Despertar

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Tentei me concentrar em saber o porquê, afinal de contas, de eu ter acordado nesse quarto frio e estranho

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Tentei me concentrar em saber o porquê, afinal de contas, de eu ter acordado nesse quarto frio e estranho. Mesmo que eu tentasse forçar as lembranças em minha mente, eu não conseguia me concentrar.

Eu me sentia retornando lentamente de um pesadelo, me arrastando para longe de suas garras. Mas a realidade me puxa para longe desse tipo de pensamento quando sinto que minhas mãos estão geladas e úmidas. Agarro com força o lençol até sentir minha mão começar a formigar e minhas articulações começarem a ficar brancas. "Socorro", pensei. "Alguém, por favor, me ajude!"

Eu não sabia onde estava e, por segundos aterradores, eu não me lembrava nem quem eu era. Mas então, eu me lembrei do meu nome. Jungguk. Jeon Jungguk. Meu nome verdadeiro é Jungkook. Mas, quando eu era bem pequeno, minha avó materna não conseguia pronunciar meu nome, então meus pais passaram a me chamar de Jungguk, para a pronúncia soar mais fácil. E o apelido pegou.

A lembrança do apelido e de como eu o ganhei foi como uma pequena alavanca para o meu cérebro. Eu sabia quem eu era. Lembrei-me que tinha dezessete anos e morei por três anos em Washington, mas com onze anos voltei a morar em Busan com meus pais. A minha memória estava voltando. Minha mãe era enfermeira em um hospital local e meu pai, era promotor na Kim's. Perfeito, eu conseguia me lembrar de parte da minha vida. Mas eu estava em um quarto escuro e frio, e não fazia ideia de como tinha ido parar ali. Reprimi um grito, o meu peito se apertava cada vez mais. "Não surte, jungguk, aguente firme", disse a mim mesmo. "Relaxe e tenha pensamentos bons".

Pensei em Joshua, meu namorado: um metro e setenta e sete de altura, ombros largos, olhos pretos e cabelos castanho-dourados. Ele adorava me dar pedacinhos de cookie na boca e me chamava de coelhinho. Eu o chamava de Raposa. Às vezes, ele fica com soluço sem motivo nenhum e geralmente se livrava deles dando risada. Pensar em Joshua logo me aqueceu por dentro, mesmo que o quarto estivesse congelando.

Onde eu estava? Meu corpo começava a tremer e ao mesmo tempo eu estava encharcado de suor, e minha pele estava pegajosa. Minha mão foi até meu pescoço, à procura da minha medalhinha com a foto dos meus avós. Mas, ela não estava ali. Minha mãe me deu quando tinha 5 anos, para sempre me lembrar dos meus avós maternos. Eu sempre usava ela como forma de medalhão, algo que sempre me trazia sorte e me protegia. Será que me protegeria agora? Eu nunca havia perdido aquela corrente. Devia ter se quebrado. E então tive um pensamento ruim. E se alguém tivesse arrancado a corrente do meu pescoço? Estremeci. "Onde você está, Joshua? Preciso de você!"

Abri meus olhos em uma velocidade súbita, arregalando-os ao máximo. Tudo estava muito escuro. Meu coração batendo contra a caixa torácica, era a prova de que aquilo não era um pesadelo, era real.

Passei os braços em volta de mim mesmo e respirei fundo, tentando ao máximo, me acalmar. Meus ombros estavam rígidos. Rocei a pele nos lençóis sob o meu corpo. Os que estavam na minha cama, em casa, eram macios. Estes eram ásperos e grosseiros.

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