Capítulo único: Pãezinhos recheados de amor

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Haviam poucas coisas que tiravam Na Jaemin do sério em sua vida, era um garoto extremamente paciente e que prefere sentar e conversar com as pessoas ao invés de brigar com todo mundo, ele se orgulhava muito desse aspecto, pois evitava climas tensos entre seus companheiros de grupo, que dividiam o dormitório para facilitar suas vidas movimentadas.

Existia, porém, algo que Na considerava como sendo o seu maior ponto fraco, a linha tênue entre amizade e ódio. Algo que nunca, jamais, em hipótese alguma, deveria ser tomado de si: seus pãezinhos recheados.

Todos ali tinham plena consciência disso e temiam por suas vidas o suficiente para não comerem nenhuma migalha daquela massa fofinha ou do creme de baunilha que era envolvida pela mistura de trigo. Não é como se Jaemin fosse amedrontador ou coisa do tipo, apenas era irritante ‘pra caramba quando estava irritado e isso era motivo o suficiente para manter seus pães a salvo.

Dito isto, vocês devem estar se perguntando o motivo dessa explicação sobre o amor, nada estranho, de Jaemin por pães recheados. Lhes direi agora mesmo, caro leitor apressadinho.

Em uma manhã pacata, onde os pássaros cantavam e o sol brilhava em um puro cinismo enquanto nós, meros mortais, queimavamos sem piedade, Jaemin acordou com seu típico bom humor de comercial de manteiga, irritando a todos os outros meninos que não tiveram a mesma sorte. “Afinal, quem acorda feliz em plenas nove da madrugada?”, reclamava Chenle, recebendo a mesma resposta de Jisung todas as manhãs: “Psicopatas, óbvio!

Tudo ocorria na mais perfeita paz, Donghyuck estava brigando pelo controle remoto e Renjun o ameaçava bater com o objeto caso não o entregasse, Chenle e Jisung discutiam para saber o que era melhor: 'Pokémon' ou 'Digimon', e Jeno vasculhava algo na geladeira.

Nada fora do comum.

Nosso herói andou em passos leves até o banheiro, já que sempre era o último a usar o cômodo para evitar brigas, pegou sua escova de dentes vermelha e fez um favor a si mesmo de acabar com aquele hálito matinal.

Com o cantinho da boca ainda meio sujinho de pasta branca, foi todo serelepe até a cozinha. Abriu a geladeira, procurou com atenção pelo pacote e, quando o achou, estava vazio.

Vazio.

Sua mente começou a trabalhar a todo vapor, tentando criar teorias sobre o desaparecimento de seus preciosos pães. Não podiam ter, simplesmente, acabado assim de uma hora ‘pra outra. Havia comprado este pacote ontem mesmo, na intenção de os aproveitar em seu tão esperado dia de folga; que era hoje!

— Quem foi? ㅡ a voz meio raivosa foi ouvida, alertando os demais garotos de que algo não estava certo ali. ㅡ Qual de vocês, pestinhas, comeu os meus pães?

Assim que o motivo de tamanha fúria fora revelado, todos pararam de prestar a atenção no de cabelos róseos e voltaram a suas atividades normais. O único que pareceu, realmente, se importar com todo aquele drama foi o Jeno.

— Você não comeu ontem, hyung? ㅡ sentiu as mãos do Lee afagando-o o ombro, o tom de voz preocupado tirando um sorriso do menor. ㅡ Você pode ter se esquecido disso.

— É, pode ter sido isso mesmo… ㅡ por mais que soubesse não ser isso, não quis insistir. Não adiantaria fazer cena agora, esperaria sua preguiça passar e iria comprar mais depois.

Notando o desânimo incomum no menino, Jeno o abraça apertado por algum tempinho, tentando fazer com que o outro se anime mais. Após isso, se afastou do Na gradualmente e foi em direção ao seu próprio quarto em silêncio, deixando o mais velho desfrutar de sua fossa em frente a geladeira aberta.

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