um pedido para a estrela cadente

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Poderia começar dizendo quando foi e como foi me apaixonar por Jeon Jeongguk, mas digamos que não sei ao certo dizer como tudo isso aconteceu. Em um dia eu conversava com um garoto qualquer que tocava um violão e no outro eu era íntima ao ponto de sermos namorados.

Jeongguk era um garoto simples e essencial, vivia com seu violão para todos os lados, se apresentava sempre que podia em frente ao grêmio estudantil e de repente estávamos formados, pensando em faculdades e em nosso futuro. Ele se tornou um músico de bar e um professor de violão, por outro lado eu me tornei uma astrônoma, estudar estrelas e constelações sempre foi meu sonho.

Peguei meu brilho dando um toque final no meu visual caminhando até o final do corredor, meu namorado estaria saindo agora do seu pequeno show, esse em que não pude ir, não consigo ficar em lugares muitos cheios e com toda certeza, aquele local estaria lotado.

Viro a esquina sentindo o vento ir de encontro com meus braços descobertos, envolvo-me passando minhas mãos gélidas na tentativa falha de me esquentar. Vejo Jeon no final da rua, sorrindo e acenando, seu violão em suas costas, com roupas típicas dele, aquele moletom de cor negra nunca me pareceu tão quente como naquele instante.

Apressei meus passos e senti todos os pelos da minha costa se eriçarem por falta de tecido cobrindo-a.

— Hey, meu amor.— fui recebida com um abraço caloroso e um beijinho no meu couro cabeludo, inspirei fundo, sentindo o cheiro de Jeongguk inundar o ar e deixar tudo adocicado.

— Oi...— disse em um sussurro, ainda extasiada com todas as sensações que aquele homem me deixava ter. Sorri.— Vamos,— segurei em sua mão— tem um lugar que eu quero te mostrar.

Estiquei a mão, fazendo o primeiro táxi parar, assim que adentramos o veículo, os braços quentinhos do meu namorado me enrolou e ouvi-lo sussurrar como eu estava gelada. Deveria ter pego mesmo um casaco.

Quando saímos do táxi, proibi que Jeon pagasse qualquer conta que fosse, estávamos ali comemorando nosso aniversário e queria que fosse algo especial para ele. Comecei a andar em direção de uma pequena montanha, onde também ficava a pequena casa onde passaríamos a noite, senti os dedos quentes se enlaçarem nos meus gelidos, mal conseguir conter o sorriso idiota que teimou em surgir no meu rosto quando ouvi-lo dizer que estava radiante como as estrelas.

— Chegamos!— exclamei assim que paramos na frente da toalha xadrez estendida no chão com algumas comidas que preparei um pouco antes, junto ao telescópio.

Não sei ao certo o porquê mas quando soube que exatamente neste dia teria uma chuva de estrelas cadentes fez desta noite ainda mais especial.

— Woh! Você preparou tudo isso meu amor?— concordou vendo o sorriso mais lindo do mundo se iluminar e brilhar junto da lua.— Eu comprei uma lembrança para você, mas sinto que isso será ainda mais memorável que qualquer presente físico que eu desse-te.

Sorri. Nada no mundo é mais recordável que os presentes de Jeongguk, eram sempre coisas bonitas que eu recebia, mas não era o objeto que fazia ser especial e sim o jeito como ele dava, a cerimônia que fazia antes de entregar, simplesmente perfeitamente memorável.

Vi quando enfiou a mão no bolso e tirou de lá uma caixinha, abriu em minha direção e eu vi um lindo colar com um pequeno pingente de estrela, Jeongguk sabe mesmo como eu amo estrelas.

— Quando vi isso em uma vitrine enquanto ia para o bar, não pude deixar de entrar e comprar esse colar, era o presente perfeito para o nosso aniversário, mas pelo visto você fez algo ainda melhor,— riu— sempre consegue fazer algo melhor.

Me virei e segurei meus cabelos para deixá-lo por o colar de prata em meu pescoço, senti seus dedos quentes tocando na minha pele fria e me arrepiei, o que fez-o rir.

— Você não sabe o quão isso é importante para mim.— segurei o pingente, sentindo suas mãos descerem pela minhas costas nua.

Deixou um beijo em meu pescoço enquanto soltava aos poucos o meu cabelo segurando a minha mão.

— Não sabe o quão tu é especial para mim, meu amor.— sentou-se na toalha no chão, de um dos lados do telescópio.— O que vamos ver hoje?

— Uma chuva de estrelas cadentes.— sentei ao seu lado, olhei em sei relógio de pulso— Falta cinco minutos para começar.

Jeongguk sorriu mais uma vez e deixou um beijo estalado na minha bochecha pegando um sanduíche e olhando para o céu azul petróleo imenso.

Ficamos abraçados esperando começar, enquanto ele devora um ou dois sanduíches, exatamente cinco minutos depois vimos as estrelas cadentes descerem pelo céu, marcando aquela imensidão.

— Woh.— olhava o telescópio admirado, o que me fez sorrir.

— Feche os olhos, meu amor, e faz um pedido.

— Um pedido para a estrela cadente?— me olhou e confirmei— Hm...— voltou a olhar o telescópio— Não tem nada que eu deseja que eu não tenha.

Encarei os olhos de meu namorado e esqueci por completa da chuva de estrelas cadentes que acontecia e me vi imersa nas estrelas cadentes dos olhos de Jeon Jeongguk.

Todas as estrelas da minha via láctea não podia ser mais perfeitas do que já eram, meu namorado possuía todas elas e formavam constelações ainda mais lindas, minha vida, meu amor, minha alma gêmea era ele, eu era uma astrônoma e a cada dia mais queria descobrir sobre as constelações de Jeongguk.

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