"Um abraço carinhoso que se torna um lugar seguro, o lugar onde realmente nos sentimos em casa, nos braços da pessoas amada" - Do Gales
— Feliz aniversario, Demir — Eu disse arrumando a velinha encima do pequeno bolo — Não se preocupe, fiz com leite de amêndoas! — Sorri afastando os cabelos que o vento teimava jogar em meu rosto.
— Ai Demir, você ficaria louco se visse a bagunça que ficou em casa — Disse rindo e agitando as mãos — Eu queria que você visse — Completei com um suspiro sentindo as lágrimas encherem meus olhos.
—Of Selin of! Você prometeu não chorar, pelo menos não na frente das...
— Mamaaãe! — Seu gritinho me interrompeu e me virei automaticamente para trás ao som dele.
E meu mundo parou. Como sempre acontecia.
Ela vinha correndo, seus cabelos castanhos claros, como os dele, soltos voando para todos os lados em volta de sua cabeça, o vestido que ela mesma escolhera para o aniversario do papai balançada para lá e para cá.
— Pare de correr! Você vai cair! — Dirigi meu olhar para a voz que vinha a alguns metros atrás dela, gritando.
Meu homenzinho protetor! Ah Demir, ele se parece tanto com você. Seus cabelos, seus olhos, seu sorriso. Ate o olhar e o jeito autoritário parece você.
— Mamãe, você não comeu o bolo não é? — Perguntou ela com sua vozinha infantil, me estendendo os braços para que eu a ajudo-se a se sentar ao meu lado.
— É claro que não! Estava esperando vocês — Assegurei tirando os cabelos de seu rosto.
— Você tem que parar de correr, quer cair e ir para o hospital de novo? — Perguntou meu garotinho assim que se aproximou, me entregando a flor que trouxera de presente, e já estendendo seus braços para que o colocasse sentado ao lado da irmã.
A visão era de tirar o fôlego.
— Mãe, você acha que o papai vai gostar dessas flores? Tio Vedat disse que sim — Perguntou ele preocupado.
— Mas é claro que vai, Peter — Assegurei a ele com um sorriso e olhei as flores que ele trouxera. As mesmas flores que eu já dera a Demir uma vez, as mesmas que rego dos os dias pela manhã.
— E cadê o tio Vedat? — Perguntei olhando ao redor.
— Ele disse que vem depois... — Respondeu minha garotinha, distraída — Mãe, ele vai gostar da conchinha né? Eu nunca trouxe conchinhas pro papai— Perguntou encarando o objeto em suas mãos.
— Papai vai adorar o presente, Wendy — Prometi beijando seus cabelos e olhando para o céu para evitar que as lagrima se formassem.
—Que bom — Sorriu e se virou — Papai, eu queria trazer uma conchinha maior, mas elas ficam muito longe, e Peter não deixou eu ir escondido pegar — Começou a narrar suas histórias, como sempre fazia — Ele é tão chato as vezes — Abaixou o tom da voz secretamente, achando que não podíamos ouvir.
Peter olhou para mim e revirou os olhos. Lhe devolvi um sorriso e uma piscadela em companheirismo, e ele se juntou a ela em sua historia.
Ah Demir, sinto tanto a sua falta...
Parece que foi ontem que cheguei em casa e encontrei seu quarto vazio e aquela carta, ainda sinto a mesma dor no peito e falta de ar.
— Mamãe? Não precisa chorar, papai não gosta — Disse Wendy me tirando de meus devaneios, me olhando preocupada.
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Viraha
Short Story"Fiquei um tempo acariciando sua imagem. - Demir... Eu estou esquecendo o som da sua voz - Confidencie ao vento, soluçando - Mas eu jamais, jamais vou te esquecer. Você foi e é meu único amor - Prometi."