Era mais um dia cinza na Filadélfia quando Patrícia se levantou da cama para mais uma árduo manhã de trabalho. A advogada estava encarregada de mais um caso complicado, desta vez, envolvendo uma jovem estudante que poderia ter sua juventude interrompida por uma injustiça ou até mesmo a possibilidade de haver menos uma assassina no mundo, caso fosse realmente culpada.
- Bom dia, Edith.
- Bom dia.
- Hoje eu vou querer apenas um café, por favor.
O café foi rápido, hoje falaria com a sua mais nova cliente. Poucos sabem, mas os advogados são os seres humanos mais adaptados na escala evolutiva, lidar com a verdadeira natureza humana, defender pessoas inocentes da argumentação de um "adversário" que apenas visa questões monetárias e ainda ter que aturar a verdadeira máscara da sociedade não é pra qualquer um.
O caminho para o escritório de advogacia,no qual era social, foi calmo. Ao chegar no arranha céu, pegou um elevador para o vigésimo sétimo andar, dando logo de cara com Russel, seu colega de trabalho e sexo sem compromisso nas horas vagas.
- Oi Russel, a garota já chegou?
- Ela está a sua espera em sua sala.
Antes que pudesse sair foi puxada rapidamente pelo braço por Russel até o seu escritório.
- Me solta, tenho que falar com ela.
- Só estava com saudade de você.
Nisso veio um selinho demorado e um abraço apertado, que logo foi interrompido pela advogada.
- Não é muito ético ficar nessa situação no local de trabalho.
- A ética não impediu você de transar comigo no chão do seu escritório semana passada.
- É diferente, todos já haviam saído.
- Não sabia que ética era algo relacionado ao que as pessoas vão pensar de você.
- Ética é tudo aquilo que nós ajuda a não matar uns aos outros por coisas banais, agora, com sua licença, irei atender a minha cliente.
Patrícia se dirigiu até sua sala e encontrou uma jovem, estava virada de costas, tinha cabelos longos e levemente cacheados.
- Senhorita Hummer?
- Oi, eu sou Eva Hummer, muito prazer.
Eva era aparentemente tímida, não tinha cara de quem seria capaz de matar alguém a facadas, mas diante de tudo que havia visto em sua carreira não poderia confiar na aparência.
- Acredito que não é nenhum um prazer me conhecer, pelo menos não neste escritório, o que nos une é o fato que eu vou defender você de uma grave acusação. Vamos esquecer essas formalidades hipócritas e falar do seu caso.
A jovem Eva ficou sem palavras, não esperava aquele tipo de resposta da advogada, mas em seu espanto com as palavras ditas de Patrícia se pôde notar o encantador castanho amadeirado de seus olhos.
- Me chamo Patrícia Hobbes e vou tentar te livrar do corredor da morte, a única coisa que me interessa saber é se você matou o Ethan Farley.
- Eu não matei meu namorado.
- Como eu posso ter certeza disso, senhorita Hummer.
- Pode me chamar de Eva.
- Com eu posso ter certeza disso, Eva.
- Ethan tinha vários problemas com jogatina e com drogas.
- Ethan era um jovem de futuro promissor, filho de um grande industrial e futuro administrador da fortuna de seu pai.
- Ele não suportava essa cobrança, várias vezes já me confessou que pensava em abdicar do dinheiro do pai.
- E porque não abdicou?
- É muito difícil abrir mão do conforto, Ethan ainda precisava aprender a sobreviver a sociedade.
- Então porque o matou?
- Eu não o matei, porque me acusa tanto?
- Eu preciso te acusar pra depois saber como eu vou te defender. Vai ter que saber sobreviver a mim primeiro, depois vai ter que aprender a encarar o júri.
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O complexo de Hobbes
Mystery / ThrillerPatrícia Hobbes é uma famosa advogada da Filadélfia, experiente em causas complexas, se depara com o caso de Eva Hummer, uma jovem estudante de 22 anos acusada de matar o próprio namorado, Ethan Farley, a sangue frio. Para defender a jovem da acusaç...