Coletânea especial de Contos surpreendentementes
1- Um anjo diferente; Helena...
2- último olhar da locomotiva
3- Cadeia dos amores: Aqui a culpa não foi das estrelas... Antes fosse!
4- Gregório
Conto - Um anjo diferente.
Helena...
Castilho
Respire fundo... Ah... Helena, minha doce amada, meu anjo, porque fizeste isso tão cedo, poderia ter esperado um pouquinho a mais, e nós seriamos felizes para sempre, eu seria a pessoa mais perfeita do mundo pra você, mas tu fostes se revelar justo no dia do casamento, bem na hora. Já tinha mesmo percebido suas inquietudes, tira vestido, põe vestido, falta uma presilha, coloca um laço, tira laço. Essa era a conversa a que me chegava aos ouvidos. Quando antes você me olhava diferente, parecia tão feliz, seus olhos brilhavam e seus instintos nunca me negaram a afeição, seu amor por mim. E quando comecei a gostar de você foi em um dia desses por ai em que ficamos juntos na conversão de posse, andamos para lá e para cá. Ali nasceu um sentimento, se revelou, pois já existia, mas só fui perceber depois quando me peguei pensando em você, vi ali a oportunidade que tinha perdido em um certo dia, quando éramos só nós dois no meio de tanta gente, pois era eu e você. Foi um dia incrível, passeamos pelo pátio, vimos os pássaros e o tobogã descendo abaixo a meninada. Depois disso passamos um bom tempo sem nos
encontrarmos, a razão era dado lugar para falta e a saudade, pensei que nunca mais ia te reencontrar, pois foram dias e dias assim. Em seguida veio as férias e prolongou se o tempo e a distância, estava dado por fim a possibilidade de continuar aquele desejo que havia nascido, de te contar o interesse, mas quando tive que regressar, uma esperança renasceu, mesmo diante de uma dúvida que tinha sobre você, pois não sabia quais seriam suas exigências e ao pé da letra, tinha medo de qualquer dia você me abandonar de uma só vez, sem nem avisar ou deixar rastro. Quando te reencontrei, você pareceu tão fria e sem interesse que imaginei coisas absurdas, do tipo, — Ela desistiu, nunca quis. Mas quem dera, só uma pessoa doida mesmo para gostar de um tonto e destrambelhado. Ao mesmo tempo a dúvida que pendurava era mesmo sobre outra questão a respeito de Helena, um segredo que quase ninguém sabia, era muito sutil as afeições, mas eram defeitos incorrigíveis, a causa mais era para outrem, motivo de aceitar ou não. Porém o amor já havia florido e se tiver que ser, será, se não, poupo me as preocupações, pensei. Meses depois você me esbarra. Lembro-me bem do sotaque de susto... — Uai, você aqui. — Pois; — Respondi. Depois em uma outra ocasião, convidei-a para um passeio de modo a não gerar desconfiança, e para evitar recusas, inventei a desculpa da caminhada. Você não conseguia me acompanhar e quando me passou a frente caiu no chão e bateu com tornozelo. Bem, a menos de início achei que você estava acompanhando o espetáculo que acontecia na pista esquerda, pois você foi ao chão por duas vezes, do segundo tropique caiu em um banco ao lado. Pediu-me para lhe fazer massagem no tornozelo. Ali aconteceu o fato ... Olhos nos olhos e.... Foi assim. Me pegou pelo tornozelo, nunca soube ao certo como foi aquela queda, pois no momento eu observava o galope das marés e o vôo das Garçinhas e do Quero-quero protegendo o ninho. O lado positivo, foi que me poupou de outras explicações, já que se encaminhou por conta própria do destino. Ficamos ali por tempos, então lhe perguntei; — Casarias comigo? E você respondeu; — Claro que sim, meu querubim.
Fiquei radiante, estava completamente me apaixonando. — E o tornozelo como está?
— Já passou, dói só um pouquinho, dá para aguentar.
Demos uma meia volta, e o Quero-quero deu um último piado demarcando território, enquanto dois Bem-te-vis passam com presa em direção a mata cantando bem-te-vi, bem-te-vi. Passados três meses, era a chave e a porta, a tampa e a panela. Marcamos o casamento e Helena sempre atenciosa e independente como quem sabe se cuidar sozinha, porém ainda havia uma etapa difícil que era o pedido da mão em casamento aos pais. Com jeitinho e um empurrãozinho do anjo da guarda, o cupido, que se dispôs a iniciar a conversa intencionalmente sem que ninguém percebesse que era de propósito, foi dado início ao pedido. Quando fui terminando de argumentar a oficialização, vermelho e mudando de cor que nem fogo em lenha verde, fui surpreendido antes de encerrar, com o sim da mãe e as respectivas exigências, enquanto isso o pai dela ficou dali calado, a mãe não deixava falar; — Cale a boca, deixa eu terminar as instruções ao rapaz, antes que ele saia saltando para fora feito foguete. — É... Olha moço, temos uma coisa para te contar... — É.é.é... —Só um instante Frederick... Ainda não terminei.
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Coletânea de contos.
Short StoryEssa Coletânea reúne quatro grandes contos excepcionais. Super fantásticos que vão te surpreender e te levar a lugares incríveis...