Fear of the dark, fear of the dark
I have a constant fear that something's always near
Fear of the dark, fear of the dark
I have a phobia that someone's always there
(Iron Maiden: Fear of the dark – Fear of the dark, 1992)
A pior coisa de uma cidade abandonada, Bulma pensava, era o silêncio. O silêncio estava por toda parte, o terrível mutismo de uma cidade morta desde o terrível evento que transformara mais da metade da população humana em seres irracionais e destrutivos, os infectados.
Por mais que tentasse, ela não conseguia de forma nenhuma lembrar-se do evento que levara a essa situação, era como se sempre tivesse estado ali, na cidade completamente abandonada garimpando os poucos recursos que ainda podia usar. A comida dos mercados, o combustível, os insumos... tudo estava estocado na corporação cápsula, seu bunker, o único lugar seguro em toda cidade depois que o sol se punha.
Ela abriu a porta da antiga loja de peças de automóveis abandonada, tudo estava revirado e muita coisa quebrada... pouca coisa ficava inteira quando eles chegavam... e absolutamente nada ficava vivo quando eles chegavam, por isso ela ficava apavorada quando via o sol em curva descendente na direção do horizonte.
Precisava estar dentro da corporação antes do pôr de sol... ou ficaria presa ali fora porque o sistema de segurança era implacável, ela sabia disso... o projetara dessa forma, não projetara? Ela entrou na loja, cuidadosamente, jogando primeiro a luz da lanterna forte que tinha nas mãos, para o caso de ter alguma das criaturas lá dentro. Eles não suportavam a luz.
O facho de luz varreu o ambiente... seguro. Não havia muito ali que interessasse a eles. Atualmente a cidade não tinha mais nada daquilo que eles se alimentavam, ela sabia... não havia quase mais nada vivo por ali. Olhou pelas prateleiras e achou o que procurava, pegando a caixa rapidamente para verificar o número de série do produto. Sim... era uma válvula de admissão para injeção eletrônica do modelo exato do caminhão que ela tinha encontrado no galpão de uma oficina e começara a consertar.
Ela correu, olhando para o horizonte. O sol estava ainda distante, deviam ser ainda 16 horas de um dia não tão longo de primavera. Ela tinha ainda duas horas de sol, com alguma margem de segurança. Correu. Chegou à oficina e abriu o capô do caminhão, pendurando a lanterna acesa para fazer rapidamente o conserto, infelizmente, estava de costas para o fundo escuro do lugar, mas tinha deixado suas ferramentas ali para trabalhar rapidamente e sair. Estava tão obstinada em terminar o serviço que não percebeu a movimentação na parte mais escura do galpão.
Sorrateiramente, as criaturas começaram a se aproximar, aproveitando a distração dela, vindo pela parte mais escura do galpão, lentamente... os pés arrastando quase sem fazer ruído pelo chão poeirento do galpão. Ela percebeu, de repente, a perturbação do silêncio. O arrastar de pés em algum lugar atrás dela. Olhou para a porta do galpão, era longe. Podia ser alcançada antes de chegar lá. Soltou lentamente o alicate que segurava e estendeu a mão para a lanterna que iluminava o motor.
Virou-se bem a tempo de evitar a criatura que rastejava até ela, vinda do canto mais sombrio da oficina. A luz atingiu o rosto do infectado, que emitiu um grito agudo e apavorante, era sempre assim quando a luz os atingia.
Bulma correu, apavorada, deixando a lanterna cair, na pressa. Precisava alcançar a luz, precisava sair do galpão. De repente, seu coração gelou. Lentamente, tão lentamente quanto o rastejar do pequeno grupo de infectados que tinha atrás de si, a porta automática do galpão começou a se fechar. Ela gritou. Com a luz diminuindo, o rastejar atrás dela se tornou mais rápido, mais confiante, os grunhidos mais excitados...
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Fear of The Dark
FanfictionBulma tenta sobreviver num cenário pós-apocalíptico repleto de zumbis e, num momento de crise, encontra Vegeta. Um homem misterioso que vai ajudá-la a fugir da Cidade do Leste rumo ao lugar onde outros humanos se uniram para resistir ao horror. Ser...