treze • despedida

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Millie's point of view
17/07/2019

   Todos ainda estavam se recuperando da festa, Finn e eu nos falávamos, pouco, ainda tentando lidar com todos os sentimentos que nos atingiram como uma bomba. Noah e Jack, ainda ficando escondidos, mas todos sabiam como se comportavam na presença um do outro. O problema maior estava em Caleb e Sadie, já que o garoto a ignorava por quase dois dias completos, e a ruiva tentava ligar para ele, já que estava bêbada quando disse que 'era besteira' e tinha de se explicar, tinha seus motivos e esperava que ele os compreendesse e levasse em consideração.

   Eu tentava, a todo custo, ajudar a minha amiga, que ainda pensava numa solução viável.

   — E se eu...

   — Não.

   — É sério, e se eu alugasse um outdoor e escrevesse alguma coisa?! — Ela estava brincando, certo?

   — E você sabe quanto vai sair pra você alugar um outdoor? — Recebi um não em resposta. — Caro.

   Bufou, já estávamos tentando pensar naquilo a mais de quarenta minutos, e nenhuma alternativa tinha possibilidades de dar certo.

   — Já sei! — Uma idéia surgiu em minha cabeça, como se uma lâmpada da criatividade finalmente tivesse sido ativada no meu cérebro. Continuei, ao ver a empolgação em saber sobre o que eu estava falando. — Ele gosta de coisas simples, não é? — Perguntei, retórica, lembrando sobre o que a ruiva havia me contado minutos atrás. — Canta uma música em público pra ele, faz uma declaração!

   — Millie, isso é perfeito! Mas eu tenho que manter surpresa, vou fazer isso quando as aulas voltarem, já que faltam apenas dez dias, e eu tenho que preparar tudo.

   O dia de Jack ir embora já estava chegando, algumas horas daqui e o avião do garoto já estará voando de volta para a Califórnia.

   Os meus amigos combinaram de se encontrar novamente na casa de Finn, e por isso, comecei a me arrumar para isso, decidi por vestir uma roupa confortável, como uma legging cinza e uma regata qualquer, e assim que pisei na cozinha, na intenção de me despedir da minha mãe, senti um tom de voz autoritário, ali.

   — Millie, onde você tanto está indo esses dias? Sai e volta tarde, com pessoas desconhecidas. Essa não é a minha filha. — Suspirei antes de me virar, ela não falava sério, não é?

   — Mãe, a gente pode falar disso depois? O Jack já tá voltando e a gente tem que aproveitar essas últimas horas. — Tornei-me de volta à porta, mas recuei quando percebi que a mesma não desistiria até eu ceder.

   — Não. Eu quero falar disso agora e é isso que faremos. Senta. — Mamãe disse, pausadamente, achei que já tivéssemos tido essa conversa.

   — Eles são meus amigos, não desconhecidos.

   — Comece a chegar mais cedo. — E me deu as costas, me deixando apenas com o barulho grosseiro que seus pés faziam quando se encontravam com o chão de azulejos azuis. Se ela fosse forte o suficiente, aquilo com certeza já estaria em pedaços, machucando qualquer um que ameaçasse pisar ali. Kelly Brown era uma ótima mãe, ótima amiga, ótima pessoa, mas quando ela queria se tornar a autoritária do lugar, não tinha quem a impedisse, uma vez que sempre conseguia.

CITY GIRL • fillieOnde histórias criam vida. Descubra agora