Golden Spider • jjk + pjm

Aranha dourada.

#EstranhoHeroi

Dangerous - Royal Deluxe.

Essa é a música que estou escutando em meus fones brancos enquanto faço meus exercícios físicos. Eu estou no tatame da academia de Taekwondo fazendo abdominal, e já estou ficando sem fôlego, mas preciso de só mais dez, sou o único além do Mestre Kael que está usando um dobok — uniforme — preto, porque já estou no segundo dan da faixa preta, todavia, o dobok do mestre é o único com detalhes dourados.

A Apollo é uma academia grande e conhecida, então tem ela espalhada por todo o mundo. Quando eu disse ao meu antigo mestre que me mudaria para Chicago ele já entrou em contato com a academia daqui dizendo que eu iria como auxiliar e não somente como aluno.

Depois de fazer meus exercícios guardei meu celular junto ao fone, o mestre Kael disse que logo os alunos preta primeiro dan já estavam chegando então eu tinha que me preparar para a aula. Estou um pouco ansioso para conhecê-los e recomeçar a dar aulas com o mestre, é algo que eu gosto muito de fazer, então nada me abala.

— Jungkook, eles chegaram.

Arrumo minha postura para recebê-los e então eles entram fazendo reverência antes de subirem no tatame. Mestre Kael me apresenta a turma e todos me recebem bem, inclusive um garoto que me chamou atenção por parecer bastante com o loirinho.

Já fazem alguns dias que estou fugindo dele, era a minha vida pela vida da guitarra. Foi bem difícil ficar longe de sua vista, já que em todo lugar que eu ia na escola, ele estava. Acho que foi ontem que empurrei uma cabine do banheiro — eu tinha acabado de comer e me deu uma puta vontade de fazer aquilo — e ele estava lá se pegando com uma garota, o que eu achei estranho já que ouvi por aí que ele namora com um tal de Ezra que por acaso, seja o que eu meti a porrada no refeitório. Nem ligo.

O treino agora acabou, estamos todos cansados e suados no vestiário da academia.

— Oi, meu nome é Davi — o garoto que lembra o loirinho vem falar comigo.

— E aí, sou Jungkook.

Ele parece um pouco sem graça em falar comigo, mas não me importo muito e olho para celular percebendo que estou atrasado pra fazer as compras da vó Doth. Então quando Davi abre a boca para me dizer algo, eu o interrompo.

— Desculpe, mas podemos bater um papo da próxima vez? Tô atrasado. – ele assente e eu vou saindo sussurrando um desculpa sincero.

Não demora muito e já estou em casa entrando de fininho pela porta, já com medo de a véia aparecer e eu levar uns cascudos por ter demorado, ando até a cozinha pra ver se a barra 'tá limpa, mas então eu ouço sussurros, que tenho certeza ser da vó Doth. Me aproximo mais e percebo que ela está falando no telefone, eu nada curioso, porque é claro que não sou curioso. Logo comecei a ouvir atrás do muro que divide a sala da cozinha.

— Sim, ele já sabe que deve voltar antes das onze horas da noite. – ela diz para a outra pessoa do telefone, eu fico um pouco confuso, será que ela 'tá falando de mim? — Não teve sinais nos últimos anos, então é possível que tenha agora.

Sinais de quê?

Eu me aproximo mais um pouco pra tentar entender mais o diálogo que ela está tendo.

— Eu sei que fazem anos e amanhã é aniversário dele, mas por favor, faça outra dose, não quero que ele se machuque.

Quem se machucar? Eu?

— Você sabia que ele podia morrer e mesmo assim fez! Os anos estão se passando e eu sinto que está cada vez mais perto de acontecer, vão vir atrás dele! Se você não fizer outra dose, contarei tudo a ele, sou a única pessoa que pode ajudá-lo com isso, já que você não se importa.