CAPITULO 1 - BRIANA

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O velho Simon já estava ficando irritado, a horas estava esperando em uma humilde taverna escondida no meio do reino, ele a toda hora resmungava:

-Onde está aquela maldita mulher! Como ela pode deixar alguém como eu esperando neste maldito lugar!

O dono da taverna querendo acalmar seus ânimos responde com um calmo e sereno olhar:

-Senhor almece, ela já deve estar chegando.

Quando ele havia acabado de terminar sua frase a porta abre entra uma mulher encapuzada e um outro rapaz junto a ela, Simon olha eles de cima a baixo e começa a gritar histericamente com eles, mas ela não poderia culpa-lo por ficar irritado, quando o velho tinha finalmente se acalmado, ela o puxou para uma mesa mais reservado daquele lugar, quando se sentaram, ele começou perguntando:

-Então, eu fui chamado aqui pelo seu líder, e nem ao menos sei os seus nomes, e nem sei quem são vocês, seu líder sabe que eu não aceito qualquer trabalho, então por que ele mandou justamente vocês para me convencer?

-Como então você pode gritar conosco sem ao menos saber quem éramos? – Disse em tom de deboche o jovem irritado.

-Seu líder falou que viriam dois jovens, uma bela garota de olhos claros, e cabelos loiros e um moleque qualquer com cara de plebeu! - Quando ele falou isso o rapaz ficou muito irritado, ele não gostava de ser menosprezado.

- ahhh então vai ser assim ne? Seu velho...

A garota furiosa bateu a mão na mesa impedindo que o jovem terminasse sua frase.

-Meu nome é Briana, e esse ao meu lado se chama Matias, nós viemos... – o velho Simon pulou na cadeira, tirou sua espada e falou com um olhar ameaçador:

-Me dá um motivo para eu não te matar agora? Você não é só uma pessoa, você e o filha da rainha, a sua mãe tirou tudo que eu tinha, inclusive minha família!

Briana suspirou profundamente, colocou a mão no rosto do velho Simon, com um olhar acalentador, abriu um enorme sorriso para ele e disse com uma voz doce:

- Vou te contar tudo o que aconteceu, tudo bem?

E Simon com o coração amolecido com aquela cena, não poderia negar.

Desde quando eu era pequena, mais ou menos meus doze anos, eu fui apaixonada por um jovem, seu nome era Vladimir, ele na época era apenas um ano mais velho que eu, ele era um nobre e sua família visitavam todos os fins de semanas nosso palácio, e por conta disso ficamos muito amigos, passávamos o fim de semana inteirinho brincando, e foi meio inevitável e acabamos nos apaixonando, quando minha mãe descobriu ela ficou muito irritada por algum motivo que até ali eu não entendia, ela começou a fazer a cabeça de meu pai para que ele também fosse contra.

Então nossos pais, tanto do Vladimir, quanto os meus nos separaram, eu mesmo assim não me importava só queria estar com ele, porém Vladimír começou a agir de forma estranha, dizendo que não podíamos ficar juntos mesmo pouco tempo antes ele dizendo que me amava, mas sempre fui muito permissiva, por que quando você ama tem que deixar ele livre, não é? Mas eu mesmo assim eu fiquei muito mal, porque querendo ou não era meu primeiro amor, e aquilo era como se fosse meu pequeno mundinho, sabe? Ele e meus pais era como um porto seguro onde quando eu precisasse eles estariam ali por e para mim, e nesse momento parecia que todos estavam contra mim.

Depois de um tempo, quando eu já havia jogado tudo o que tinha acontecido dentro de uma caixa dentro do meu subconsciente, e claramente não queria lembrar mais da perda do meu amado, embora eu acredite que eu não tenha culpa nenhuma, eu acabei indo em uma viajem, a qual minha mãe havia preparado, era como se fosse um curso de etiqueta, onde eu ia aprender a como se portar em público, ou até mesmo o jeito certo de se sentar em uma mesa, e eu até não achei ruim já que era meio desastrada, passei cerca de um ano fora e quando eu voltei de viajem, tudo aparentemente estava igual, voltei a fazer minhas tarefas como princesa, que era basicamente estudar o dia inteiro. Passando-se alguns dias quando eu estava indo para o banho ouvi duas criadas conversando e elas diziam em forma de cochicho:

-Você ficou sabendo da princesa?

-Não, o que houve?

-Sabe esse tempo que ela ficou fora?

-Sei sim menina!

-Eu ouvi um boato que ela enganou os pais dela, e na verdade foi e atrás do Vladimir!

-Não acredito, serio isso?

-Eu ouvi dizer que é verdade.

Eu fiquei muito irritada com aquela história e perguntei onde ela havia escutado esse boato, elas não haviam percebido minha presença até o momento que eu falei com elas, então gaguejando umas das criadas disse que a rainha havia espalhado aquilo. Então eu corri daquele local para o meu quarto, eu não podia acreditar no que estava acontecendo, o meu mundo tinha caído pela segunda vez, e eu não podia mais confiar em mais ninguém, como poderia acreditar em alguém se até minha própria mãe me difamava por aí, mas não poderia deixar daquele jeito, então fui até minha mãe e perguntei o porquê dele ter feito isso, e ela simplesmente me respondeu dizendo que era pra algo muito maior, com um sorrisinho malicioso, e eu não podia mesmo acreditar nisso, como pode uma mãe ser tão fria assim, porém fui a procura de meu pai, quando eu cheguei em seus aposentos ele estava com um olhar de preocupado no rosto, eu cheguei perto dele e perguntei:

-Pai, o que tanto lhe aflige?

-Filha você não sabe o que se passa dentro das paredes desse palácio, descobri algo horrível, mas nesse momento você precisa fugir!

Eu fiquei tipo, mais que raios estava acontecendo, tipo eu acabava de chegar de viajem, pessoas estavam falando mal de mim sem nem mesmo me conhecer, e para piorar tinha sido minha mãe que havia me difamado, e agora quando eu vou perguntar sobre isso para meu pai, e ele fala que eu preciso fugir? Eu acreditava em nada que estava acontecendo, mas meu pai realmente parecia estar falando sério, então perguntei para ele como eu faria isso, ele arrancou uma chave que estava presa a um colar em seu pescoço, puxou seu armário e falou para eu fugir por aquela passagem.

Deus sem nomeWhere stories live. Discover now