Uma sala bem iluminada por tochas enormes, onde não existia sombra . A sala era redonda, com apenas uma porta de ferro, paredes de pedra vermelha, algumas manchas de sangue e arranhões a decoravam. Totalmente vazia, exceto pelas tochas, e apenas uma cadeira posicionada ao centro da sala com suas costas viradas para a porta; a cadeira era de ferro, pregada ao chão, grilhões presos em seus braços e pernas deixava mais tenebroso o lugar.
É neste cenário em que Ray, um jovem camponês, acorda. Fraco, exausto e com fortes dores no corpo, Ray clamava por sua mãe, sempre sem sucesso. Foram 3 longos dias trancados nesta sala, sem água, sem comida, e sem nenhum contato. Seus pulsos e o torso de suas pernas sangravam, por tentativas inúteis de se soltar, seu estomago doía, seus olhos queimavam junto com as tochas, e sua boca, seca como um deserto, não permitiam mais que se movimentasse direito.
Ray chora, orando aos deuses, para que pusessem um fim aquele pesadelo macabro, mas é interrompido pelo ranger da porta de ferro. Ray ouve passos lentos e calmos, aparentemente era apenas uma pessoa. Os passos cessam e uma voz masculina, calma porem grave começa uma outra oração, mas uma oração diferente que Ray nunca havia ouvido, nem por pregadores, nem em nenhum santuário.
A oração termina e o homem lentamente caminha até a frente da cadeira. O jovem camponês não enxerga nada além de um manto branco acinzentado.
O homem fixa o olhar em Ray e diz:
— Muito bem! Vejo que ainda está consciente, uma lástima!- preguejou.
Ray não reage, apenas encara o homem com ódio.
—Não tem nada a dizer ? -sorriu com maldade- Não vai clamar misericórdia? Que ótimo. Esta facilitando meu trabalho!
O Homem pega um objeto de dentro do manto e o coloca no chão em frente a cadeira, e se retira da sala calmamente. A porta se fecha com um rangido ensurdecedor seguido de uma forte pancada.
— Que os deuses...- sua garganta arde enquanto grita -lhe queimem...- praguejou Ray.
Alguns minutos se passaram e a visão de Ray estava um tanto melhor, o suficiente para identificar o objeto deixado a sua frente, um cantil.
— Maldito seja!- gritava de ódio.
O jovem ficou algum tempo fitando o cantil, imaginando maravilhosa sensação de matar sua sede.