O fim é só o começo ...

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O que aquela droga de cidade tinha demais? Na verdade, o que aquela droga de casa tinha demais?

O garoto de cabelos desgrenhados havia chego a pouco na cidade do Oeste vindo de uma droga de voo em cima da hora. Estava ainda bufando de raiva pensando em tudo que perderia. Usando seu moletom laranja e azul de capuz ele parou frente ao casarão que pertencia a sua família, havia estado ali raríssimas vezes quando pequeno. Havia ouvido ainda algumas histórias, outras ele lia na internet, nem era pra tanto, talvez fosse exagero dizer que seu falecido tataravô Turles fosse tão horripilante, talvez e só talvez sua mãe tivesse razão e não havia essa coisa idiota de... fantasmas na casa.

—Capiroto filha da puta, vai lá tocar e se engraçar com um monte de mulher e eu o que? Vou passar o halloween nessa cidade de judas com um velhote mostrando coisa velha! Logo hoje... – ele suspirou.

Vultando ao hotelzinho que ele havia pego um quarto temporário ele tirou os fones de ouvido e desbloqueou o celular para ver as mensagens dos amigos e das festas que ele não iria, mas o capiroto que o aguardasse, sua vingança ia ser maligna, se não fosse a chantagem barata e horrenda da sua mãe ele nem estaria ali. E se lembrando da ameaça dela sentiu sim um frio percorrer pela espinha, aquilo sim era assustador. Imagina ela falar algo como aquilo em família? Era um prato para o seu irmão acabar com sua moral para o resto da sua vida. Aquilo era um tipo de desgraça que você fazia quando pirralho e não media as consequências.

Quem poderia culpa-lo cem por cento? Afinal, garotos também tem fase de descoberta não só meninas né...

Mas um aspirador de pó e ele, nunca mais se entenderam depois daquele dia...

—Ai que horror! Eu sou um tarado pervertido!

Ele decidiu que não ficaria parado, ele tinha que achar algo pra se divertir naquela droga de cidade durante o halloween, porque ele só pegaria o voo de volta pra casa de qualquer forma no dia seguinte. Então...

—Vem cá? tem alguma coisa divertida pra fazer nesses quintos do capeta? – perguntou para recepcionista do hotelzinho com uma careta entediada e apertando mais o seu capuz com as cordinhas no queixo.

—Defina diversão para você? – sorriu e falou com certa malicia a mulher loira platinada e ele fez uma careta que foi mudada logo em seguida aí perceber-se melhor o decote generoso dela.

Ai desgraça violenta que era ser homem e se agradar do que via...

Contorceu-se encostado contra o balcão. E apoiando o cotovelo e a cabeça sobre a mão sorriu meio displicente e disse.

—Sei lá, alguma festa legal sabe? Não sou daqui então...

Ela gargalhou.

—Nem tinha percebido que não era daqui garotinho, na verdade com essa tua carinha eu ia perguntar cadê a sua mamãezinha.

—Só por isso não vou te convidar pra sair comigo – ele falou meio indignado e ela sorriu.

—Acho que posso viver com isso – piscou – bom, os universitários dão boas festas, na praça central da cidade temos o festival da arvore do poder todo ano.

—Arvore do poder? – ele arqueou a sobrancelha perguntando curioso

—É... quer coisa mais sinistra no halloween que uma arvore de cabeças?

—Aiii que nojo, vocês são muito esquisitas – ele disse com uma careta e ela riu e mordeu a caneta que estava em sua mão e com malicia o disse.

—Se não tem medo bebezinho, se junte, é divertido, fora que todas as casas vão estar tendo algo, ahhh e as cabeças da arvore são comestíveis, só pra constar.

Halloween: A mansão do medoOnde histórias criam vida. Descubra agora