prólogo.

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"como faz pra seguir enfrente quando você perde tudo? Pra onde correr quando se perde o lar? Como andar quando você já perdeu o chão?"

3 anos antes

Hoje é meu aniversário de 16 anos, agora estamos almoçando, eu resolvi não fazer festa porque não preciso de várias pessoas me dando parabéns quando as únicas que importam estão comigo todos os dias, estamos comendo Lasanha que é minha comida preferida.

Minha mãe fez pra me agradar, ela disse que a noite iria ter baile pra comemorar, eu disse que não precisava mas ela insistiu, minha mãe nunca se opôs contra meus namoros, nem eu ir aos bailes e nem reclamou quando eu decidi que queria comandar o morro.

Meu pai é dono disso tudo e eu sempre fui apaixonada por isso, ele comanda tudo muito bem, ele faz o que tem que ser feito pra proteger as pessoas daqui, eu sei como usar uma arma e ele já me ensinou a fazer contabilidade e tudo, mas eu nunca atirei em uma pessoa, ele diz que é perigoso e que eu só vou fazer essas coisas quando for dona, e que sujar as mãos de sangue agora não era necessário porque ele já fazia isso por mim.

Nunca questionei, ele só quer o melhor pra gente.

Eu: mãe, amanhã eu posso sair com a Mirella?

Mãe: claro meu amor, vocês vão fazer o quê?

Eu: comprar umas roupas!

Pai: não acha que já tem muita roupa não? - diz levando o garfo até a boca.

Eu: por favor! - faço cara de gatinho e ele revira os olhos.

Pai: tanto faz, sua mãe já deixou e eu não tô nem doido de contrariar ela!

Mãe: claro, não tá afim de levar um tiro na testa! - pisca pra ele.

Minha mãe sempre foi linda, ela era policial antes deles namorarem e hoje ela só ajuda meu pai as vezes com as coisas no morro, a história deles é bem legal até, ela odiava tudo que tinha a ver com morro, bandidos e etc, até conhecer meu pai e acabar se envolvendo com um dono de morro, bem fanfic mesmo kkkk.

Do nada ouvimos os fogos, já sabíamos o que era, então minha mãe já foi me direcionando até o porão, ela abre a portinha e eu entro.

Depois de horas os tiros cessaram, me dá um aperto no peito e eu penso em sair mas volto atrás, pego um pacote de biscoito e fico comendo (aqui no cofre tem um estoque de comida)

Minutos depois a porta é aberta e eu puxo a arma da cintura apontando pra pessoa, mas baixo quando vejo ser o Caio.

O Caio é o sub do morro, braço direito do meu pai.

Ele me ajuda a sair de lá e vai puxando minha mão até a sala.

Caio: bom... - diz não olhando pra mim.

Eu: cadê meus pais? - arqueio a sobrancelha.

Caio: morreram... - diz em um fio de voz mas alto o suficiente para eu escutar

Eu: O QUÊ? - grito e começo a chorar passando as mãos no cabelo.

Caio: você vai herdar o morro daqui a dois anos, quando for maior de idade... - diz fazendo o trabalho dele, eu entendo isso então nem gritei por ele falar isso nesse momento, ele estava mal também mas tinha que fazer o trabalho dele.

Eu: quem vai me treinar?

Caio: eu! - ele vai até mim e me abraça, deixo as lágrimas rolarem e molharem a camisa dele.

Eu: o que eu vou fazer agora tio? - digo chorando muito.

Caio: você vai morar comigo, a Vanessa e a Mirella, quando for maior de idade decide o que fazer.

Eu: quem matou eles?

Caio: não sei!

Eu: quem tava invadindo?

Caio: Vidigal!

dona do complexo Onde histórias criam vida. Descubra agora