Segundo dia.

56 6 0
                                    

Ethan Akhinory Potters. Meu Nome completo, completamente esquisito. Sim, devido aos meus pais serem de dois polos extremos, sou um bastardo. Meio americano e meio japonês, mas não tenho olhos puxados, herdei de minha mãe apenas a coloração do cabelo.
Infelizmente nem meu pai e nem minha mãe estão mais comigo.
Eles morreram quando eu tinha cinco anos, minha irmãzinha também morreu, pois minha mãe estava grávida. Foi em um acidente de carro, um dia antes do meu aniversário. Eles estavam indo buscar as decorações da festa, que seria para mim. Desde então, moro com minha avó e minha prima, ela tem quatro anos. Sempre saio com ela, pois sua mãe a abandonou assim que ela nasceu, então eu tento ser o melhor onii-chan possível. Amo tanto ela.
O nome de minha vó é Martha Akhinory e o nome da minha prima é Yuri Akhinory, ela não tem sobrenome pois os pais não a registraram.

- Cheguei! - Yuri corre me abraçar, ela é linda - Olá Yu.

- Onii-chan! - Ela grita, minha vó aparece. Sorrindo como sempre, ela me abraça também:

- Você não viu a cerimônia de abertura, não é mesmo? - Faço que não com a cabeça - Sua mãe amava ver, ela ia todo ano, por que você não consegue?

- Eu não me sinto bem olhando toda aquela coisa falsa.

- Sempre frio Ethan. Espero que você nunca se sinta mal por não ter feito alguma coisa por alguém. - "Palavras duras mas verdadeiras. Eu sei vovó, pena que aprendi tarde demais":

- Tudo bem vovó, você já disse isso. - Ela vai para a cozinha, Yu fica comigo:

- Onii-chan o que vamos fazer hoje?

- Estou um pouco cansado, então vamos ficar em casa, mas talvez amanhã a gente saia. Pode ser?

- Ah onii-chan, pode..... - Ela faz beicinho, eu a pego no colo e a abraço fortemente. Depois ela volta para a sala, eu vou para o meu quarto, me troco e vou tomar café. Já eram cinco horas da tarde, daqui a pouco o sol ia se pôr.
Eu gostava de ver o pôr do sol da janela do meu quarto.

Eu me deitei um pouco, estava muito cansado. Acordei assustado com o barulho do meu celular:

- Olá Akinhory.....- Uma ligação de um número desconhecido, mas a voz até era familiar:

- Olá, quem é? - Ouço um suspiro:

- Sou eu.... Mei. - Ahhh, como conseguiu meu número? Poxa vida! - V-Você deixou seu lenço comigo...

- Você me ligou por causa de um lenço?

- N-Não, eu não gosto de ficar com as coisas dos outros..... Irei lavar ele e te entrego assim que secar!

- Ok, mas por que não me avisou isso na escola? Amanhã você podia ter me falado.

- Mas você não fala comigo na escola... desculpe por incomodar você.

- Sem essa Mei! Para de pensar nisso. Mas ok. Quer falar mais alguma coisa?

- No momento não. - Eu estava prestes a desligar e - Bem! Não esqueça de salvar meu número. Ok?

- Ok, até amanhã.

- Ah espere, amanhã você quer ir comigo? - Eu dou uma risada:

- Pode ser, mas eu saio de casa as sete em ponto! Não se atrase, pois não vou ficar te esperando.

- O-Ok, obrigada, até. - Ela desliga. Eu jogo o celular na cama, mas minha cabeça começa a fritar.... por que esse interesse em mim? Por que essa vontade de falar comigo?.... Eu sou tão chato e superficial, não tenho nada a oferecer. Ela tinha que querer a atenção de Kyan, assim como qualquer outra garota nova da escola. Não posso te amar Mei, não sei como. Não quero também, desculpe.
Ouço um toc toc toc:

- Onii-chan, o jantar está pronto!

- Não tenho fome Yu, obrigado. - Ela me olha friamente:

- Vai morrer de fome assim. - Dou risada e ela sai. Yuri e minha vó são as únicas pessoas que sou capaz de amar de verdade, elas são tudo para mim!
Tenho medo de perde-las mais que qualquer coisa, por isso não podia amar mais ninguém.

Eu me deitei, afinal amanhã teria aula novamente e eu tinha uma "companhia" para despistar.... duvido que ela vai chegar na hora certa, mas vou preparado.

PRIM, PRIM, PRIM, PRIM, PRIM [...]
O alarme tocou, parece que nem dormi. Passou voando, mas já devo levantar.
Me arrumo e vou para a cozinha, a vovó ainda não acordou, então eu devo fazer o café da manhã. Me apresso em sair.
Chego na estação as sete, como sempre, sem atrasos..... Mas para minha (in)felicidade Mei já estava lá, eu a vejo... ela é realmente bonita. "Não, pera! Pode parar Ethan", eu sigo até ela e:

- O-Ohayo. - Ela fica vermelha e eu sorrio:

- Ohayo Mei. - Eu aponto para o telão onde aparecem os horários do trem, o nosso já estava partindo. Corremos até ele, por pouco conseguimos. Havia um lugar, apenas um. - Sente ali Mei.

- Estou bem assim, obrigada. - Ela sorri, ok. - Você não ficou zangado, né?

- Pelo que?

- Por eu ter te ligado ontem.... Bem, eu peguei seu número com a Azumi... - Ela tem meu número? Como assim? - Po-Posso perguntar uma coisa?

- Sim... - Ela se contorce um pouco e respira fundo:

- Você, hum, gosta de alguém? - Engulo em seco, fiquei espantado com a pergunta dela, mas eu tinha que manter meu controle:

- Não, não estou gostando de ninguém. - Ela me encara brevemente:

- A-Ah, que bom então. - É isso? Você só quer saber se eu gosto de alguém?:

- Mas, por que a pergunta Mashiroya? - Ops esqueci que tenho que chama-la de Mei:

- Oh, é que... a Azu-chan me disse que você gostava dela. - O que? Eu engasgo agora, ela ri:

- Não, Senhor!! Da onde vocês tiram essas coisas? Ela que se confessou para mim uma vez, mas eu não gostava dela então a rejeitei....- Era isso que queria saber? Dou risada. - De certa forma ela é irmã do meu "amigo".

- Mas ela é bonita, né? Digo, ela é desejada no colégio.

- Algumas coisas não valem o meu tempo Mei! A Ueda é uma dessas coisas, sim ela é bonita, mas não vale a pena.

- Desc-Desculpe Akhinory! - Ela fica meio triste - Eu só queria saber se você gostava mesmo dela.... Mas já que não gosta, tudo bem.

- Por que esse interesse em mim? - Tive de perguntar - O que você espera de mim?

- E-Eu.... Não é que.... Ah desisto. - Ela se contorce um pouco. - Você se apaixonaria por mim? - Q-Que??? Mei, você é bem direta! Me deixa sem palavras:

- Bem, eu não quero me apaixonar. - Ela murcha - Mas quem sabe um dia, lá na frente. Talvez eu posso tentar.... preciso estudar primeiro, ter um bom emprego.

- Então, sim? - Ela me olha esperançosa:

- Digamos que sim, eu me apaixonaria por você sim! - Eu falei isso? Eu realmente falei isso?:

- Isso me deixa muito feliz! - Ela dá um grande sorriso. "Eu me sinto culpado, pois eu menti para ela. Não fui capaz de ama-la o suficiente... Não consegui sastifazer suas expectativas sobre nós, muito menos consegui mante-la viva!":

- Que bom Mashi... Mei.

Nós chegamos na escola, consigo até ouvir as pessoas cochicharem sobre isso.....
Não há com o que se preocupar.
Eu vou para a sala e Mei vai conversar com as meninas. Nada de diferente aconteceu hoje, como sempre almocei sozinho na sala... e na hora de ir embora Mei não foi junto, o que achei estranho porém bom. Ela deve ter ido com as meninas, assim eu volto para minha casa... a semana corre rápido e nem falei muito com a Mei, apenas bom dia e até mais.
Talvez seja melhor assim.

Aquela Flor.Onde histórias criam vida. Descubra agora