Shouto Todoroki encarou, pela talvez, milésima vez, a janela de seu apartamento. Nos bares da esquina, pôde ver as pessoas, vestidas de branco, rindo e festejando, enquanto aguardavam a chegada da meia-noite. Alguns sustentavam taças, cheias com bebidas alcoólicas. Champanhe, talvez? Provavelmente. O céu estava limpo, sem nenhuma nuvem, e recheado de estrelas.
Observou alguns grupos, do que pareciam amigos. Não eram muito velhos, na verdade, era meio difícil ver de longe, mas aparentavam ter uns dezessete, ou até dezoito anos. Eles pareciam ter uma ótima relação, algo bem bonito de se ver. Quase que imediatamente, o jovem se lembrou de seus amigos, principalmente, de um certo garoto de cabelos verdes. Pensando no garoto, um pequeno sorriso escapou-lhe os lábios, e junto à ele, vieram os arrependimentos, por não ter saído de casa, para se encontrar com os outros.
Shouto não era de ter arrependimentos, tanto que logo se esqueceu disso. Não deve ter durado nem um minuto, mas, durante esse tempo, a ideia de "ir ao encontro", entupiu sua mente. E com isso, algumas teorias e possibilidades surgiram, mesmo que involuntariamente. Suspirou, para tentar desviar dessas teorias, afinal, não era como se estivesse tão interessado nelas.
Perdão, acho que acabei mentindo; Todoroki não as ignorou por "não estar interessado", creio eu que seja por uma certa pessoa. E com "uma certa pessoa", quero dizer, Izuku Midoriya.
Não estou insinuando que, Shouto não goste dele; não, muito pelo o contrário. O jovem adorava o amigo, de verdade. Ainda penso que, a palavra "adorava", é pouco para descrever o verdadeiro sentimento, cujo Todoroki sentia pelo o outro. A palavra ideal seria.......acho que, uma do verbo amar? Sim, exatamente. Ele amava Midoriya, e não era um amor de amigo, era amor mesmo, daqueles que causam borboletas no estômago.
Ultimamente, sempre que o esverdeado estava por perto, o "meio albino" sentia as famosas borboletas. Chegava, até mesmo, à "travar mentalmente", como quando travamos e gaguejamos, mas diferente de uma travada normal, esta era apenas psicológica, e podia ser controlada. Além disso, cada conversa, por mínima que fosse, com Izuku, já era o suficiente para animá-lo. Cada gesto que Midoriya fazia, era observado, admirado, por Shouto. Falando assim, parece até que nosso protagonista, está "viciado" em seu amigo/paixão. Mas bem, quem sou eu para negar isso?
Desviou o olhar da janela, voltando-o para a pequena televisão, que estava presa à parede. Passava um programa ao vivo, sobre o "evento" anual. Todoroki não se importou nada, com o que era transmitido, apenas havia ligado a tevê, para não ficar silencioso em seu apartamento. O jovem não gostava muito do silêncio, embora ele contribuísse muito para o mesmo.
Passeou seus olhos, lenta e cuidadosamente, pela casa. O olhar atento a cada detalhe, determinado em não deixar nada passar. Shouto gostava de observar as coisas e pessoas, sempre que possível. Combinava com sua personalidade, um cara fechado, calado, que raramente fala e que gosta de analisar os outros.
Já tinha feito uma análise de cada um dos colegas; Bakugou, Kirishima, Kaminari, etc. Mas, de todos que já analisou, de longe, Midoriya foi o que mais o encantara. Shouto sempre gostou de pessoas daquele tipo; amigáveis, amáveis e determinadas. Deixando os colegas de lado, focando novamente na casa, atualmente, o olhar do garoto pouso sobre o relógio de parede.
Exatamente onze e cinquenta minutos, obviamente, dez minutos restavam para o fim de dois mil e dezoito, e o início de dois mil e dezenove. Shouto refletiu um pouco sobre como fora seu ano, tanto na vida escolar, quanto na vida social. Faz dois anos desde que entrou para a faculdade mais prestigiada, a "U.A. Academy", e também, dois anos que conhecia o pessoal da sua turma; pessoas que sem dúvida, levaria para a vida toda.
Sua reflexão fora interrompida, por batidas na porta de madeira. Por alguns momentos, Shouto ficou sem reação, largado no sofá. Não esperava por ninguém, e realmente não esperava que alguém aparecesse. Por consequência, ficou uns bons segundos travado, pensando se não era sua cabeça lhe pregando uma peça.
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Palavras não são necessárias (Tododeku)
FanfictionTodoroki iria, mais uma vez, passar uma virada de ano sozinho. Os amigos até haviam o chamado, para passarem juntos; entretanto, o jovem não se sentia muito motivado, nem com muita vontade para isso. Mas, o quê Shouto não esperava, era a visita ines...