Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Lá está ela, com os mesmo fones, com o mesmo caderno, mesmos lápis e no mesmo lugar de sempre bebendo de vez em quando o seu café bem amargo, como ela sempre pede.
Já faz uns quatro meses que a observo.
As vezes sou eu quem a atende. Quando não estou em outra mesa, sou eu quem vou. E me sinto bem o resto do dia.
Eu já ouvi por baixo uma das músicas que ela estava escutando. E quando achei a mesma, passei o resto da semana ouvindo. Se as músicas que ela ouve se parece com a que eu ouvi, ela tem um ótimo gosto musical.
Já me perguntei várias vezes se ela tem namorado. Ela sempre tá sozinha e não vejo aliança de compromisso. Se ela não tem, me pergunto como alguém tão linda não tem alguém. O sorriso dela é lindo, os cabelos parecem brilhar -e eu não estou falando de oleosidade- de tão lindos que são, seus olhos que são tão diferentes dos nossos, sua pele um pouco mais escura que a nossa e sua boca. Ah como eu quero provar o gosto que tem nela e se eu puder, me viciar nela.
Estava tão imerso aos pensamentos olhando pra ela, que quase não vi a hora de fechar.
Sai de trás do balcão e fui ao encontro das pessoas que ainda estavam na cafeteria pra pedir que se retirassem. Deixei ela por último.
-Hm... Com licença. Mas já vamos fechar. -Disse pra ela, que tirou os fones e me fitou. Meu coração falhou uma batida.
-Desculpa, mas pode repetir?
-Estamos fechando. -Eu disse conseguindo não gaguejar por ter sua atenção voltada a mim.
-Ah claro! Yoongi certo? -Assenti, meu nome estava numa plaquinha do uniforme. -Você pode me informar onde fica esse lugar? -Me mostrou uma mensagem. Era um museu.
-Fica a quatro quadras daqui. Eu sempre passo em frente desse museu.
-Posso ir com você então?
-Claro!
Ah caramba! Hoje é meu dia de sorte. Eu disse a ela pra me esperar lá fora, que logo eu iria encontrá-la.
Me apressei em me trocar e sai depois de ajudar meus colegas fechar a cafeteria.
-Desculpa a demora. -Disse assim que cheguei ao seu lado. -Vamos?
-Bora!
-O quê? -Eu não entendi o que ela disse, talvez foi em sua língua nativa.
-Eu disse vamos! -Ela pronunciou em meio a risadas.
Pelo caminho nós ficamos conversando sobre várias coisas e descobri que,ela faz artes, está em Seul a quase dois anos, é brasileira, tem saudades de seu cachorro e que não tem namorado porque as pessoas aqui a olham estranho. Eu disse à ela sobre a última parte que ela não deveria ligar, ser diferente é um ponto forte que ela deveria se orgulhar.
