fourty four

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"Someone's gotta go

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"Someone's gotta go."

chapter fourty four - because I need you

Quando os garotos chegaram, a primeira coisa que fiz, foi abraçar Jack apertado, na esperança de juntar todos os meus caquinhos.

Ele chorava tanto. Sua olheiras e seu cabelo bagunçado (agora não mais cacheado) me provavam de que ele passou a noite em claro.

Zach dizia palavras doces, enquanto me abraçava apertado. O mesmo faziam Daniel e Corbyn, que pareciam prestes a chorar apenas por olhar na minha cara. Jonah não dizia nada, ele apenas me abraçava como se eu fosse a coisa mais frágil do mundo, e estivesse prestes a quebrar a qualquer toque no mundo.

-Sinto muito por não estar aqui quando tudo aconteceu. - Ele sussurra, segurando meu rosto entre suas mãos.

-Jonah... - Tento dizer, mas ele me interrompe.

-Lola, me perdoa? - Jonah soava tão desolado. -Eu prometo que serei um namorado melhor, e que...

-Jonah... - Segura seu rosto entre minhas mãos tremulas e frias. -O que você está fazendo?

-É culpa minha, Lola. - Sussurra. -Se eu estivesse aqui, poderia ter sido diferente...

-Amor... - Digo estas palavras pela primeira vez. Vejo seus olhos brilharem. -Nada e nem ninguém poderia alterar o que aconteceu. -Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. -Ninguém tem culpa, e, pela primeira vez, eu entendo isso.

-Lola, mas e se...- Ele tenta dizer, mas junto nossos lábios, devagar.

-Mas nada, Jonah. - Digo, enconstando nossas testas, e sentindo sua respiração ficar tensa. -Você está aqui agora, e isso é tudo o que importa pra mim.

-Eu te amo. - Ele diz, me abraçando carinhosamente enquanto acaricia meus cabelos.

Me permito chorar.

[...]

-Eu vou cantar aquela música. -Jack diz, assim que o discursso de um de nossos parentes acaba.

-Você acha que consegue? - Sussurro, entrelaçando nossos dedos. Jack confirma. -Era a preferida de papai.

-Eu sei. - Ele sussurra. -Se eu não conseguir...

-Eu te tiro dali. - Afirmo.

-Obrigado. - Jack sorri, triste.

Após mais alguns discurssos da qual eu me torturava a ouvir, Jack e Daniel apareceram com um violão.

Lily segurou minha mão, parecendo prester a explodir. Jonah estava tenso ao meu lado.

A voz única de meu irmão soa pelo cemitério. Minha mãe desaba outra vez. Ela não havia parado de chorar um segundo sequer.

- I want you to know
(eu quero que você saiba)

That It doesn't matter
(que não importa)
Where we take this road
(para onde essa estrada leve)
Someone's gotta go
(alguém tem que ir)
And I want you to know
(e eu quero que você saiba)
You couldn't have loved me better
(você não poderia ter me amado melhor)

You know that I love you so
(você sabe que eu te amo tanto)

I love you enough to let you go
(eu te amo o suficiente para te deixar ir)

I want you to know
(e eu quero que você saiba)
That It doesn't matter
(que não importa)
Where we take this road
(para onde essa estrada leve)
Someone's gotta go
(alguém tem que ir)
And I want you to know
(e eu quero que você saiba)
You couldn't have loved me better
(que você não poderia ter me amado mais.)

Jack para de cantar, respira fundo, fecha os olhos, e aperta o microfone ainda mais entre seus dedos.

- Remember all the things we wanted? Now all the memories they're haunted.We were always meant to say goodbye

Meu peito subia e descia de forma desesperada. Não conseguia mais enxergar nada pelas lágrimas em meus olhos. Não consegui prestar atenção no discursso de Jack.

Jonah precisou me tirar dali.

Ver o caixão ser enterrado, levando junto dele uma das únicas pessoas que eu amei verdadeiramente, é a pior sensação do mundo.

A ficha tinha finalmente tinha caido.

Eu jamais veria suas expressões confusas quando eu falava algo sobre a moda, ou a arte. Jamais ouviria suas piadas ruins, ou sua risada divertida. Jamais sentiria seu cheiro que me lembrava infância. Jamais sentiria seu abraço, que tinha forma de lar.

Jamais. Jamais. Jamais.

Essa única palavra rodeava minha mente de forma obscura, enfraquecendo todas as lembranças mais doces que eu tinha.

Não consegui terminar de ouvir o discursso do meu irmão, ou sequer ver o caixão ser enterrado. Era torturante apenas estar ali. Sinto meu estômago embrulhar, mas não consigo me mexer.

Não sei o que houve, ou até mesmo como, mas acabei na minha cama naquela noite.

[...]

Acordei no meio da madrugada no susto. Apesar do frio, eu suava. Não conseguia pensar direito.

Levantei-me apressada, correndo em direção da sala. Foi tudo um sonho?

Jonah dormia no sofá.

Não, não era e não foi um sonho.

A sensação vazia preenche outra vez meu peito, e eu preciso me segurar para não cair. 

-Lola? - A voz sonolenta de Jonah preenche o vazio, chamando minha atenção.  Ele levanta apressado para me segurar, quando miseravelmente tento caminhar até ele. -Qual foi a última vez que você comeu algo?

-Eu não sei. - Sussurro.

-Você precisar comer alguma coisa Lola, ou... - Seu tom cuidadoso me acalmava.

-Ou o que? Você acha mesmo que tem como as coisas piorarem? - Começo a chorar uma outra vez.- Essa dor nunca passa, Marais?

-Não. -Ele balança a cabeça de um lado para o outro devagar. -Mas ameniza aos poucos, e você aprende a conviver com ela.

-Eu não quero conviver com isso, J. - Começo a chorar feito um bebê novamente. -Eu sequer quero continuar aqui!

-Mas você vai. - Sua voz era rude agora. Jonah segurava meu rosto entre suas mãos, e me encarava sério apesar do escuro que nos rodeava. -Você vai, porque é Lola Avery, bebê. Você vai, porque várias pessoas te admiram e te amam. Você vai, porque você é forte. Você vai, porque precisa conquistar os seus sonhos. Você vai, porque eu preciso de você, Lola. - Era a sua voz que falhava agora. - Merda, eu preciso tanto.

"Porque eu preciso de você."

"Porque. Eu. Preciso. De Você."

Essa frase dita por Jonah foi o meu calmante. Adormeci em seus braços pouco tempo depois, deixando as lágrimas secarem.

Jonah precisava de mim.

E, céus, ele não fazia idéia do quanto eu preciso dele também.

got you on my mind • jonah marais {why don't we}Onde histórias criam vida. Descubra agora