— O que fazias por aqueles cantos? — Relembrou uma voz confusa.
Talvez fosse por alguma embriaguez cansativa, ou por total descaso mental: Eu não conseguia acabar com nada que iniciava. Parecia errado não continuar, mas eu não sabia como. Iniciar sempre foi algo incrivelmente fácil comparado com a complicada parte de finalizar algo. Parada como uma figura morta ou uma lembrança que não se passou de um sonho.
O fim de algo que eu iniciava não podia ser mentiroso: Não podia deixar de condizer com o seu início. Tinha que terminar como deveria ser. Eu não conseguia chegar no seu fim, quanto menos no seu meio. Perpetuar toda aquela parte de algo com um simples ponto final parecia complicado o suficiente pra eu passar noites em claro pensando. Era um verdadeiro eterno amanhecer, no qual as pessoas, totalmente suadas e esgotadas de tanto frio e calor daquele sol que não queria nascer, morriam de demência.
— O que você esperava por aqueles cantos? — Relembrou uma voz que me relembrara do que eu queria dizer.
Correndo sobre aquele verde ouro, não queria me perder em todo o fim inexistente. Queria apenas descansar em algo que não quis iniciar, sair de tudo aquilo e ir parar nas loucuras de um sol que acabara de se pôr. Para mim.
Mergulhei e fugi de todos os seus raios que teriam seu início. Interrompi o seu maldito ciclo. Talvez esses cantos que faça eu voltar a sã consciência.