Us

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¨This world can hurt you
It cuts you deep and leaves a scar
Things fall apart, but nothing breaks like a heart¨

Nothing Breaks Like a Heart - Miley Cyrus


Amélie P.O.V

Nem sei o que pensar.

Sei que estou sendo amparada pelos braços de Alfie, e vislumbro meu filho em um gritedo desenfreado, batendo pés e balançando os braços ao me ver tão próxima ao chão. 

Nem mesmo Polly consegue acalmá-lo.

Tempos depois estou sentada com a cara quase para fora da janela do escritório, sendo abanada com um leque por Polly enquanto Michael Jr. chora no colo de Aberama, que estava irritado e não parecia querer se acalmar por nada nesse mundo. 

Piscando lentamente, miro o teto por alguns segundos na tentativa de recuperar os sentidos.

- Deus me perdoe, eu jurei que o Michael estava aqui. – franzo o cenho, jogando minha mão mole até o rosto da tentativa de tirar um chumaço de cabelo grudado pelo suor da testa.

- Mas eu estou.

A figura fantasmagórica de Michael volta para meu campo de visão, e se parece bem viva para mim. 

Ele está casualmente parado diante dos meus olhos, depois de dois anos.

Respiro fundo, sentindo uma onda dolorosa percorrer meu corpo.

- Quem é ela? – questiono, a voz enrolada, observando a figura loira que tinha cara de poucos amigos. 

Bebo a água que Alfie me serve rapidamente.

- Quem é você? – responde ela.

Baixando os olhos por alguns centímetros, é possível ver um volume em sua barriga, tímido mas evidente por trás do vestido.

- Papai! – chora novamente meu filho, em um misto sentido de agonia e desespero.

Quando Michael o pega no colo, ele não se contém. 

A manha e o choro continuam, esperneando o máximo que podia, eu nunca o tinha visto daquele jeito.

- O que tem de errado com ele? – pergunta Michael, assustado.

- Vem aqui. – Alfie estende os braços e Michael Jr. se lança, pegando seu verdadeiro pai desprevenido. – Pronto, a mamãe já está melhor, olha aqui.

Ele trás o bebê pra perto de mim e eu beijo sua mãozinha, dando um sorriso. 

No momento em que Alfie o segurou em seus braços as lágrimas pararam e ele se acalmou, soluçando alto e tremendo a cabeça junto ao fazê-lo.

- Mas que merda é essa? – esbraveja Michael, o dedo em riste acusador e de olhos furioso. – Ele é meu filho, por que te chama de pai?

- Quem é ela? – me coloco de pé, aproximando meu corpo do seu. 

Eu sonhei com isso tanto tempo, como nos reencontraríamos e seríamos felizes juntos, mas tudo está excepcionalmente fora de contexto, mal consigo olhá-lo sem querer brigar.

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