One Shot I

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GEUMCHEON, GASAN || YANG SEOHA || 05:21AM

O despertador soou como sempre ressoava habitualmente. A mesma melodia, um pouco mais cedo do que o usual. Como o habitual, eu deveria desligar o aparelho mal humorada, mas naquela manhã foi diferente. Aquele era um dia diferente. Eu esfreguei as pálpebras enquanto assentava-me sobre o colchão e erguia os braços sobre a cabeça, espreguiçando-me enquanto bocejava preguiçosamente.

Peguei um travesseiro, vendo o horário pela ligeira brecha entre as pálpebras entreabertas. Eu as sentia pesadas e ademais, o fulgor do ambiente tornava tal tarefa mais penosa. Meu corpo lânguido custava a mover-se. Quando me levantei, arrastei-me rumo ao banheiro e fiz as minhas necessidades diárias. Assim que terminei, escovei os dentes e lavei o rosto para ver se aquilo me ajudava a dispersar o sono.

Ainda de pijama, eu desloquei-me do quarto, encaminhando-me rumo à para a cozinha. Minha mãe ainda estava terminando de preparar o café da manhã.

— Bom dia, Taehee.

Deveria ter despertado um pouco mais cedo para que pudesse me ver antes que eu fosse embora. Seu sorriso era a tentativa de exalar um pouco mais de entusiasmo no ambiente.

— Bom dia, eommani. – disse com a voz embargada e com as mãos no rosto.

— Animada para o dia de hoje? – questionou, mirando-me oblíqua.

— Acho que sim. – eu disse enquanto assentava-me em uma cadeira.

Bem, aquele era realmente um dia diferente. Eu me mudaria temporariamente – ou talvez definitivamente – para minha cidade natal, em Daegu. Eu sempre morei com minha mãe e muito escassamente via meu pai. Eles eram divorciados e ele vivia trabalhando. Eu nasci e morei anos em Daegu, onde ela conheceu o eventual marido. Eles se casaram e nos mudamos para Geumcheon, onde nos estabelecemos definitivamente.

Tínhamos uma boa vida em Seul, mas eu ainda sentia saudades dos meus antigos amigos de Daegu, com quem eu ainda conversava por computador e mensagens e ocasionalmente, visitava. Alguns deles cursariam na mesma faculdade que eu e tal fato me deixava ainda mais ansiosa e entusiasmada.

— Suas malas já estão todas prontas? – indagou minha mãe, tirando-me de meus pensamentos.

— Sim. Desde de ontem. – rebati enquanto bebericava uma caneca de café.

Minha mãe era daquelas um tanto sufocantes, que protegiam as crias do mundo até onde podiam. Eu sempre almejei a minha maioridade e quando fiz os meus 18 anos, mesmo sendo "nova", decidi fazer faculdade fora de Seul e começar a caminhar com as minhas próprias pernas. No caso, minha mãe detestou a ideia, mas me apoiou. Suas razões era viáveis, visto que ficaríamos distantes e nos veríamos menos frequentemente.

No fundo, eu sabia que minha mãe meio que recusava-se a aceitar que a sua "pequena garotinha" – como ela ainda denominava-me ocasionalmente – estava crescida e era praticamente uma mulher madura. O Yoonhun adentrou na cozinha. Ele era marido de longos anos de minha mãe e consequentemente meu padrasto. Podia dizer que nos dávamos bem. Convivíamos juntos desde que eu tinha uns 8 anos de idade.

Ou seja, ele foi praticamente como um pai para mim. Ao meu ver, ele era um bom marido e parecia amar sua esposa. E eu também gostava dele. Vendo daquela maneira, aquela poderia ser uma razão coesa para nunca termos tido desavenças.

— Bom dia. – cumprimentei-o ainda deveras sonolenta.

— Bom dia. Ansiosa para voltar para Daegu? – questionou assentando-se e se servindo de uma xícara de café.

— Um pouco. – naquele instante, repentinamente, o telefone da sala tocou.

Minha mãe encaminhou-se até o cômodo para atender. De onde estava, não pude escutar nitidamente o assunto da conversa, mas pude ouvir falas como "como assim, uma viagem em Pequim?""você vai se mudar?" e "mas e a Taehee?", e ao ouvir o meu nome, confesso que comecei a me preocupar intimamente. Mas acreditei se tratar de um desvario fruto da minha mente ainda dispersa.

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⏰ Last updated: Oct 29, 2019 ⏰

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