe. – Lisa a interrompeu. – Não estou presa a ele. E você sabe que meu último relacionamento não foi lá das melhores coisas, no momento quero focar em mim mesma.

A Senhora Manoban colocou seu copo de água em cima do balcão e se aproximou da sua filha mais nova pegando em sua mão sem se importar em estar molhada devido a louça. Abriu um sorriso doce.

– Não tem problema você sentir falta dele, você sabe disso... não é? – Ela perguntou olhando dentro dos olhos da filha.

Lisa respirou fundo.

– Só que é perda de tempo. – Foi apenas o que Lisa disse.

Não queria se sentir idiota. Tanto tempo havia passado.

– A senhora precisa de ajuda com mais alguma coisa? – Lisa perguntou e sua mãe apenas se limitou em balançar a cabeça negativamente. – Okay, irei tomar banho. A gente pode assistir uma coisa juntas depois.