Meu coração é seu

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Um rei. Não por que vinha de  uma família real, ou algo assim, não nada disso, mas para seus amigos  ele era  um rei, verdadeiro e único Bakugou Katsuki, o cara que não tinha medo de nada, que fazia o que queria e quando queria, com uma individualidade extraordinária, sempre o melhor, até por que além de tudo isso ele é inteligente do tipo que tira boas notas sem muito esforço e  sejamos sinceros que criança e adolescente não deixaria isso subir a cabeça, ele acabou realmente em algum momento se sentindo melhor que todo mundo, acabou acreditando que por ter uma grande individualidade ele podia pisar em qualquer um.
Midoriya é seu amigo, mas por muito tempo foi sua vítima, ele agora tem a noção disso, ele era um cuzão, mas fazia isso para se sentir bem, por que ele sabia que não era melhor que ninguém, mas se ele fazia as coisas  que fazia e as pessoas achavam graça, isso significava que ele estava certo, ele também sabia que tirando o Midoriya nenhuma daquelas pessoas da escola anterior a UA eram seus amigos e ele foi um cuzão com seu amigo. E quando foram para UA ele começou a fazer  novos amigos, que não apoiavam bullying, amigos  que mesmo se ele fizesse merda e mesmo se dessem bronca nele iriam estar lá, Kaminari, Mina, Sero e Kirishima, assim como Midoriya que aguentou muita coisa, esses eram seus amigos de verdade. Também tem Uraraka a quem ele aprendeu a respeitar como uma igual.
E agora nesse momento derradeiro ele se pergunta se ele mereceu esses amigos? E agora só agora ele percebeu que quando entrou na UA ele conheceu alguém realmente precioso, alguém com cabelos espetados estúpidos,  dentes pontiagudos e a pele mais dura que um diamante, mas com um coração puro e bom, o único que desde  o começo, Bakugou jamais quis ferir, seja com palavras ou ações, por que apesar de ser casca grossa por dentro Kirishima é como um marshimello. E foi assim, ainda tão jovem que Katsuki percebeu duas coisas, uma era nunca dê as costas para seu inimigo, ele não sabia o que havia acontecido, mas ele sabia que tudo ficou escuro na hora e nesse momento entre a ardência na cabeça e o sangue... ele pensou nisso tudo e o que mais doía em seu coração era o fato de que ele não havia  conseguido dizer a Eijiro... dizer, na verdade o plano dele era beijar o de cabelos vermelhos, sem dizer mais nada, por que na cabeça dele isso faria com que Kirishima entendesse o que ele estava expressando.
Eles estão juntos a bastante tempo, desde a época da escola e bem, o loiro disse: “Eu te amo, mas não se acostuma em ouvir isso.” É ele realmente não podia se acostumar por que Bakugou não disse mais, não por que não amava, mas por que simplesmente não é da personalidade dele dizer essas  coisas, ele cuidava, protegia e amava, sempre, mas não precisava ficar falando e agora tudo que ele queria era poder  ver aqueles grandes olhos castanhos mais uma vez. Mas ele não conseguia abrir seus próprios malditos olhos só ouvia poucas coisas a distância.

                         *****
Red Riot estava patrulhando quando seu celular tocou, ele não deveria atender, mas mesmo correndo o risco de parecer bobo, ele sentia que precisava atender e o ruivo não podia estar tão certo, ele correu para o hospital ainda com seu uniforme, não era nenhum segredo que Red Riot  e King of explosion murder estavam juntos. Quando ele chegou Midoriya estava lá, Kiri e Izuku são os dois números de emergência de Katsuki, mas isso tudo não parecia real, Bakugou  é aquele tipo de pessoa que parece que nunca vai se ferir e saber que algo grave o sufiente para ele ir para  o hospital era doloroso e ao mesmo tempo parecia irreal.
- Onde ele está? – Kirishima pergunta para o rapaz de cabelos verdes a sua frente.
- Tudo que sei é que ele entrou para cirurgia....
- O que? – Ao passo Midoriya ia explicando o que havia acontecido ele ouvia, mas não registrava, estava em choque, duro por fora um marshimello por dentro como Katisuki costuma dizer.
Foi algum tempo depois que ele conseguiu se acalmar, Bakugou estava salvando um monte de crianças de dentro de um museu que estava sendo assaltado, ele acabou com a maior parte dos bandidos, mas havia  uma mulher, sem individualidade e com uma pistola na mão, Katsuki levou um tiro na cabeça, o estado dele  era crítico, a cirurgia era delicada, foram as piores  horas da vida de Eijiro, mas na manhã seguinte ele recebeu a notícia que a cirurgia havia sido bem sucedida e agora só restava esperar.
E ele esperou, sabia que o amado não acordaria de um dia para outro e tudo estaria  normal, não, mas sabia que as coisas voltariam ao normal aos poucos.
- Você precisa  ir descansar. – A sogra falou, ele já estava lá a  três dias.
E foram assim por mais de  um mês, os amigos também vinham sempre, tudo era muito doloroso, mas havia uma progressiva melhora e tudo caminhava para  ele ficar  bem, mas angústia maior era que ele não acordava.

                      ****

Ele estava acordado, quer  dizer não exatamente, ele sabia o que estava a sua volta por que podia ouvir, por exemplo; Ele sabia que estava agora em um quarto, seu pai e  All Might o  visitavam  bastante, assim como Sero, Mina e Kaminari, Kirishima vinha  todos os dias assim como sua mãe e Midoriya, ele também sabia que não estava mais entubado, podia ouvir os médicos e podia ouvir tudo a sua volta e hoje em especial ele parecia ainda mais lúcido e dono de suas ações.
- Moleque, você sempre foi um cabeça dura, agora é a hora de continuar sendo. – Era a voz de sua mãe. – Você tem que acordar. – Ele sentiu ela pegar sua  mão, antes não estava sentindo nada, mas agora podia sentir seu corpo e não tinha percebido até sua mãe o tocar. – E agora não é hora de me contrariar, se você não acordar  eu vou te dar um cascudo. – Havia em sua voz um tom de brincadeira sem ânimo que partia o coração de Katsuki.  – Eu... nos precisamos de você. – Ela da um beijo em sua testa. Ele queria dizer que  estava ouvindo e para ela parar com toda essa conversa emocional que não parecia ela, mas ele não podia. Aquele dia todo ele passou com a mãe.
No dia seguinte ele recebeu a visita do Deku e do Meio-a-meio e só depois que Kirishima chegou.
- Sabe, eu conversei com os médicos. -  É e ele tinha ouvido tudo. – É só questão de tempo, a resto... resso.... – Ressonância gênio! -  Ressonância e inchaço diminuiu você vai acordar em breve e  eu vou te levar para  comer a comida mais apimentada do planeta! Eu não sei onde fica o lugar que tem, mas vou te levar e também... também.... – A voz de Kiri quebra. -  Eu só queria ouvir você gritando comigo por que “Não existe  regra dos cinco segundos, seu estúpido!” ou quando você acha que eu sou bonzinho demais, mas eu sei que você vai acordar e dizer, para de chorar e eu sei isso não é nada másculo, sabe? Mas aqui estamos e eu só quero.... – Ouvir a voz chorosa do amado era doloroso demais, ele não podia, era demais para ele, ele sentiu uma força que veio sabe- se lá de  onde e então ouviu uma pequena explosão. – Você... aí merda tá  pegando fogo! Eu vou chamar os médicos! – Ele dá um beijo rápido em Bakugou e sai correndo.
Foi aos poucos como se ele tivesse  que reaprender tudo e bem, ele era bem teimoso e tudo foi mais rápido que deveria ser, quando tudo estava restabelecido, Bakugou só podia pensar em uma coisa, ele não podia perder a chance de ser  feliz. Tudo planejado um encontro em um lugar  bonito, escolhido com a ajuda do Sero e da Mina por que o Kaminari estava muito ocupado com o namorado desanimado dele.
- Eu quem deveria estar fazendo isso por você! – O de cabelos vermelhos disse e Katsuki revirou os olhos.
- Tá, que seja, senta aí. – Bakugou diz dando um sorrisinho.
- Ok, o que vamos fazer? – Kiri pergunta animado.
- Vamos lá, vou te dar  uma  dica: Estamos em um restaurante, o que as pessoas fazem em um restaurante? – Ele pergunta enquanto senta também.
- Eu sei, mas qual motivo especial...
- Desde quando preciso de um motivo especial para trazer meu namorado....
- Fala logo! Sero me disse que você tem uma surpresa para....
- A MAS EU VOU MATAR AQUELE...
- Sossega e me diz logo. – Ele estava achando que iria comer algo especial até por que o Sero contar para ele foi combinado também. – Ele me disse que tem haver com fondue...
- Você quer casar comigo? – As palavras somem da boca do ruivo, enquanto isso o loiro pega em seu bolso uma caixa. – Eu te amo Kirishima. – De  boca  aberta e lágrimas nos olhos, o herói estava chocado.
- Eu... É claro que aceito! Também te amo! – Pulando de sua cadeira, fazendo um grande barulho e abraçando Bakugou com força. – Amo! – Ele beija os lábios do amado.
- Tá, agora senta aí é deixa eu colocar a  aliança no seu dedo, idiota. – Os dois acabam rindo e sim a aliança é colocada e eles comem fondue.



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