Between laughter and unexpected requests

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Por Beatriz:

A lanchonete ao lado do edifício estava totalmente cheia e a fila não parecia nada convidativa, mas minha fome nessa manhã é tão grande que não vou aguentar se eu não comer nada. Com bastante paciência me posicionei no último lugar da fila torcendo para que andasse rápido. Para passar o tempo observei pela milésima vez o letreiro da lanchonete, mesmo que eu já tenha o lido centenas de vezes, sempre leio as letras grafitadas em caixa alta.

Apesar da longa fila, me sinto aliviada. As aulas estão bem tranquilas já que ainda estamos no início do ano, só minha professora de artes visuais que passou diversos trabalhos para as aulas da semana que vem. Pelo jeito ela não é tão carismática quanto parece ser!

De repente sinto algo cutucar meu ombro e me viro para trás para ver o que era. Minhas sobrancelhas se fraziram ao notar o par de olhos castanhos do Luan. Quem ele pensa que é para me tocar com tão descaramento?

- O que você quer?- indago mal-humorada, esperando que ele fosse embora o mais rápido possível.

- Espero não ter feito nada para merecer toda essa discórdia logo cedo!- diz ele com um sorrisinho entre os lábios, lancei um simples olhar desinteressado e dei mais um passo para frente já que a fila tinha andado.

- Você não respondeu minha pergunta Luan. O que você quer?- questiono enquanto analisava o esmalte de minhas unhas.

- Escutei uma conversa sua com sua irmã, e você disse que não conhecia nada em Oxford.- informou ele com bastante empolgação.

Com graciosidade, virei minha cabeça lentamente para encara-lo.

- Será que você pode parar de enrolar?- ele sorri divertido colocando as mãos nos bolsos do casaco.

- Estava pensando, nesse final de semana, já que você não conhece nada da cidade, eu podia te mostrar!- seu olhar convidativo me fez soltar uma curta risada sarcástica.

- Tenho planos mais interessantes para esse final de semana. Quem sabe pra próxima?- minha súbita proposta era um aviso de que nunca iria rolar. Até porque ele não faz o meu tipo.

- Então...- ele olhou para os lados meio desconcertado, devia estar magoado por mais um fora ter entrado em sua lista. Tenho que confessar que fiquei com dó dele, mas passou.- Fica pra próxima, então!- disse depois de um longo tempo.

Me mostrou um simples sorriso com uma pitada de derrota e se virou para andar na direção contrária, mas quando ele estava à alguns metros de mim se virou me fitando de cima abaixo.

- Com todo respeito, você está muito linda hoje!- dito isso se virou novamente e saiu do meu campo de visão.

- Credo, Deus me livre!- com uma careta de nojo caminho para o primeiro lugar da fila. Finalmente consegui chegar lá.

Fiz meu pedido calmamente abusando um pouco na comida, como eu estava correndo todos os dias para me exercitar e manter minha forma, posso comer um pouco à mais hoje. Só tenho que lembrar que a meta de hoje será maior do que a de ontem! Pego minha bandeja com minha comida e me dirijo até alguma mesa vazia, porém quando estava prestes a caminhar até a única mesa vazia, sinto alguém me puxar para direção contrária, por pouco que não derrubo meu suco.

- Mara, o que aconteceu pra tanto desespero? Você me assustou, ok!?- digo desesperada ao ver o rosto da pessoa que havia me puxado. Ela estava com um sorriso alegre no rosto e olhava toda hora de mim para a mesa do Manuel.

- Preciso te contar uma coisa.- ela diz de repente após me olhar novamente.

- Sem suspense, por favor!- à apresso fazendo-a respirar fundo.

Morando Em Uma Fraternidade- BinuelOnde histórias criam vida. Descubra agora