Prólogo

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Três Anos Antes

Ela era perfeita! Ele pensou enquanto seguia a bela mulher que caminhava tranquilamente através da Pont Saint-Miche, a vista noturna em Paris era perfeita e a garota só fazia jus a ela..

Seus cabelos lisos, pretos na altura da cintura, balançavam conforme ela desfilava. Sim aquela mulher não caminhava ela desfilava. Ele vinha em direção oposta, quando se deparou com aqueles imensos olhos verdes brilhantes como esmeralda lapidada, a pele muito clara somente contrastava com os lábios cheios e rosados. Esguia, cerca de 1,74 não era baixa para seus padrões, mas também não era alta, seu corpo era curvilíneo não aparentando o excesso de magreza que tinha as parisienses. Vestia-se com um simples vestido verde na altura dos joelhos, era de alça, e deixava parte de suas costas a mostra, revelando uma camada clara e cremosa de pele.

Mas o que o fez dar meia volta e começar a segui-la, foi o cheiro inebriante que ela emanava. , Cheiro que parecia desprender-se de seu corpo marcando qualquer um que estivesse em seu caminho. Ele a seguiu por mais alguns metros até que a bela morena, parou repentinamente, ela virou de um supetão, e quando falou foi como se ele tivesse ouvido a mais linda melodia. O mundo parou e encantado ele só queria que ela dissesse mais alguma coisa, qualquer coisa somente para ouvir o som daquela voz mais uma vez.

- Por acaso está me seguindo? - ela perguntou em francês, carregava um leve sotaque mas ele não poderia dizer exatamente de onde era.

- Oui. - ele respondeu petulante também em francês. Formado em jornalismo, Fred foi obrigado a se especializar em várias línguas, sem contar que sua prima e companheira em sua segunda profissão Solene, o obrigava a fazer várias pesquisas que costumava envolver diferentes idiomas.

- Por que me segue? - a garota perguntou enquanto levava as mãos à cintura e batia a ponta de um dos pés contra o chão. Por que a seguia? Fred pensou. Por que mesmo sendo brasileiro, mulherengo e acostumado com as mulheres mais lindas, ele nunca havia visto nenhuma como ela. Capaz de deixá-lo de pernas bambas somente ao som da sua voz.

- Por que eu gostaria de convida-la para um jantar ou quem sabe um drink- ele disse sem pensar.

- Talvez eu não queira sair com estranhos. - ela retrucou, erguendo uma sobrancelha travessa, e ele viu quando seus olhos aquelas esmeraldas brilharam com mais intensidade.

- Eu posso deixar de ser estranho se você quiser. Sou Fred.- Ele ofereceu, enquanto estendia a mão em sua direção. Relutante ela retribuiu o gesto e quando suas mãos se tocaram Fred sentiu como se o mundo parasse, como se nada mais existisse, somente o toque quente e aveludado daquela mulher, uma corrente passou por eles causando o mais poderoso frisson em seu corpo.

- Olá Fred! Sou Aisha... - ela disse de uma forma totalmente graciosa. Mas foi somente quando ela sorriu, exibindo dentes perfeitos e brilhantes que Fred pode realmente sentir sua energia. Foi somente quando ela sorriu que ele reparou no pequeno e gracioso par de presas que ela possuía. Aisha era uma vampira.

Sendo portador de um sopro Fred era ciente da existência de seres sobrenaturais. Sua segunda profissão, um mercenário com poderes de psicometria, normalmente envolvia vários imortais seja para servi-los ou mata-los. Durante o dia ele era jornalista, trabalhava em uma das maiores emissoras em seu país o que muitas vezes facilitava suas pesquisas para o segundo trabalho. Ajudar sua prima Solene e também portadora a matar qualquer um que valesse o preço. Mas mesmo sabendo da existência desses seres, ele nunca deparou-se com uma vampira tão linda. Ao contrario dos de sua espécie Aisha tinha a pele clara e rosada, e um toque quente que o levou a querer segurar suas mãos por mais algum tempo. Por um momento ele pensou em desistir e deixa-la seguir seu caminho. Mas ao ouvir o som de sua voz novamente, o desejo de estar mais algum tempo com ela somente aumentou. Levando-o a insistir em seu convite.

- Eu aceitaria um drink Fred. - Ela respondeu em tom cálido.

- Um drink, vampira? - ele confirmou novamente, deixando claro que sabia o que ela era. Para Fred naquele momento não importava, tudo o que ele queria era passar mais algum tempo ao lado dela, se possível o resto de suas férias.

***

Aisha olhou para o belo estranho que caminhava ao seu lado. E um leve sorriso passou pelo seu rosto. Ela não costumava aceitar convites de desconhecidos. Seu irmão Ives era um tanto possessivo e raramente a deixava sair sozinha, e quando saia mesmo acompanhada, não tinha autorização para falar com estranhos.

Ela sabia que era para sua própria segurança. Sendo os últimos de uma raça especial de vampiros eles deveriam ser cautelosos, encontrar o parceiro perfeito e manter sua linhagem era o mais importante naqueles dias. Mas a noite em Paris estava linda, não fazia frio, Ives havia saído em uma missão, ela achou que não haveria problema algum dar um pequeno passeio pelas ruas da cidade luz.

Atravessava San Miche quando percebeu que estava sendo seguida. No primeiro momento tentou caminhar tranquilamente como se não tivesse percebido sua presença, mas o homem continuou se aproximando cada vez mais. Ela não teve medo, ela era uma vampira, dificilmente morreria sob qualquer circunstância, mas a curiosidade falou mais alto. Ela virou-se abruptamente querendo saber por que o estranho a seguia.

E foi quando ela o viu, que percebeu estar perdida, ele era um portador sua energia era vibrante, não poderia mata-la, mas certamente poderia causar algum dano. Decidida a não temer nada, ela o encarou reparando minuciosamente em cada parte dele. Não aparentava mais que trinta anos. Cerca de 1,90, vestia-se com esmero, calças pretas, uma camisa branca com as mangas dobradas até os cotovelos, que fazia um contraste delicioso com sua pele bronzeada e o "tag heuer" dourado em seu pulso, seus cabelos era de um castanho claro, emoldurando um rosto másculo e a boca bem desenhada, o queixo quadrado e firme. Mas o que realmente chamou sua atenção foram os olhos de um castanho quase dourado, acompanhados de cílios espessos.

Certamente ele era lindo e carregava uma aura de poder e autocontrole que poucos homens tinham. Aisha naquele momento decidiu que valia a pena dar ao estranho alguns minutos de sua atenção. Além do mais ela poderia se divertir.

Arkell -2  Para sempre meu...Onde histórias criam vida. Descubra agora