Don't Let Me Go - Taegi

Come to me now; Único

Yerin está com as suas pequenas mãozinhas em volta da minha, tentando me puxar em direção do meu carro. Escuto a sua vozinha dizendo: "Papai, vamos embora, irei perder o meu desenho favorito", no entanto, não consigo me mover. Olho fixamente para o homem mais baixo á poucos metros de mim, e céus, não podia acreditar que era ele ou como sua simples presença ainda me faz tremer.

Contrariando a minha princesinha, dou o primeiro passo em direção contrária de sua vontade, em direção a ele. Nem sei o que falarei quando sua atenção estiver em mim, entretanto, não consigo parar os meus movimentos. Por isso apenas constato o óbvio,  que havia uma criança da idade da minha filha segurando a sua mão e que ele conversava com a professora da Yerin. 

— Yoongi? — toco seu ombro. 

Sua atenção vem finalmente para mim, e depois de vinte e cinco anos, — assim como se estivesse em um sonho — mais uma vez  sou agraciado com a beleza do seu rosto.

Vinte e cinco anos é muito tempo, não temos mais aquela intimidade, pra falar a verdade, somos praticamente estranhos. Mas a minha mão toca a sua bochecha, não sei, mas me sinto no direito de tal toque, todas as juras, todo aquele amor de outrora, — que nunca, realmente, morreu —, me dão autonomia para isto. 

Éramos tão jovens e naquela época eu achava sim que minha vida era você. Sofri feito um condenado quando você se foi, mas sendo sincero, agora, vejo que não tínhamos qualquer chance. 

— Taehyung? 

Olhou assustado para o seu filho e para a professora, que olhava curiosa para nós. Vejo aquele antigo temor, de ser descoberto, ao você  olhar para os lados, mas também vejo o antigo rubor em suas bochechas, que sempre surgia com qualquer toque meu.

— Senti a sua falta. 

Estava em descontrole, vejo o seu olhar preocupado, sabia que estava sendo inoportuno, você poderia ter uma família, assim como um dia eu tive.  Ou pior, você podia ter me esquecido, e o que tivemos foi só um romance arrebatador de verão, que agora era só uma lembrança saudosa do seu passado. 

Os beijos quentes no feno. Os banhos gelados no rio. Os sorrisos trocados naquelas estradas de terra. A troca de olhares durante as fogueiras. Os abraços acolhedores nas noites de lua. O sexo apaixonado naquela cabana abandonada. Apenas lembranças.

— Neste momento, não. — disse sério, matando minhas ilusões.

Tudo era passado.  E essa chama, a nossa chama,  não mais queimava em você. 

Afastou-se do meu toque e voltou a sua conversa.  Sentir o frio da saudades mais uma vez, e a angústia de uma rejeição com a sua atitude, que me pareceu ser descaso, tomar meu peito. 

— Tudo bem, papai.  — minha garotinha me puxou mais uma vez,  só que desta vez me dava os braços. — Papai tá triste.  — disse preocupada. 

— Estou bem sim, princesinha. — esbocei um sorriso, minha garotinha não deve se preocupar com as desilusões do seu velho pai.  — O que acha de, para o papai se desculpar por você ter perdido o seu desenho, passamos na sorveteria que você gosta, hum? 

— Eu ia gostar muito, papai. — enrosca seus braços em meu pescoço e enche meu rosto de beijo, fazendo o calor do afeto ressurgir em meu corpo. 

Pois agora era um adulto, e por mais que meu coração ainda fosse dele, meu mundo não era mais. Pra falar a verdade, ele nunca foi, o amava, e pelas minhas reações de hoje, ainda o amo. No entanto, na época tinha  uma noção tola sobre o amor, era um jovem apaixonado que achava que morreria por amor. Que morreria sem ele. Não! Não morremos de amor, a ferida queima, mas a vida continua, a saudades machuca, mas o tempo passa, novos amores chegam e assim, Kim Yerin, chegou pra mim. Me trazendo um novo tipo de amor, que assim como Yoongi fez na minha juventude, preencheu toda a minha vida de felicidade.