Prologo - Encontrada

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" Quando eu era criança tinha medo de ficar sozinha e isso me consumir

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" Quando eu era criança tinha medo de ficar sozinha e isso me consumir. Não sabia lidar com as pessoas, mas me agarrava a elas como um bote salva vidas.
Sonhava com uma família que não conhecia apenas para me afastar do abuso na minha.
Achava que qualquer coisa seria melhor.
Eu não fazia ideia..."

Eu tinha apenas oito anos quando tudo começou. Eu não imaginara que tudo começaria a mudar naquele dia, mas minha vida teria um desvio trágico por terem colocado decisões nas mãos de uma criança de oito anos. Fui uma criança estranha, na visão daqueles que eram normais ou ignorantes de suas diferenças. Eu era mais que eles, mas ainda não sabia disso.

Minha rotina desenvolvera um padrão naqueles últimos dois anos. Notas perfeitas, idiomas fluentes e um comportamento genial e indiferente me fazia receber olhares tortos. Fora as coisas que eu fazia e que ninguém sabia... Conforme as coisas se agravavam com os anos eu ganhava muito com o que refletir, amadurecendo cedo demais. Isso fez um abismo crescer entre mim e as outras crianças. O padrão consistia em quanto mais eu tinha o que pensar mais eu me afastava das outras crianças.

Deslocada eu fora desde tenra idade. Mariana, minha mãe adotiva, sempre dizia que eu era diferente quando bebe, que não me adequava, dizia que eu era especial... Mas eu não acreditara. Eu temia. É claro que temia. Eu tocava três instrumentos, falava fluentemente duas línguas e arranhava mais duas... Fazia aula de dança desde que começara a andar. Diziam que eu era super dotada, um gênio, e portanto ter dificuldade de convivência social era normal. Mas não era o que esperavam de mim.

Era o esperado que eu tivesse amigos em cada lugar, mas não fora assim.

Eu passara a apreciar a solidão. Eu me entregava a ela. Quando não estava imersa em pensamentos eu temia o que me tornava, eu temia as coisas estranhas que eu fazia... Os poderes misteriosos que eu tinha e que ninguém mais possuía. Eu era ingênua. Tinha apenas oito anos e apesar de ser diferente isso não impedia de ser apenas uma menina ingênua... Eu tinha três amigos. Mary, Maria e Alex.

Certo dia eu perguntara a Mary sobre poderes na mesa do lanche, onde havia apenas nós três. Estava sufocada por pensamentos condenatórios e acabará falando demais.

—Que tipo de poderes? – Eu falara baixo para que Maria e Alex não escutassem, mas é claro que Mary ficou surpresa e respondera alto. Vi a pergunta chamar atenção de Alex e Maria, principalmente esta ultima.

— Sei lá, falar com animais, controlar elementos, causar dor... – Eu olhara pra mesa branca de plástico, me recusando a ver as acusações nos olhos deles. O quão estranha eles me achavam. Doía ainda. Eu odiava aquilo.

— Não Rachel, nem ela, nem eu, nem o Alex. Ninguém faz esse tipo de coisa! Isso não existe, nenhum ser humano é capaz de fazer essas coisas e nem tente me falar que você faz, porque eu sei que não faz! – Maria cuspiu as palavras como se eu a tivesse ofendido pessoalmente.

A saga da Fênix - Inocência corrompida Onde histórias criam vida. Descubra agora