suddenly, all the songs were about you

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Oi, bebês. Essa fanfic é uma 3 shot de capítulos curtinhos que já estão prontos e eu escrevi no meio desses dias em que eu me senti meio meh.
É inspirada na música Last Kiss da Taylor Swift.
Espero que vocês gostem.

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02:43 a.m.

Kihyun sentou no chão frio da varanda. Era outono. A brisa gelada o trespassava e o abraço da solidão era frio, assim como o suéter preferido de Changkyun que escorregava por um de seus ombros e envolvia seu corpo em um falso calor saudoso. Levando a gola até o nariz, sorriu. Marlboro vermelho e Paco Rabanne. O cheiro de Changkyun. Esticando as mãos para agarrar o vazio existencial que era preenchido por ausência e saudade, a única coisa a tocar seus dedos foram as mangas compridas demais. Kihyun se afundou um pouco mais na falta que ele fazia.

Tateando os bolsos da calça, alcançou o maço e o isqueiro, acendendo um. Deixou o cigarro queimar, mas não tragou. Kihyun não fumava, só gostava de como o cheiro fazia parecer que ele estava ali, ainda que fosse vazio. Gostava das lembranças que trazia, como a do dia em que Changkyun embrenhou os dedos em seus cabelos e colou os lábios nos seus para soprar a fumaça para dentro da boca de Kihyun só porque o Yoo era um maldito curioso, porém arregão demais para colocar um cigarro na boca. 

Foi a primeira vez que se beijaram. 

O gosto de tabaco nunca abandonou os lábios de Kihyun.


Kihyun nunca quis que as coisas tivessem seguido por aquele caminho. O relacionamento dos dois há muito virara um trem desgovernado e ambos haviam perdido o controle das palavras que machucavam e da distância que tomavam um do outro. Nunca fora o melhor motorista do mundo e o único lugar para onde conseguia dirigir era o abraço de Changkyun. Agora, sem rumo, se pegava passando em frente ao prédio do ex-namorado todo santo dia quando voltava do trabalho. Reduzia a velocidade e ameaçava parar; a saudade doía no peito e fazia a ponta dos dedos formigar. No entanto, ele acelerava, pegava o primeiro retorno e seguia para o vazio da própria casa, que, sem Changkyun, nunca mais fora um lar. 

Aquela noite de sexta-feira era mais do mesmo. Sequer acendeu a luz quando bateu a porta do apartamento atrás de si. Era difícil lidar com a presença dele em cada mísero canto daquele lugar. Porque Changkyun estava na sala e nas noites em que se afundavam no sofá velho para assistirem a mais alguma das séries que Kihyun gostava e o Im dizia odiar por pura implicância.

Kihyun manteve aquele cômodo na completa escuridão e se arrastou até a cozinha. 

Mas Changkyun também estava ali, na vez que inventaram de assarem um bolo juntos para comemorar o aniversário do Yoo e terminaram a tarde jogando farinha um no outro. Kihyun conseguia sentir a pele queimar nos lugares onde Changkyun o tocara quando o puxara pela cintura para enchê-lo de beijos com gosto de cobertura de chocolate, fermento e descobertas. Changkyun mostrara que havia muito mais por trás do cigarro, das tatuagens e dos piercings e Kihyun descobrira que estava tudo bem em não saber nadar, contato que ele pudesse sempre se afogar na profundidade dos olhos de Changkyun.

Changkyun estava nos lençóis quando Kihyun finalmente se deitou e no vazio naquele lado da cama que nenhum outro alguém seria capaz de preencher. Estava no moletom cinza que Kihyun tanto gostava de vestir para dormir, estava dentro das gavetas nas roupas que ele nunca voltou para buscar. Estava nas letras das músicas que tocavam no rádio e Kihyun cantava, porque ele conhecia Changkyun de cor. Estava na manhã preguiçosa de domingo e em todas as palavras que Kihyun nunca disse por ser covarde demais. Changkyun sempre esteve certo; não adiantava amar tanto, mas viver à sombra dos medos. 

Debaixo do guarda-chuva de suas inseguranças, Kihyun deixou Changkyun se molhar. 

De gota em gota, a saudade dele havia virado uma tempestade. E o que restava era apenas o vazio do lado esquerdo da cama e a falta que ele fazia nos domingos, nas sextas, nas segundas, nas quartas, nas terças e nas quintas.

Na melhor parte de Kihyun. 


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Admito que o coração aperta escrevendo ):
Amanhã eu posto o próximo, bebês.
Mamai ama vocês 💕

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⏰ Última atualização: Oct 25, 2019 ⏰

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