Capítulo 10

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Kamélia Sorthur

A pintora despertou com seu celular tocando alto. A música adentrando fundo seu ouvido, fazendo-a soltar um suspiro frustrado ao atender, mesmo amando aquela canção animada...

A dor de cabeça estava pegando-a de jeito.

— Alô? — murmurou, coçando levemente os olhos.

— Você estava dormindo? Ainda? — sua diretora perguntou séria do outro lado, acordando-a de toda a moleza existente em seu corpo.

No mesmo segundo, a garota juntou sua força quase inexistente e sentou-se na cama, sendo recebida pelo conforto da mesma, o que era estranho. Seu colchão geralmente era duro e fazia um barulho anormal sempre que se mexia, como se estivesse prestes a quebrar, mas optou por não se importar.

Mantendo os olhos fechados por causa da claridade que receberia caso os abrisse logo, falou:

— Não, desculpe, estou acordada. Super acordada — mentiu, tentando fazer sua voz soar animada. — Aliás, um bom dia, diretora. A que devo a honra da ligação?

— Conversei com o superiores — foi direta.

— Já?

— Como assim, já? São quase quatro da tarde, Kamélia. E a reunião durou três horas.

A menina ficou surpresa por alguns segundos, até que abriu os olhos para procurar seu relógio em volta do quarto. Parecia absurdo demais ter acordado em um horário tão tarde, por isso o susto.

Todavia, o que observou ao seu redor fez ela desistir desse ato e levantar-se da cama abruptamente, olhando ao redor.

Onde diabos estava?

Essa não era a sua casa.

— Filha da puta — o palavrão saiu antes que recordasse que ainda estava no telefone.

— O que falou? — Bae questionou.

— Nada, diretora Bae. Não disse nada. Eu só... sinto muito. Perdi a noção do tempo.

O xingamento não tinha sido para sua chefe, obviamente, e sim para si mesma, cujo agora, encontrava-se em um lugar totalmente desconhecido.

Como, pelos céus, havia parado em outra cama se não a dela? E por que não tinha acordado quando isso ocorreu?

Ela não havia bebido tanto assim noite passada e mesmo esse sendo o caso, era desconfiada o suficiente ao ponto de não conversar com certos estranhos. Muito menos dar algum tipo de liberdade em vão.

— Bem, em todo caso, já aconteceu mesmo — a diretora falou.

Caminhando em direção à porta, segurou a maçaneta, abrindo-a rapidamente e saiu do quarto.

— Então — começou a falar, sua voz calma, mesmo que quisesse gritar —, o que eles resolveram?

Os olhos passaram ao redor do curto corredor e por breves segundos ela quase desistiu de andar, por medo. Mas não podia. Tinha que sair daquele lugar e a única solução era encarar de frente.

No entanto, e se houvesse alguém ali?

E se ela encontrasse algo estranho?

Houve alguns segundos de silêncio e sua diretora expôs, no mesmo segundo que Kamélia começou a andar:

— Os superiores? Bem, sinta-se sortuda, minha querida, eles gostaram de você.

— Sério? — ela sorriu de felicidade, mesmo a situação não sendo lá das melhores.

The Demon:  heaven or hell? ❄ Kwon JiyongOnde histórias criam vida. Descubra agora