Tem tanta poeira aqui em baixo, que eu consigo vê-la flutuar. As paredes estão cobertas por papéis, papéis que contém todo tipo de conta matemática extremamente difícil, contas que eu olho agora e não consigo compreender, talvez ainda não aprendi essa parte da matemática na escola, e nem quero aprender!
Mas, o que mais chamou a minha atenção nesse lugar, é uma máquina, uma lata velha, para ser sincera. Também está empoeirada, mas o fato de eu não saber o que é chama minha atenção. Me aproximei com passos lentos, e encostei na máquina. Meus dedos ficaram sujos, mas não me importo. Escuto um barulho pesado, o que me assusta, me fazendo dá um passo para trás. Percebo que a porta dessa tal máquina foi aberta, o que de fato trouxe mais poeira. Estou tossindo feito uma louca!
O que será que tem aqui dentro?, pensei comigo mesma, me aproximando para dar uma olhada.
Sinceramente, a máquina por dentro era enorme, enquanto por fora parecia ser tão pequena. Tem vários botões que estão enferrujados, e uma única alavanca vermelha.
Meu celular começa a tocar, é a minha mãe.— Merda, preciso ir logo para casa.
Desliguei, e comecei a caminhar para fora, mas a porta se fechou.
— O que? Que porra é essa?
Respire fundo, Alice, não tem motivo para se preocupar com isso, só abra a porta!
Coloquei minha mão sobre a maçaneta, puxei para baixo e empurrei. Porém, a porta não se abriu.
Ótimo, agora estou sim desesperada.
Começo a tentar abrir a porta a todo custo, quando vejo, já estou batendo na porta, enquanto grito por ajuda.
Olho para os lados, e talvez tenha algum botão que possa abrir a porta de volta.
Estou clicando em números aleatórios, nada acontece. Por isso tento a alavanca vermelha.
A escuridão some, e tudo está claro agora, não preciso nem ao menos da lanterna do meu celular. O chão está tremendo, e me sinto tonta. Foi uma péssima ideia.Acordei. Minha cabeça dói tanto. Me lembro de tudo que aconteceu. Os garotos... minha bicicleta... o buraco... a máquina...
Olho para os lados, estou no mesmo beco sem saída, quer dizer, não tenho certeza se é o mesmo. É um beco sem saída, mas muito diferente. Não tem mais um buraco no chão, por exemplo. Mas de certa forma, como eu vim parar aqui? Eu não estava presa dentro daquela máquina?
Me levanto, e só então percebo que estou usando aquele tipo de vestido que as garotas costumavam usar nos anos 60. É bonito, mas eu não me lembro de estar usando um vestido, eu me lembro de estar usando calças jeans preta, rasgada, meia rastão, uma camiseta cinza da banda Queen, e um All Star velho. Bem, o All Star velho é a única coisa que permanecia comigo. Nem meu celular mesmo está mais comigo, juro que tentei procurar, mas desisto.
Começo a caminhar para fora do beco, tentando entender ainda o que tinha esquecido. Será que alguma coisa fugiu da minha cabeça e não consigo lembrar como sai da máquina e vim parar aqui? Ainda mais, como vim parar aqui e com essas roupas?
O sol bate forte no meu rosto, olho para as pessoas, estão todos com roupas que costumavam ser usadas nos anos 60, na verdade os carros também tem essa pegada de 60, NA VERDADE, tudo aqui tem a bonita pegada dos anos 60. Me sinto realmente em 1960.
Minha cabeça está girando, latejando. Mas não posso ter um tipo de desmaio novamente. Será que estou sonhando?— Moça, você está bem?
Olho para o lado, e tem uma jovem. Ela usava um vestido parecido com o meu, só que mais curto, e não usava All Star. Eu não sei o porquê, mas ela é tão parecida com a Senhora Parker.
— Sim... pode me dizer em que anos estamos?
— Ora, ora, que pergunta! É 1964.
— 1964?!
— Moça, certeza que a senhora está bem?
— Qual o seu nome?
— Bella Parker.
— Senhora Parker, é você?
— Não me chame de senhora! Eu pareço uma velha?
— Não, eu não quis dizer isso!
A Senhora Parker mais jovem cruza os braços.
— Nos conhecemos?
— Ah, não senhora... Bella Parker! Eu tenho que ir, tudo bem?
Ela deu de ombros, e saiu bufando. Com certeza estava brava por eu ter de alguma forma a chamado de velha.
Olho para os lados, e não posso acreditar que estou mesmo em 1964. De repente estou me dando conta, não estou apenas em 1964, estou em Liverpool, disso eu sei porque a Senhora Parker nasceu em Liverpool, só foi para Nova York depois que decidiu abrir sua biblioteca quando ela tinha mais ou menos 60 anos.
Talvez seja um sonho, mas também talvez seja a máquina... então máquinas do tempo são realmente possíveis?
Estou beliscando meu braço, mas não acordo.
Puta merda, existe uma maldita máquina do tempo!
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Por favor, salve The Beatles
Science FictionAlice Scarlett, é uma jovem de 14 anos, que apesar de viver no século XXI, carrega uma grande paixão pela banda dos anos 60, The Beatles. E é por isso que Alice embarca em uma grande aventura para que os Beatles durem muito mais tempo, e não que par...