Sing me to sleep now • NaruSasu

"Sakura, arigatou..."

Sonhos são imagens, projetadas pelo nosso cérebro, de coisas que já vimos em algum momento em nossas vidas.

Depois da minha infância, minhas noites de sono na maioria das vezes sempre foram apenas a escuridão.

Nada acontecia depois de fechar os olhos e cair nos braços de Morfeu, nenhum sonho, luz ou qualquer merda parecida, o que era desesperador para quem sempre teve medo do escuro. Às vezes parecia que eu nem dormia!

Nada mudou muito desde a sua morte, só eu que fiquei completamente sozinho. Bom, sozinho até eu sonhar pela primeira e última vez com você.

Wait a second, let me catch my breath

Remind me how it feels to hear your voice

Your lips are moving, I can’t hear a thing

Livin life as if as had a choice

Espere um segundo, deixe-me recuperar meu fôlego

Lembre-me de como é ouvir a sua voz

Seus lábios estão se movendo, eu não consigo ouvir nada

Vivendo a vida como se tivéssemos uma escolha

Estávamos em um parque e a lua estava brilhando surrealmente em um tom forte de vermelho. Com minhas mãos eu segurava uma câmera polaroid, como aquela que a sua mãe tinha, e eu tirava fotos de todas as direções que eu podia. Esperar a imagem aparecer no filme me deixava inesperadamente feliz.

Então resolvi tirar foto de uma barraquinha de lámen. E foi aí que você se levantou de uma das mesas de plásticos que estavam espalhadas ao redor da barraca... Naquele momento eu soube que estava sonhando. Sempre ouvi falar de pessoas que conseguiam controlar seus sonhos, entretanto, nunca achei que eu podia fazer tal coisa, afinal, eu mal conseguia ter controle sobre minha própria vida.

Corri na sua direção e te abracei enterrando o rosto em seu peitoral. Podia ser um maldito sonho, mas nunca me senti tão acordado.

- Eusentitantoasuafalta! – falei num fôlego só, te apertando entre meus braços como se minha vida dependesse disso, e acho que de fato dependia.

Senti suas mãos puxando meu rosto gentilmente pra cima e fixei meus olhos nos seus. Eles estavam tão abertos, tão cheios de vidas... Tão diferentes da última vez que eu os tinha visto, que por um momento quase esqueci que estava dormindo, que estava sonhando.

- Eu te amo tanto, tanto, tanto... - E beijei seus lábios, eles estavam quentes. Suas mãos começaram a fazer um carinho singelo em meu rosto. Elas desciam pelo meu pescoço e começaram a fazer uma pequena massagem que me me fez arrepiar.

Vi sua boca tremer e eu sabia muito bem que você estava rindo! Você sempre soube o efeito que fazia no meu corpo, sabia do poder que tinha sobre mim... Então suas mãos desceram para meus ombros e em seguida para meus braços, os quais você segurou e levou até seu pescoço. Quando senti suas mãos em minha cintura, ainda em meio ao beijo, pedi passagem com a língua.

Quando foi cedida, fiquei sem reação! Não sabia o que fazer, pois, parando para pensar, nunca tínhamos passado desse ponto porque você não gostava de beijo de língua. Ao perceber meu desconforto, tomou as rédeas da situação me fazendo suspirar em contentamento.

Finalmente, depois de tanto tempo consegui te beijar como você merecia, como deveria ter feito todas as vezes que tive oportunidades.

Ao sentir falta de ar, separei nossos lábios e percebi que tinha fechados os olhos. Meu coração batia tão forte que eu sentia que a qualquer momento ele podia sair do meu peito.