Cap 10

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Maçã e canela, este era o novo sabor favorito do loiro, o gosto que provou a pouco jamais sairia da sua boca, assim como o perfume de mesmo odor que emanava da pele morena nunca sairia de suas fossas nasais. Contudo, ainda era estranho beijar Regina, depois não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, somente olhava no par de âmbars que estava a sua frente, completamente estático, como um garoto que acabava de beijar a garota mais linda da escola e não acreditava. Era isso que o loiro se tornava, um garoto nos braços dela.

--Locksley... --A morena pronunciou desconcertada pelo olhar constante do homem sobre ela, Regina mordeu o lábio inferior colocando uma mecha de seus cabelos negros atrás da orelha sentindo como os fios voltavam a cair imediatamente. O pintor observou enternecido e colocou a mecha de volta atrás de sua orelha observando o brinco sutil de rubi e acariciando de leve a pele do delicado rosto.
O momento foi interrompido pelo som berrante do celular da morena que assustou a ambos, mas logo o casal riu da situação. Robin sentou-se e admirou a mulher agora séria que falava ao telefone, analisou cada expressão, como quando ela mordia o lábio ou torcia as sobrancelhas e enrugava o nariz parecendo preocupada, mas o que fazia o loiro suspirar era o modo como acariciava a curva do pescoço inconscientemente.

--Estou indo, não faça nada sem minha permissão. --Regina desligou e voltou seu olhar para o loiro, ela tinha um problema para resolver, mas não queria deixar Robin.

--Acho que essa é a minha deixa, imagino que tenha algum problema para resolver. --O pintor pegou o celular que estava sobre a mesa e se aproximou da morena. --Sabe se o hotel consegue um táxi para mim?

--Na verdade, eu... --Regina fez uma pausa e segurou nos braços do homem subindo em uma caricia até os ombros dele. --Estava pensando se você quer me acompanhar... e depois talvez fazer outra coisa.

--Será um prazer Milady, mas não tem problema eu estar de bermuda? --O pouco que Robin sabia sobre as empresas da morena era o suficiente para saber o quanto o ambiente era sofisticado e sério.

--Normalmente... eu haveria te expulsado da minha empresa, e os outros também fariam o mesmo, mas o presente que me deu ontem e o beijo de hoje... comoveram meu coração, então eu vou permitir, e contando que o presidente desta filial fez uma grande burrada, não acho que ele vai implicar com o acompanhante da chefe dele.

--Então meus beijos te comoveram? --O loiro sorriu insinuante, o que surpreendeu a si tanto quando a morena, não costumava ser ousado com as mulheres com as quais saía, pelo contrário, respeitava demais todas elas e sentia-se incômodo quando alguma tentava algo mais que um beijo.

--Escutou apenas isso? Hahahahahaha. --Regina riu apertando sem perceber o ombro do loiro.

--Huhum... --Robin não tinha escutado mais nada, apenas prestava atenção nos lábios pintados de vermelho sangue. O que fez o pintor se aproximar olhando fundo nos olhos dela, até que a morena fechou as pálpebras e separou os lábios. --Eu vou...

--Eu sei... faça. --O dono das orbes azuis não esperou mais nem um segundo e juntou seus lábios aos dela provando mais uma vez do sabor peculiar que tanto o encantava. Regina abriu ainda mais os lábios exigindo o encontro de sua língua com a do loiro, Robin não êxitou em atender o pedido silencioso da mulher promovendo o encontro tão esperado e apertando mais suas mãos na cintura fina. A morena aprofundou ainda mais o beijo envolvendo o pescoço do homem com os braços, foi o estopim para o loiro perder a conduta, suas mãos agarraram as coxas firmes da mulher levantando a morena e colocando ela sobre a mesa sem deixar de beijar sua boca. Regina começou a subir a camisa do loiro, mas a intensidade se foi com o soar do toque específico que indicava que a pequena Lia estava com saudades do pai.

--É a Lia... --O pintor rompeu o beijo encostando a testa na dela enquanto tentava controlar a respiração.

--Eu vou... pegar minha bolsa para a gente ir. --Regina desceu da mesa arrumando os cabelos e a blusa do loiro, ela sorriu e entrou no quarto fechando a porta e ouvindo como o pintor falava com sua filha. A morena sentia-se quente como o inferno, amaldiçoava os hormônios em seu corpo, Regina se olhou no espelho e viu o quanto estava corada. --Regina, controle-se! Estava mesmo pensando em transar em cima da mesa com um homem que mal conhece? Não mesmo. Ela ficou um tempo controlando a respiração, retocou o batom e saiu do quarto com a bolsa.

ENCONTRO ARRANJADOOnde histórias criam vida. Descubra agora