'' Chamo-me Myriam Miron e tenho 16 anos. Eu não sou como 'todos' vocês que gostam de curtes e de socializar, não sou como vocês em termos de mentalidade e não tive os meus sonhos concretizados na infancia, prazer, sou eu. ''
Foi assim que começou a minha apresentação no primeiro dia de aulas, em Paris.
'' O que quer dizer com isso mademoiselle Miron? '' - Perguntou o professor Wallace um pouco admirado.
'' Bem, com o tempo irão me conhecer melhor '' - Respondi, fazendo com que alguns da turma começassem a falar baixo entre eles.
O primeiro dia de aulas foi de seca, todos se apresentaram e alguns disseram coisas sobre eles sem sentido. Mas, houve um rapaz, que pelo que memorizei chamava-se Thomas, que disse uma frase sobre ele que me deixou a pensar: ' Sou um rapaz simples, sem amigos, solitário, e que sempre que começa a encontrar a felicidade tudo desmorona e começo na corrida de novo. '
O que ele queria dizer com isso? Será que ele também é como eu, triste, sozinho, isolado, depressivo, solitário,..?
Preciso de descobrir, mas não quero me tentar aproximar e fazer com que ele se sinta mal por eu o tentar conhecer.
As aulas acabaram e fui para casa a pé, o que demora cerca de 15 minutos. Subi as escadas e fui para o meu quarto, jogando a mochila para cima da cama. Desci as escadas e fui tratar da minha cadela, a Kikaah e da minha gata, Câline. De seguida fui até à cozinha e peguei no pacote dos cereais, despejando alguns para uma taça, e num iogurte e subi. Abri o livro de matemática e fiz o trabalho que me era pedido. Não percebo o porque de estudar matemática se o curso é sobre música, artes e culinária... Sim, eu sei que não tem nada a haver mas ou escolhia culinária ou ginástica. O que é que eu ia fazer com ginástica? Ensinar a minha cadela a saltar à corda? Não me parece.
Passou- se por volta de duas horas e meia e fui fazer o jantar. Fiz arroz com bife e guardei o que tinha sobrado do jantar no frigorifico para o almoço do dia seguinte, visto que só tinha aulas de tarde e almoçava e casa.
Fui me deitar e continuei a ler o livro que a minha mãe me ofereceu antes de eu vir para França, ''A Rua da Casa da Esperança''.
Li umas dez páginas até que o sono começou a dar cabe de mim e adormeci.
Acordei com o despertador às 8h, oh treta! Quem é que acorda tão cedo num dia de manhã livre? Não me percebo.
Levantei-me e fui tomar um duche e de seguida o pequeno-almoço, vesti uma sweet preta com a frase ' C'est la vie ' (é a vida) em violeta e umas leggins pretas. Fui pentear os meus cabelos castanhos claros e decidi meter um gorro, visto que estava frio, com a letra 'A' que significava Anne, o nome da minha melhor amiga, que estava em Portugal, mas é Francesa.
Tinha muita coisa para fazer, e então decidi ir primeiro ao super-mercado, demorando mais ou menos 45 minutos. Depois fui fazer o pagamento da água e da luz da casa. Estava carregada com as comprar e então fui deixa-las em casa, na mesa da cozinha, só arrumando os congelados e as coisas para o frigorifico. Estava a precisar da minha mota para ir à procura de algum part-time para não ser a minha mãe a pagar-me sempre tudo, mas ela estava na oficina. Decidi ir à oficina e como ela já estava pronta paguei o arranjo e fui dar umas voltas nela. Hoje não podia ir à procura de trabalho, não tinha muito tempo. Eram 11h25, fui até umas lojas de roupa porque a maioria de roupa que eu tinha não era muito quente e comprei algumas peças. Fui até casa e estacionei a mota na garagem e subi, pondo a roupa na máquina e pondo a máquina a lavar. Depois fui até à cozinha e arrumei as compras nos sitios certos. Precisava de me sentar pelo menos 5 minutos a descansar e então fui me sentar um pouco no sofá e liguei a televisão na TF1. Não tinha dado por conta das horas e já era 12h45. Só tinha 15 minutos e não ia dar tempo para ir para a escola a pé. Comi um iogurte e peguei na minha mota, indo até à escola. Ainda bem que a fui buscar, não podia chegar atrasada logo no 2º dia de aulas.
Quando cheguei à escola fui estacionar a mota no parque, fechando-a com um cadeado, e confirmando para ver se estava bem presa. Um rapariga da turma veio ter comigo, creio que se chama Morgan, e cumprimentou-me.
'' Olá, M-myriam, é isso não é? ''- Perguntou- me um pouco envergonhada e gaguejando quando disse o meu nome.
''Olá Morgan, sim, é '' - Disse-lhe, dando um pequeno sorriso.
''Tens boa memória! Vemo-nos já, xau '' - Respondeu-me dando uma gargalhada
'' Até já ''
Não percebo porque ela veio ter comigo, eu nunca tinha falado para ela e só soube o nome dela ontem, mas, deve ter sido para ser simpatica.
Percorri o enorme corredor entral até que entrei dentro do bloco e fui até o meu cacifo, pondo lá dentro o meu capecete e o meu casaco de pele preto, fechando-o.
Avistei Thomas a passar por mim sozinho com a cabeça baixa, como sempre e fiquei a olhar para ele durante uns segundos até que o empurraram e eu tive de ir lá ajuda-lo.
'' Hey! Vocês são doidos ou quê? Podiam o ter aleijado seriamente! Estupidos! '' - Resmunguei para os atrasados que o empurraram e o que antes era sorriso de gozo nas bocas deles virou uma expressão de espanto e nalguns gargalhadas de gozo na mesma por eu o estar a defender.
Baixei-me e perguntei ao Thomas se ele estava bem. Ele disse que precisava que eu o levasse dalí e indicou-me para onde eu o havia de levar, segurando-o no meu ombro. Ele já tinha andado naquela escola o ano passado, mas pelo que sei, ele chumbou por causa dos estupidos que gozavam com ele.
Nós fomos para um sítio onde não havia ninguém, um espaço verde e muito silencioso.
Após algum tempo sem dizer-mos nada ele fala:
'' Eu gosto deste sitio, costumo vir para aqui quando me sinto mal. Porque me ajudas-te? '' - Ele disse, com uma voz envergonhada e triste.
'' Agora já sei onde te posso encontrar. Também estou a gostar deste sitio. Tu estavas a precisar de ajuda, eu não podia ver aquilo e deixar-te ali no chão a goarem contigo. Também não gostava que fizessem isso comigo. ''
'' Eu não preciso de ajuda. Já estou habituado. '' - Respondeu-me, baixando a cabeça de novo.
'' Olha para mim. '' - Disse-lhe num tom baixo
Ele levantou a cabeça, encarando-me com lágrimas nos olhos.
'' Eu vejo nos teus olhos que estás a negar o obvio Thomas ''
'' Porque é que eu sinto que tu és como eu? ''
'' Porque nós temos os mesmos sentimentos '' - Disse, deixando cai uma lágrima.
'' Posso fazer uma coisa que nunca fiz a ninguém? '' - Finalmente me diz algo olhando para mim..
'' Podes ''
Eu simplesmente o vi a levantar-se e a fazer-me levantar, abraçando-me. Será que eu tinha conseguido a amizade dele?
Olaah ola :3 *-* Depois de muito pensar comecei a escrever... Não está nada de jeito, e deve estar confuso, mas eu vou tentar melhorar s2 Desculpem ^^ Espero que gostem, espero que alguém leia e gosto muito de vocês girls e boys ♥ Fiquem bem amorees ♥ ♥