CITY GIRL • fillie

quatorze • avião

Narradora's point of view
18/07/2019

   Enquanto Millie tentava pegar no sono, com algumas dificuldades, Jack chegava no aeroporto, acompanhado de Noah, Sadie e os pais da ruiva, que o acompanhariam até a entrada na aeronave, já que teria de voltar sozinho, da mesma maneira que a vinda. O maior se preparava para se despedir do outro garoto, já que teriam de acabar com aquele caso, e sem imaginar, o menor passava pelos mesmos pensamentos, sua cabeça estava bagunçada, um pouco pela situação de agora, e um pouco por pensar que só poderia o ver no ano seguinte, talvez asim, cortando os poucos sentimentos que desenvolveram um pelo outro. Eram dois garotos, na puberdade, com os hormônios a flor da pele, não sabendo lidar com os próprios sentimentos, e bem, não era a coisa mais fácil a se fazer.

   Como o lugar era longe do prédio, demoraram a chegar, o sono e cansaço batiam contra todos aqueles pensamentos de Schnapp, e assim, o mesmo cedeu, fechando os olhos conforme eles se cansavam, pesando cada vez mais.

   — Noah, já estamos aqui. — Uma voz baixa entrava pelos ouvidos do garoto, enquanto ele grunhia e se espreguiçava, resultado dos longos minutos deitado. Logo se levantou, se previnindo de ter acordar aos tapas, que teria acontecido em uma realidade paralela, quem sabe.

   Percebeu que a maioria já estava passando pela porta de entrada, e ali havia sobrado somente a ruiva - que para ela era como um castigo - encarregada de cuidar do garoto, o levando para dentro também.

   Como dito, uma viagem pode mudar tudo, até chegar o momento da despedida, o momento menos aguardado de todos os envolvidos. E, bem, não foi diferente nesse caso, o vôo decolaria em quarenta velozes minutos, enquanto o garoto terminava de resolver a burocracia que é viajar de avião, e nesses míseros minutos todos tinham o trabalho de ter de dizer tchau, até breve.

   Os intensos olhos castanhos de Noah fitavam Jack, enquanto o mesmo se dirigia às cadeiras de espera, afinal, ainda sobrava muito tempo entre um intervalo e outro. O menor sentou ao seu lado, e eles ficaram em silêncio. Não era um silêncio constrangedor, era até consolador para ambos os garotos, que ainda imaginavam como seria aquela despedida. Ainda que não tivessem nada sério, nesse pouco tempo juntos já conseguiram florescer sentimentos um pelo outro, e só o que queriam era mais tempo juntos.

   — Quando você volta? — Noah indagou o garoto, ainda olhando para baixo, sem querer fazer contato.

   — Em um ano. — Respondeu simplesmente, não seria fácil e eles já sabiam disso. Um soco - metafórico, óbvio - foi acertado em cheio no peito do novaiorquino, ele sabia disso, mas não estava preparado para quando acontecesse. — Você vai ficar bem? — Noah queria tanto ser honesto, dizer que não, que sentiria sua falta, mas ele não queria parecer desesperado, e muito menos acabar fazendo com que o garoto tomasse alguma atitude que se arrependeria depois. Ele só queria seu bem, tinha um coração tão puro e Jack o admirava tanto por isso.

   — Espero que sim, e você? — Acabou cedendo ao cérebro e deixando o próprio coração de lado.

   — Também, mas eu vou te ligar sempre, não deixaremos de nos falar, a distância é só detalhe.

   — Um detalhe filho da puta. — Gargalharam, finalmente se encarando. Uma energia boa exalava naquele lugar, os olhos se conectando, as mãos quase se tocando, o silêncio voltou a tomar conta.

   — Jack, Noah, o avião decola em dez minutos. — O menor começou a pensar em como dizer tchau, não poderia encerrar aquilo com um beijo, como faria se estivessem sozinhos por conta de seus pais, que ainda não sabiam sobre, e causar problemas era a última coisa que queriam.

   O californiano levantou do estofado, segurando suavemente a mão do outro, esperando que correspondesse, sorriu de forma quase que imperceptível - exceto por Noah, que notou logo em seguida - quando o menor acolheu sua mão, seguindo até a área de embarque.

   Jack então, cessou o contato quando se despediu dos pais de Sadie, depois, da ruiva, e então, do garoto que o estava observando até então, com um sorriso no rosto que não era o mais verdadeiro já existente, por mais que tentasse, não conseguia forçar um falso sentimento.

   Chegou no menor, com um olhar triste, que partiu o coração do outro.

   — Eu volto logo ok? Nem veremos o tempo passar. — Grazer tentava se convencer disso, já que era mais fácil do que pensar que passariam um ano separados.

   — Se você não voltar, eu vou até a Califórnia e te bato até te fazer voltar. — Retrucou-o, Noah fazia piada em momentos tristes, era sua forma de lidar com isso, e bem, Jack riu, não estava esperando por aquilo.

   — Pode deixar que eu volto sim, mãe.

   Então, perceberam uma voz vindo dos auto-falantes, era agora, o avião estava pronto para recepcionar a todos. E assim, o turista foi embora, voltar para sua terra natal, e no fim, deixar um coração teimoso ao seu aguardo.

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ok, eu chorei escrevendo esss capítulo :(

tô tentando aprofundar mais os outros casais ok? não sei se tá ficando bom mas tá indo

xoxo, pida