Volume 2 | Capítulo 3.4 - Hino Desumano

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Lorde Demônio mais fraco, 71º rank, Dantalian, Calendário Imperial: 21/09/1505, Niflheim, Palácio do Governador.

"..."

Lentamente, a expressão da Barbatos mudou.

A princípio, parecia que seu cérebro não tinha conseguido compreender o que ela tinha escutado. Entretanto, depois de três segundos, suas sobrancelhas se levantaram lentamente.

"...Hã?"

"Amor, Barbatos. Eu estou falando sobre amor."

Eu sorri.

Barbatos ainda não conseguia compreender as minhas palavras.

Com um grande sorriso estampado em meu rosto, eu falei brincalhão.

"Pense bem sobre isto. Isto era um problema muito óbvio. Por que eu tentei matar a mãe da Lapis? Hm?"

Já que Barbatos não respondeu, eu perguntei novamente.

"Por que eu tentei matar a mãe da Lapis? Se você usar um pouquinho o seu cérebro você consegue entender. Honestamente, eu não ganharia nenhum benefício matando aquela velhota. Nem um pouco."

Eu dei uma risadinha.

"Um Lorde Demônio que matou a mãe de sua amada de maneira horrível. Como as pessoas me veriam? Eles iriam me considerar um assassino maluco descontrolado. Fazer algo assim seria apenas esfregar meu nome no lixo. Sem sombra de dúvidas, eu não deveria matá-la. Obviamente."

O momento em que alguém se livrava de sua própria ignorância era tão maravilhoso assim. Aah, eu me senti como se fosse começar a gostar deste mundo sem querer.

"Entretanto, eu tentei matar aquela velha como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Se a Lapis não tivesse me parado, então as entranhas daquela velha teriam sido arrancadas. Qual era o motivo? Por que eu realizaria um ato que me prejudicaria politicamente? Há apenas uma resposta. Porque eu amo a Lapis Lazuli..."

"...Espere um instante."

Barbatos franziu o cenho.

"Pare de ficar animado com seu monólogo e espere um segundo. O quê? Amor? Você tentou matar a mãe daquela garota por causa de amor? Dantalian. Eu escutei isto direito?"

"Você ouviu perfeitamente. Parece que você tem uma boa audição."

"Caralho. Como diabos isto é amor?"

Eu dei um sorriso gentil.

No momento, eu estava infinitamente condescende com a vida.

"Com base em um princípio muito simples e coerente, Barbatos. Eu cometi três atos que normalmente eu jamais faria caso estivesse em meu estado normal."

Primeiro, eu tentei matar um idosa mesmo que não houvesse nada a se ganhar com isso.

Segundo, eu tentei assassinar uma empregada no palácio do governador mesmo que, de fato, não houvesse nenhum benefício nisto. Se eu matasse uma empregada sem ligar para as consequências, então a reputação do Lorde Demônio Dantalian iria se deteriorar terrivelmente. Não tem como ver isto como uma ação lógica.

Terceiro, eu tentei poupar a vida de Giacomo Petrarch e a dos guardas, enquanto enfrentava o risco do meu massacre ser descoberto. Isto era realmente sem sentido. Eu estava louco? Por que eu tentei poupar aqueles homens? Era simplesmente porque eu queria mostrar para Lapis Lazuli que 'eu era capaz de demonstrar misericórdia'.

A primeira vez, um capricho.

A segunda vez, uma coincidência.

A terceira vez, inevitável.

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