Capítulo 15

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John Lennon saiu do hotel, cheio de malas, pegou um táxi e se dirigiu para o aeroporto, de volta para Liverpool.
Eu, Bella e Alex acompanhado tudo isso escondidos.

— Não acredito que isso deu certo. — disse Alex, saindo de trás do arbusto.

— Claro que deu certo, Bella atua bem! Deveria ser atriz de cinema.

Ela soltou uma risada fraca, antes de me responder:

— Não, obrigada.

— Bem, isso já é necessário para os Beatles continuarem?

— Claro que sim, todos sabem que o amor do John Lennon pela Yoko foi o que acabou com os Beatles. Então está tudo certo. Eles vão durar muito mais tempo! — exclamei, feliz pela conquista. Quanto tempo mais será que eles duram?

— Bem, se é assim, está na hora de todos voltarem para seus tempos.

De repente, meu mundo desabou. Uma simples frase fez meu mundo desabar por completo. A verdade nua e crua ficou bem de frente para mim, e foi difícil de engolir. Eu teria que voltar, mas eu não queria voltar. Daria tudo para continuar em 1964 ao lado de Bella, e ao lado de Alex também, mesmo que ele seja do mesmo tempo que eu.
Não queria que aquela aventura toda acabasse de uma hora para a outra. Não queria. Nunca tinha me divertido tanto em minha vida toda. Porque toda minha vida foi tão entediante, e pensar que vou ter que voltar a mesma rotina de sempre.
Meu mundo desabou.

— O que?! — gritei, assustada e indignada.

— Isso mesmo, Alice. Nada disso significa que você pode viver o resto da sua vida em 1964.

— Tudo bem, vamos. Aonde está a máquina do tempo?

— Me acompanhem.

Começos a caminhar atrás de Alex. Estava curiosa para saber aonde ele deixou a máquina do tempo dessa vez. E, ao longo que fomos caminhando, também já estava sentindo falta da companhia dos dois. Até mesmo da de Alex, que é tão rabugento.
Encarava a face de Bella, percebi que ela também estava um pouco para baixo. Será que ela vai sentir minha falta? E quando me encontrar quando já estiver bem velhinha, em Nova York, em sua biblioteca, vai ficar feliz? Ela vai? Bem, eu vou...

— Aqui. — disse Alex, me despertando dos meus pensamentos.
Percebo que ele abriu a tampa da rua que dava direto para o esgoto. O cheiro subiu, e ficou preso nas minhas narinas. Era horrível.

— O esgoto, Alex? Fala sério! — a Senhora Parker mais jovem exclamou dramaticamente, tampando o nariz. Tal gesto fez ele revirar os olhos, e eu dei risada.

— Por favor, não é o fim do mundo. Só vamos logo!

Descemos. Alex desceu por último, para poder tampar o buraco com a tampa de volta.
Vejo a máquina do tempo, e tinha algumas folhas com cálculos nas paredes. Exatamente como eu me lembro, a diferença é que era em um esgoto dessa vez. E em vez da poeira incomodar meu nariz, o que incomodava era o cheiro.

— Bella, venha. — Alex chamou. — Você tem que ir primeiro e sozinha, porque seu tempo é o único diferente do nosso.

Ela concordou, e foi entrando na máquina. Mas antes, seus olhos foram tomados por lágrimas, e ela começou a correr até mim, me abraçando forte logo em seguida. A abracei de volta com a mesma força, e percebi que também chorava.

— Adeus, Alice, vou sentir sua falta!

— Eu também, Bella.

Ela secou suas lágrimas. E, quando se acalmou o suficiente, entrou dentro da máquina.

— Aperte os números "1 9 6 4", e as letras "L i v e r p o o l". E por fim, puxe a alavanca.

Observei a máquina brilhar por dentro, e se remexer. Até que tudo voltou ao normal, a diferença é que Bella não estava mais conosco.
Comecei a chorar de novo. E, de repente, senti braços me acolherem. Por incrível que pareça, era Alex. Ele também começou a acariciar meu cabelo.

— Hey, temos que voltar para o nosso tempo, Alice. — percebi que sua voz estava meio chorosa. Ergui os olhos e vi que ele também chorava. Parecia uma raridade. Alexandre Baltasar estava chorando na minha frente. Nunca pensei que uma dia veria seus olhos castanhos cheio de lágrimas.

— Também vai sentir nossa falta?

— Sim, principalmente de você.

— Eu? Por quê?

Ele soltou um sorriso, e em seguida beijou minha testa. Consigo sentir meu rosto corar com essa ação dele.

— Descubra.

Limpo minhas lágrimas, e solto um sorriso.

— Odeio suspense.

— Que bom.

— Idiota.

Sem mais nenhuma palavra, ele entrou comigo na máquina do tempo. Apertou os botões e puxou a alavanca vermelha. Fez isso tudo sem tirar seus braços de volta de mim. Fiquei agradecida por isso, já que seu abraço era confortável e me acalmava de alguma forma.

Por favor, salve The Beatles Onde histórias criam vida. Descubra agora