Luzes da meia-noite

Página 1 - É isto?

Quinta-Feira:12/08/XXXX.
(Lílian)
Sempre é noite e sempre é dia, as vezes me pergunto por que as coisas tem que ser tão em preto e branco. Acho que é só um ponto de vista, ao menos na minha opinião.
Nunca consegui me enxergar "nos padrões" que a sociedade impõe, principalmente em filmes ou novelas que assistimos em casa ou em telas de cinema, será que poderia ser diferente alguma vez, para pessoas comuns como eu?
Acho que nós somos o que somos e principalmente donos de nossa história.

17:48 P.M
Assim, estamos no meu primeiro dia nesta cidade chamada Hellowey Springs.O clima é ótimo, para alguém como eu que tem alergia a lugares quentes e ensolarados e não estou brincando quando digo alergia, minha pele é sensível a luz do sol, além de ser muito branca, ter alergia te faz ter muitos apelidos na escola e em todos os lugares, como "vampira".
Lembro de uma vez, uma garotinha vindo em minha direção e perguntando se eu era uma e morava no esgoto junto com eles. Meus caninos não ajudam, meus dentes encavalados fazem esses apelido tomar certas proporções, mas são coisas a se relevar, principalmente porque essas coisas não existem. Sempre tive muito "nervoso" de vampiros desde pequena, digo nervoso, não por medo, mas nervoso mesmo, meu pescoço começa a formiga de uma tal forma que faz com que eu me encolha toda, já tentei vencer isso assistindo filmes e séries, mas no final ainda tenho isso.
Como eu disse, não me considero nos padrões de beleza, sou gordinha, dentes encavalados, baixinha e isso fez com que eu sofresse um pouco na escola, mas nunca foi para tanto, ficava chateada? Sim. Mas não era é numca vou ser de levar desaforo para casa, ou seja, já sabem onde quero chegar. Mas saindo deste foco, vou só montar o meu perfil, sou branca (o que na minha opinião não existe mais, somos de raças misturadas e sinceramente? Quem se importa?, mas lá vou eu me desfocar do assunto de novo, continuemo-nos), meu cabelo é meio complicado de colocar em palavras, ele muda de cor conforme ele queira, então tem vezes que fica claro ou mais escuro, é um loiro acinzentado estranho que não sei decifrar, meus olhos verdes, também mudam de cor, então não sei se é claro ou escuro, mas olhando para o espelho retrovisor do carro consigo ver que estão mais para claro, meu nariz? De patata, como gosto de falar. Meu rosto é um pouco redondo, estou me perguntando agora mesmo do por que de estar sendo tão específica, acho que é por muitas vezes não conseguir me olhar no espelho, então preciso ao menos contar isso a você, não é diário da capa vermelha? Desculpe, é que gosto de escrever quando estou triste, então estou enchendo linguiça como dizem.

18:30 P.M

Paramos em um posto agora, por isso consigo escrever melhor, logo meu pai acaba de encher o tanque e partimos para a casa nova. Ainda não vi essa casa de que ele fala tanto, não é uma "casa" está mais para um internato que ele gosta de chamar de "casa", acho que ele pensa que assim me sinto melhor, mas que na realidade não e o caso. Deve estar se perguntando do por que de eu estar indo para um internato. Bom, digamos que fiz coisas ruins e como disse, não sou de me rebaixar ou dar a segunda face, então perdi a paciência que tenho até de mais com uma pessoa importante até de mais da minha antiga escola, ah, antes que me esqueça, tenho 17.
Para melhorar ainda mais meu dia, amanhã é meu aniversário de 18 anos e aqui estou eu indo para o lugar que chamo de "inferno particular" , mas como meu pai gosta de chamar, é um "Lar".

19:00 P.M

Chegamos ao inferno, como tudo aqui é frio e pálido, o céu já havia escurecido e devo dizer que aquele lugar me deu arrepios, tudo ali parecia morto, mas deve ser minha imaginação, vou dar uma chance ao lugar, ao menos tem um enorme jardim e que com toda a certeza que se ninguém desse um jeito naquele jardim, eu daria, uma das coisas que amo são jardins.
Emtramos e até o portão parecia de um filme saído direto da cabeça do brilhante Tim Burton, tudo aquele cenário parecia. Entramos e a primeira coisa que notei foi quem nos recepcionou na entrada, meu pai não precisou nem bater na porta, um garoto de mais ou menos a minha idade (muito bonito por sinal, seus cabelos lisos e pretos até o ombro largo, seus olhos azuis como dois diamantes, mais cristalinos que o mar do caribe, alto e esbelto) saiu de cara amarrada quase batendo em meu pai quando deu de cara com o mesmo, não me aguentei, minha raiva aumentou, minhas bochechas começaram a ficar vermelhas de raiva e eu gritei a plenos pulmões para o mau educado que nem ao menos se dignou a pedir desculpas.