James Potter havia sido convocado com urgência por Dumbledore, a carta que recebera dizia que o espião fora capturado e que James precisava vir a Hogsmeage, no Cabeça de Javali mais precisamente no quarto 1. Não era o melhor lugar para uma reunião, mas talvez o impostor tenha sido pego lá.
Ele foi mesmo hesitante de deixar sua esposa e filho em casa sozinhos, Lily o convencera a ir, era importante e ela e Harry ficariam perfeitamente seguros sob o fidelius.
Chegando ao Cabeça de Javali James encontrou Sirius Black e Remus Lupin conversando baixo, os rostos sérios e raivosos, Potter esperou que eles não estivessem brigando novamente com a acusação ridícula de um deles ser o espião, mas talvez eles não estivessem uma vez que o espião foi capturado.– James- Sirius o viu primeiro – até que enfim, Dumbledore não nos deixou ver o desgraçado enquanto você não chegasse.
Mas Potter sentia falta de alguém
– Peter não foi chamado?
– Aparentemente não James – foi Remus quem respondeu, e o amigo não pode deixar de notar que Remus parecia exausto.
– Meus queridos meninos- chamou Dumbledore – Eu sinto muitíssimo por isso mas achei que vocês deviam ser os primeiros a vê-lo já que eram tão próximos
Dumbledore apontou para a porta, do lado de dentro para o espanto dos três marotos estava Peter Pettigrew inconsciente e amarrado.
– O que significa isso Dumbledore? -James perguntou exaltado e sem acreditar na insinuação que se fazia – Peter não pode ser o... Ele não seria capaz... – Ele continuou tentando negar o que via por vários segundos.
Remus assimilou a verdade com rapidez e olhava para o amigo com nojo e ódio, quantas vidas o espião tinha custado? Quantas operações deram errado e custaram a vida de combatentes da Ordem da Fênix e muggles inocentes e tudo por causa do maldito espião.
Sirius Black gritou com ódio
– Como você pode! Confiamos em você– Mas Pettigrew continuava desacordado–Devíamos ter notado você vivia estranho, não é Peter? Fugindo da luta, acusando Remus, sempre nervoso. Eu devia ter notado. Você é...
Mas uma verdade terrível ocorreu para Sirius que imediatamente se virou para um James ainda congelado pelo choque.
– James, o plano, Harry não está seguro!
"Plano? Que plano?" Se perguntaram Dumbledore e Remus. Foi quando uma sensação gelada passou por James e Dumbledore. As barreiras em Godric's Hollow haviam sido atacadas.
– Lily e Harry
Foram as únicas palavras ditas pelo Potter antes de aparatar apressadamente para casa.
James chegou a tempo de ouvir as tão temidas palavras
– Avada Kedrava!
– NÃO!
O quarto de Harry explodiu e James corria o mais rápido que podia em direção a porta e as escadas, mas o que encontrou no quarto do seu único filho despedaçou seu coração para sempre.
Lily, sua Lily, estava caída aos pés do berço como se ela fosse uma marionete cujas as cordas foram cortadas. Sua pele estava palida e seus olhos abertos e vazios.
James gritou palavras incompreensíveis e agarrou a mulher no chão, apertando a no peito e chorando para que ela não o deixasse. Ele não notou a falta do atacante ou a varinha branca no chão.
A falta de resposta era angustiante e James sabia que não tinha o que fazer, mas recusava se a acreditar que a mulher que tanto amou o tinha deixado.
Depois do que pareceram horas preso nesse pesadelo ele ouviu um choro alto, mas era possível? Harry estava morto, não estava? Era improvável que ele estivesse vivo, mas o choro se tornou palavras "papa papa" e ele acreditou no impossível.
James deitou o corpo da esposa no chão e se aproximou do berço do filho e o encontrou ferido e chorando, assustado. O choro foi passando a medida que ele reconhecia o pai e se acalmava com sua presença
– papa papa papa- repetia Harry entre soluços.
Duas pessoas irromperam pela porta e James reconheceu as vozes de Sirius e Remus
– LILY! - Gritaram ambos
James apertou Harry contra o corpo acalmando o filho e tentando conseguir algum consolo
Harry estava vivo, Lily deu sua vida pelo filho e por mais que James quisesse ter morrido com ela, ele cuidaria do filho, o último pedaço que restou da mulher que ele mais amou.
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O enterro foi simples e íntimo, James segurava Harry no colo e olhava desolado para o caixão que começava a ser coberto de terra, o filho era a única coisa que impedia James de se enterrar junto com a esposa.Sirius e Remus estavam ao seu lado eles não chorava mais embora seus rostos estivessem cansados e tão devastados com a perda quanto James.
O traidor Pettigrew, chamado assim por que os marotos não conseguiam mais pensar nele como seu grande amigo Peter, estava preso e aguardava julgamento ninguém duvidava que ele fosse condenado a Azkaban.
Ao redor do túmulo diversas pessoas que conheciam Lily, Alvo Dumbledore, professora Minerva, professor Horácio, Matilda Bagshot e membros da Ordem da Fenix.
Alice e Frank Longbottom se aproximaram com o pequeno Neville
– Lily vai fazer falta, sinto muito por sua família James – disse Frank com os olhos escuros – Estaremos aqui para o que precisar.
Alice não falou de início, apenas entregou Neville ao marido e abraçou James
– Ela gostaria que você fosse forte James, e pelo que conheci de minha melhor amiga– a voz dela tremeu –Ela não vai deixar vocês.
James assentiu, mas não disse nada. Ele não falava nada desde o ataque a Lily e Harry quase uma semana atrás, não importava quão insistentes fossem as pessoas que tentavam fazê-lo falar, parecia que Lily levara consigo a voz de James.
Depois do enterro James foi conduzido com Harry a casa de Remus que ficava numa região trouxa, mas distante o suficiente para não terem que se incomodar com vizinhos trouxas, lá Harry foi alimentado e colocado para dormir por Remus enquanto Sirius tentavam fazer James comer algo.
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Fazia seis meses desde a morte de Lily, Harry ainda perguntava insistentemente pela mãe e quando ela iria voltar, James sentia o resto de seu coração ruir sempre que ele perguntava isso.
Sirius e Remus foram atacados pela prima de Sirius, Bellatrix, há cerca de três meses, mas tinham conseguido pedir ajuda a tempo, ela agora estava presa junto de seu marido cunhado e Crounch Junior que a ajudaram no ataque. Diversos comensais estavam sendo presos e julgados agora que a guerra acabara.
Harry crescia silencioso, ainda tinha pesadelos com o que acontecerá no dia das bruxas e sentia a falta da mãe tanto quanto James. Ambos moravam no mundo trouxa por proteção, alguns comensais ainda estavam soltos e representavam riscos para Harry.
Alice Longbottom costumava trazer Neville uma vez por mês para brincar com Harry e conversar com James, mas o último pouco falava, ainda abalado demais com a morte da esposa.
– Ele vai melhorar – afirmou Alice ajeitando Neville nos braços enquanto se despedia de Sirius e Remus, que ainda tinham seus movimentos limitados depois ataque sofrido.
– Algum dia ele vai – concordou Remus – Mas a morte dela ainda está muito recente, ele se faz de forte para Harry e está quebrado por dentro, mas...
– James é forte – completou Sirius – Até mês que vem Alice e obrigada pela visita.
A mulher assentiu e aparatou na porta da casa, Remus e Sirius se entreolharam e voltaram para a Sala onde Harry cambaleava atrás da vassoura de brinquedo que lhe escapara das mãos.
Tudo ficaria bem, mesmo que a ausência de Lily fosse fortemente sentida Remus, Sirius e James sobreviveram por ela e por Harry e como tributo à amiga e esposa eles cuidariam de Harry ate o fim.
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31 de Outubro de 1981
FanfictionE se os acontecimentos de 31 de outubro de 81 tivessem sido diferentes