Capítulo Único

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— Katsuki, por que você quase nunca me fode?

A pergunta de Kirishima soou mais alta do que ele pretendia no quarto quase silencioso. Estavam os dois deitados e exaustos depois de duas rodadas de sexo. Durante a primeira, usaram apenas lábios e língua pelo corpo um do outro; na segunda rodada, contudo, Bakugo ficou por cima e o cavalgou até que as coxas de ambos estivessem dormentes.

Mesmo que tentasse (o que ele definitivamente não fez), a imagem mental do noivo gemendo em seu colo não saiu da mente do herói profissional. Ele parecia ter alcançado um nível de satisfação muito além do que Kirishima esperava de tanto que pedia por mais e escorregava sobre seu pau com tanta facilidade.

E a curiosidade para experimentar o mesmo foi inevitável.

— Hah? — Bakugo soava mais confuso do que irritado, sem reação até para xingar.

— Eu quero saber por que eu não sou passivo, sabe... mais vezes — pediu com mais humildade que o necessário, um pouco tímido com aquele assunto.

Não que sentisse vergonha do sexo em si — o problema era a conversa a respeito de sexo. Bakugo não tinha as mesmas restrições e respondeu como se fosse óbvio:

— Porque sou melhor nisso do que você.

— Mas isso é tão injusto, mano — Kirishima bufou.

— Não me chama de 'mano' depois de enfiar teu pau em mim, não — exigiu, cutucando-o com o dedão do pé. — E o quê? Você não gosta de me comer?

— Eu não disse isso-

— Não entendo onde tu quer chegar, então.

Foi numa epifania que Kirishima descobriu como poderia convencê-lo: entrando no mesmo jogo que ele. Com um sorriso lento e fácil, provocou.

— Se você é melhor como passivo, quer dizer que eu sou o melhor ativo entre nós dois?

— Claro que não — resmungou Bakugo, contrariado. — Eu sou o melhor em qualquer merda nessa relação.

— Não sei, não... — fingiu-se de exigente, ocupando o papel tradicional do noivo. — Precisa provar que pode honrar esse título também.

— Tu não sabe ser nada sutil pra conseguir o que quer, né?

— Meu pedido é simples demais pra essas coisas — respondeu e sorriu de novo ao enfrentar a carranca zangada de Bakugo.

Kirishima Eijiro era um homem simples: suas vontades e desejos eram simples, e a maneira com que as reivindicava também eram. Afinal, para ele, simplicidade era máscula e uma das definições de um coração aberto a oportunidades e livre de arrependimentos.

— Tudo bem, cuzão — Bakugo cedeu, embora sem nenhum vestígio de aceitação. — Mas vai ser do meu jeito.

Antes que o ruivo de dentes afiados pudesse comemorar, Bakugou avançou até ele e se aproveitou dos reflexos mais rápidos para manobrar seu corpo conforme queria. Ao final, a cabeça de Kirishima estava pressionada por uma das mãos do noivo contra o colchão, enquanto a bunda estava erguida para cima e quase encaixada na virilha do outro.

Remexeu-se um pouco, mais por costume do que por intenção de livrar-se da dominação de Bakugo. O que ele queria era ser fodido, não começar uma sessão de treinamento físico. Aceitou as condições dele e, com a voz abafada pelos lençóis vermelhos, comentou:

— Sempre é do seu jeito.

Foi pego de surpresa de novo, desta vez, por um tapa. Estalou contra sua pele nua e arrancou dele um gemido engasgado quando a dor do impacto foi substituída pela queimação posterior. Kirishima amava quando espancavam seu traseiro e, mais ainda, amava que fosse apenas Bakugo que o fizesse. Com a individualidade que tinha, as mãos dele eram sempre quentes demais e capazes de golpeá-lo com o calor e a intensidade que mais o deixavam excitado.

Role Reversal | KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora