freckles.

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1914/12/25

Naquele dia nublado e denso, tempo úmido, vi você, uma das pessoas que sorria naquele único dia sem morte e sem sangue, no dia que agora menos ainda, para mim, as armas não importavam, a guerra também não, a única coisa que me importava, era saber o seu nome e o gosto que seu lábios tinham.

Segurando um dos presentes que um dos inimigos trouxeram, ele sorria, pela cor de seu uniforme sei que ele não é inimigo, parece-me muito novo.

- Olá, como se chama? - minto vomo se nunca o tivesse visto.

- Felix Lee, e você? - ele se virou para me olhar com um sorriso simpático.

- Christopher Bang, engraçado, somos do mesmo batalhão e nunca te vi em nenhum lugar. - minto novamente.

- Geralmente, ninguém me conhece ou me vê, sou da parte de enfermagem, bom, pelo menos era, eles me colocaram para ir á guerra pois muitos morreram.

- Que covardia fazer isso com uma pessoa que nem você - Vi Felix arquear sua sobrancelha. - O que?

- Acha que não sou capaz?

- Jamais, acredito que deveriam ter mais piedade, você é tão belo, vai acabar tirando o foco dos inimigos.

- Oh, você me acha bonito? - as bochechas estreladas tomaram um tom mais rosado.

- Não, na verdade, te acho mais do que bonito, se me permite dizer. Você é incrivelmente lindo, chega até ser impressionante.

- Ninguém nunca disse algo tão bonito assim para mim.

- Não minta, uma pessoa com o nível de beleza como o seu, deve ser até difícil conviver em sociedade.

- Não minto, como disse, minha existência é quase imperceptível, nem sequer sei como é ser bonito como você me descreve. - ele abaixa a cabeça.

- Sabe sim, oras, nunca olhou no espelho? - segurei sua mão.

- Não sou muito de olhar para eles, hum, não quero lhe ofender, mas você, gosta de homens?

- O que acha? - olhei-o sugestivo.

- Acho, que sim. - me olhou nos olhos.

- Acha isso errado? Posso ir embora se te incomodar. - soltei as nossas mãos.

- Não, não te julgo, pois também me sinto atraído por homens, só achei meio estranho você ser mesmo um soldado, os generais geralmente não aceitam, por acharem que somos fracos. - ele disse limpando meus ombros.

- Bom, esse é meu segredo, não me mostro fraco, acredito que isso é uma grande bobagem, todo mundo pode ir á guerra se for determinado. - coloquei a mão no bolso.

- É verdade, porém, não quero estar aqui, sabe, não gosto de ver pessoas morrendo, gosto de ajudar, não de matar. - ele disse virando as costas e indo para um de nossos abrigos.

- É por isso que estava tão feliz hoje, hoje foi um dia diferente dos outros. - falei indo atrás dele.

- Sinceramente, Christopher, não acho essa trégua válida, de que adianta ter trégua de natal, se amanhã a matança vai continuar. - sentou-se em uma das camas velhas. - Fingindo ter um pouco de empatia para com os inimigos, mas no dia seguinte nem lembraram para quem deram os presentes.

- Mas você parecia tão contente com o presente. - me sento do seu lado.

-Parecia... vi o general falando que odiou essa falta de respeito, disse que só iria deixar passar pois hoje era natal, do que adianta? - repousou a cabeça em meu ombro, e suspirou.

[christmas truce] ; chanlixOnde histórias criam vida. Descubra agora