A vigésima quarta baleia (Changkyuk)

Você é minha primavera

N/A: Um presente de aniversário para uma pessoa muito especial. Espero que seu dia seja incrível e seu céu acenda da mesma forma que você acendeu o meu. Eu te amo.

— Você não gostou? — Minhyuk perguntou. A luz radiante que emana pelo seu rosto diminuiu em segundos.

Mesmo se aquelas palavras não fossem ditas, ainda assim Changkyun saberia o significado.

— Claro que gostei! Eu amo seus presentes.

Minhyuk voltou a sorrir, mostrando os dentes em formato pequeno, um dos detalhes que mais ama nele.

— Essa tem uma gravata azul, você não tem nenhuma assim.

Changkyun apertou a pelúcia em suas mãos, virando a baleia de barriga para cima. E ali está ela, a famosa gravata borboleta azul.

— Como será que ela se mantém presa, sendo que não há uma tira por volta do pescoço? — perguntou enquanto cutuca a barriga de pano.

— Ela pode ter tudo o que quiser. — Minhyuk manteve suas mãos — livres por já ter entregue o presente — atrás do próprio corpo. Aquela é uma pequena mania exposta sempre ao dizer alguma frase fofa.

— Tudo mesmo?

— Tudo mesmo.

O barulho do vento na janela impede que o silêncio preencha o ambiente por completo. Aquilo sem dúvidas é um sinal de chuva.

— E o que você acha de sairmos agora? — Changkyun foi direto ao ponto, ele ama esse clima.

— Você enlouqueceu? Escute o vento, irá chover em breve.

— Você tem razão, e eu, um guarda-chuva.

— Chang...

— Quando voltarmos, podemos escolher um nome para o mais novo membro da família. — sorriu pequeno após levantar a pelúcia com uma mão, girando-a com cuidado.

— Na última vez que saímos com esse tempo, voltamos encharcados. Eu me lembro muito bem de precisar cuidar de você por duas semanas, repetindo diversas vezes que um resfriado não é brincadeira.

— A baleia disse que precisamos sair enquanto há tempo, sem arrependimentos.

Minhyuk ergueu a sobrancelha, repreendendo o rapaz em sua frente com o olhar.

— Você está usando isso contra mim?

— Talvez eu apenas seja um tradutor de bichinhos fofos. — Changkyun não evitou piscar para o outro, recebendo um revirar de olhos.

— Se a chuva aparecer, voltaremos o mais rápido possível, certo?

— Tudo bem.

Ambos, agora arrumados, retiraram o guarda-chuva do armário. Grande o suficiente para caber os dois.

A baleia de gravata foi depositada no final da prateleira, junto as outras vinte e três, com formato e cores diferentes.

Minhyuk desde o início do namoro sempre o entregou uma miniatura do animal que tanto ama, todo mês, alegando que aquela é sua forma mais pura de demonstrar seu amor quando o assunto é presente. Já Changkyun, nunca reclamou. Ele ama cada detalhe do garoto e sente sua imensidão em seus gestos.

•••

A rua se encontra cheia. Algumas pessoas seguram firme os chapéus e toucas na cabeça enquanto andam. O vento frio não dá trégua.

— Em meio a ventania, eu quero entregar meu presente. Mas antes, vamos ao parque.

Changkyun segurou a mão alheia, quase o dobro do tamanho da sua. Está gelada, então simplesmente a enfiou junto com a sua dentro do bolso quente da calça.