you are my kind of men.

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lembro nitidamente daquela noite que soa claramente como a cena de um filme romântico quando eu conto.

você com aquele cabelo longo e castanho, o sorriso matador que de primeira me tirou alguns suspiros.

estávamos indo tomar vodka na praça de uma igreja que ficava logo ali, na esquina da casa de yunoh, onde eu passaria a noite naquele dia.

dei meu melhor enquanto me arrumava, vesti a minha melhor e menos desbotada calça jeans, tive o trabalho de pendurar correntes nela porque ficaria mais estiloso e surpreendentemente bonito pra você reparar em mim, já que a maioria só se atrai pela minha aparência.

quando saí pelo portão do jung, você e mais um amigo estavam sentados no meio fio... mesmo com sicheng explicando como seria nossa saída, eu ainda sim reparava em você usando seu moletom azul que parecia enorme no seu corpo.

como o esperado não trocamos nem uma palavra sequer até que sentassemos no chão da praça e iniciarmos nossa incrível conversa sobre nossas semelhanças.

nada demais aconteceu ali na roda, sicheng batia papo com yunoh e vez ou outra jogava uma cantada à ten.

mas enquanto você falava, enquanto ria ou até mesmo enquanto tentava virar aquela porra de garrafa com líquido verde dentro, eu reparava em você. reparava em como seus dedos eram ridiculamente grandes ou em como seu pomo de Adão era marcado no seu pescoço... você era desajeitado, soava até estranho comparado às outras pessoas ali, mas eu gostei.

gostei de como você me fez rir das suas piadas sem graça só pra você reparar em mim como o "carinha que me acha engraçado" e por mais ridículo que pareça eu cheguei a montar poesias dedicadas à você em cada fração de segundo que meu coração bateu mais forte.

já iríamos pra casa, sicheng tinha horário pra chegar porque ainda morava com os pais e pelo visto yunoh, como o ótimo melhor amigo que é, só havia ido por minha causa.

no caminho, estávamos muito colados.

nossos braços enganchados e eu achando incrível você pular de faixa em faixa na faixa de pedestres sem o mínimo esforço pra alcançar a seguinte, já que eu, com meus um metro e sessenta e cinco, não alcançava a próxima sem dar um pulo.

me senti numa comédia romântica, ali já comecei a imaginar quantas vezes ainda faríamos isso e em como isso se tornaria um costume pra nós...

minha mente já nublada pelo pouco álcool que eu havia consumido e minha falta de controle em filtrar minhas palavras foram duas coisas que eu nunca vou conseguir esquecer.

me sentia engraçado naquela situação, segurando a mão de um japonês bonito e assistindo os carros passarem por nós enquanto sentia uma vontade tremenda de beijar sua boca.

mil perdões por ser direto, é que isso já não era segredo.

fomos abandonados pelos nossos amigos... ou será que fugimos deles só pra ficarmos sozinhos?

é, fugimos.

nos sentamos numa praça qualquer, o banco de concreto fazia minha bunda ficar toda achatada mas olhar seu rosto iluminado pelas luzes alaranjadas do poste não havia preço que pagasse.

yuta, você estava tão bonito.

eu juro que se pudesse, voltaria especificamente naquele momento pra poder tirar uma foto sua e acariciar seus cabelos macios e cheirosos.

algo queimava no meu peito mas eu até agora não sei nomear o que senti...

enfim, tivemos nosso momento, deitados numa garagem enorme e escura enquanto olhávamos os céus e eu dizia coisas bonitas pra você, enquanto chorava pela história contada por você onde no final você se diminuía de uma forma que acabou me machucando.

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⏰ Última atualização: Apr 11, 2020 ⏰

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