William POV
No dia seguinte, cheguei na Casa por volta das 21h, quando uma música agradável e sensual tocava não muito alto, proporcionando o ambiente caloroso que eu procurava sempre que ia lá. Passei por alguns casais que já aproveitavam a noite, sem o menor pudor, enquanto se atracavam nos cantos, finalmente chegando no bar e pedindo minha já habitual dose de whisky.
Olhei em volta procurando um rosto conhecido, e depois de algum tempo, quando não pude achá- lo, relaxei um pouco. Maite não deveria estar naquele ambiente, porque se estivesse, os homens presentes achariam que ela estava livre. E ela não estava, porque eu providenciei isso. Muito bem providenciado.
Olá, querido.
Virei-me e encarei Elizabeth, com um sorriso um pouco forçado.
Olá.
Maite está no quarto dela, se você a está procurando.
Imaginei que ela estivesse lá - Respondi, dando um último gole em minha bebida e agradecendo a menina do bar que veio retirar o copo.
William - Elizabeth segurou levemente meu braço, me olhando com mais significado do que o normal. O sorriso forçado não estava mais em seu rosto.
Posso te dar um conselho?
Sim? - Falei, um pouco surpreso com a intensidade de sua atitude.
Tome cuidado.
Fitei-a por algum tempo, sem entender muito bem o que aquilo significava. Como se ela pudesse ler meus pensamentos, completou.
Não a torne muito especial.
Ainda não entendia muito bem o motivo daquilo, mas mesmo assim senti a necessidade de me defender.
Não estou tornando-a especial.
Não seja bobo. É óbvio que está.
Ela é uma boa amiga.
Elizabeth me observou, sem falar nada. Depois de segundos, voltando do que parecia uma análise interna sobre mim, ela tornou a falar, se afastando logo em seguida.
É um conselho, meu caro.
Fiquei imóvel, vendo-a caminhar para longe de mim, enquanto voltava a sorrir para alguns dos homens que brincavam com ela.Fiquei pensando em que ocasião manter uma amizade com uma das garotas da Casa prejudicaria alguém. Não seria o caso para mim, já que eu realmente gostava da companhia dela. Não seria o caso de Maite, porque, até onde eu sabia, ela também gostava de minha companhia, se eu fosse tomar suas próprias palavras como indicação disso. Também não seria o caso de Elizabeth, porque nada do que se passava entre nós atrapalharia seus negócios.
Caminhei para as escadas que davam para o corredor dos quartos das meninas, enquanto ainda tentava entender o "conselho" que Elizabeth acabara de me dar. Não sei o quanto aquilo tudo afetava a ela, mas eu esperava que não afetasse o suficiente para que ela se sentisse no direito de interferir no relacionamento que Maite e eu tínhamos agora. Se ela tentasse fazer isso, nós teríamos problemas.
Cheguei à porta de seu quarto e bati, esperando por uma resposta. Uma voz abafada saiu de lá de dentro, me pedindo para que entrasse, então o fiz.
Maite estava sentada na cama, com as costas apoiadas na cabeceira, segurando um livro agora fechado que eu identifiquei como sendo o mesmo livro que ela estava lendo há algum tempo. Vestia um short vermelho confortável e um moleton preto, tão grande nela que parecia pertencer a alguém três vezes maior.
Ela me encarou com um sorriso largo e verdadeiro, tão lindo que eu tive que retribuí-lo.
Olá - Comecei, fechando a porta atrás de mim e caminhando até ela. - Desculpa interromper sua leitura.
Ah, tudo bem. Eu estou lendo o dia inteiro, é bom parar de vez em quando.
Ela colocou o livro em cima do criado mudo ao seu lado, voltando para mim ainda com aquele sorriso. Não consegui desprender os olhos dela, ficando em silêncio por algum tempo enquanto admirava a luz que sua aparente alegria conseguia emanar.
Está contente? - Consegui dizer, saindo um pouco do transe e indo me sentar ao seu lado na cama de casal, depois de tirar os sapatos.
Ah, você não sabe como é bom não ter que descer.Sorri por saber que ela estava mesmo feliz, e me senti bem em saber que fora meu ato que havia feito com que ela pudesse dar aquele sorriso.
Caramba, você fica mesmo mais bonita sorrindo - Eu disse, enquanto tentava afrouxar e tirar minha gravata sem desfazer o nó.
Bom, eu tenho motivos pra ficar contente. Quer que eu te ajude?
Sem esperar pela minha resposta, ela já me ajudava a afrouxar mais a gravata, e meu instinto achou melhor agir imediatamente.
Não senhora. Eu sei bem o que as suas mãos e essa sua carinha de inocente são capazes de fazer - Falei em tom de brincadeira, enquanto afastava suas mãos de mim.
Ei, só estou sendo gentil! - Ela falou, fingindo estar magoada.
Seja gentil sem encostar em mim, sua provocadorazinha.
Maite fez uma careta e cruzou os braços no peito, ainda sorrindo.
Então, o que pretende fazer comigo essa noite, bonitão?
Podemos fazer uma infinidade de coisas. Por exemplo, estudar a Revolução Russa.
Ela riu, uma pequena gargalhada, e o som levemente rouco e fofo fez com que eu sorrisse de novo. Eu tinha que me lembrar de deixá-la alegre com mais freqüência, porque sua alegria era adorável.
Você é algum tipo de historiador?
Não. Sou diretor de uma empresa de publicidade.
Bacana. - Ela disse, sem muito entusiasmo.
É bem chato, pra dizer a verdade. Tudo que eu faço é seguir as ordens da minha secretária.
Ela pareceu confusa.
Você é o chefe e segue as ordens da secretária?
Ela entende da coisa muito melhor que eu. Eu só estou lá pra assinar papéis. Meu nome tem peso, já que eu sou o filho do dono das Empresas de Publicidade Levy.
Maite me encarava com os olhos atentos e a boca levemente aberta em um "o" quase perfeito, parecendo um peixinho fora d'água. Me segurei para não rir de sua expressão engraçada.
É por isso que você tem dinheiro.
É.
Deve ser bom ser rico. - Ela falou com um suspiro, tirando os olhos de mim e voltando-se para frente. - Ser importante, morar bem, ter tudo o que quiser...
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RomanceWilliam Levy é um homem de negócios, embora não saiba nem do que se tratam os contratos que assina. Maite Perroni é uma prostituta de luxo, que odeia levar esse tipo de vida, pois tem princípios. Como havia de ser, os dois se encontram. E, como havi...