Meados de 1915-como minha filha está ?-Aurora pergunta pela miléssima vez naquela tarde.
Do mesmo jeito senhora Aurora,ela não para de "lutar com os demônios do seu hospital"-O doutor suspira
-Ela está louca ?-Filipe pergunta
-Louca não é a palavra Filipe,Audrey tem um transtorno.-Aurora bate no braço do marido.
-Você é a psiquiatra,não eu - Filipe se desculpa.
-Ela pode se curar ?- Aurora não tinha coragem de examinar a própria filha,não no estado que a jovem se encontrava.
-Sinceramente,eu acho que ela pode controlar,com a medicação e tratamentos certos é claro-O médico sorriu encorajando os pais da garota.
-Obrigada doutor - Aurora suspirou, ela ouvia aquela frase de todos os médicos do hospital,e por essa razão,contratou um especialista,mas foi apenas jogar dinheiro fora.
O problema era,os remédios e tratanentos"certos não estavam fazendo efeito em Audrey e o seu transtorno estava ficando cada vez pior.
{...}
-Senhorita Audrey, seus remédios -A enfermeira adentrou o quarto e encontrou a filha dos donos sentada na janela, agarrada nas grades murmurando coisas sem sentido e palavras desconexas .
-Senhorita Audrey, pela miléssima vez,a janela não é uma cadeira para a senhora ficar sentada- A enfermeira suspirou, mas como sempre foi ignorada.
-Eu não sei o seu problema com a cama -A velha senhora suspira e arranca a garota da janela.
-E...Eles não me deixam ficar na cama-Audrey balbucia.
-Claro, aqui, tome os seus remédios, a mulher revira os olhos e entrega as pílulas para Audrey, que toma obedientemente sabendo que aquilo a faria dormir, mas não a faria escapar deles.
-Boa tarde senhorita- A enfermeira se virou para sair da sala.
-N...Não, eu não posso ficar sozinha-Audrey puxou o avental da mulher.
-A senhora estava sozinha esse tempo todo, tenho certeza que ficará bem- E a mulher continuou seu percurso para fora do quarto.
NÃO, ELES VÃO ME BUSCAR ESSA NOITE- Audrey gritou em plenos pulmões, mas a enfermeira a ignora como ignorava cada apelo de cada paciente daquele hospício.
Eles vieram.
Continua?