Dezembro de 2014. Centro do Rio de Janeiro, 14:00h.
Entrei numa livraria. Fiquei observando alguns livros nas mesas e prateleiras em que estavam. O local estava cheio. Havia uma porta de entrada e uma de saída, mas a porta da saída estava interditada. As pessoas deveriam entrar e sai por apenas uma única passagem. Já nervoso com tanta gente num mesmo lugar e tanta desordem, resolvi perguntar a um dos seguranças o motivo pelo qual a saída estava interditada. Ele me disse que havia chegado um novo estoque de livro muito aguardado e precisavam entrar com as cargas para depositar na livraria. Nesse dia eu comprei dois livros e um deles era o tão aguardado pelos leitores. Entrei na fila e esperei, esperei, esperei, esperei...
Depois de um mês, consegui terminar o livro tão aguardado. Achei um tanto quanto confuso. Ainda haviam ficado algumas interrogações na minha cabeça. Pesquisei sobre o livro e achei mais informações do que queria: o próprio autor da trama, num determinado momento, simplesmente sentiu consigo mesmo que deveria desistir. O autor tinha um ajudante que sempre esteve ao seu lado o ajudando. O autor conta que "quando se sentia fraco, cansado e frustrado, o ajudante sempre esteve junto para ajudá-lo a continuar a sua história". Em horas, o ajudante guiava a mão do autor para dar rumo à história não finalizada. O escritor cabisbaixo foi durante muitas vezes ajudado.
Notei algo curioso: nesse livro havia muito o uso do símbolo ";" ( ponto e vírgula ). Comecei a entender cada vez mais o uso do sinal. Quantas vezes foi usado? Pergunte-me qualquer outra coisa menos a quantidade de vezes em que foi escrito. Várias e várias vezes.O sinal representava que a história não acabou naquela linha, naquela frase, naquele parágrafo, naquela página. Por mais que o autor estivesse sem ideias, sem forças, sem ânimo, seu ajudante sempre o incentivava a não finalizar a história.
- "Senhor, a história já acabou?"
- "Ainda não."
- "Então por que parou?"
- "Pois não tenho vontade de escrever."
Como diz um ex-presidente: "COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS...", quero que pensem nesse exato momento com vocês mesmos: em pleno século 21 existem "escritores" que tentam colocar um ponto final nas suas histórias? Vou dar a minha opinião: sim, eu tenho certeza que sim. Aposto que atualmente você conhece alguém ou pelo menos conheceu alguém que durante muitas vezes tentou finalizar a sua história de vida, mas não acho uma boa ideia.
Certa vez li a seguinte frase de um sábio homem: "A nossa história nunca acabará no nosso primeiro esgotamento de ideias". Talvez você leitor que está lendo esse texto agora está pensando ou está decidido a finalizar. Finalizar os projetos que tinha em mente que tanto sonhou para dar continuidade a sua vida. Particularmente falando já me senti assim. Triste, solitário mesmo tendo amigos e conhecendo bastante pessoas, sem esperança.Isso se chama Síndrome do Impostor. Conhecem? "Pessoas capacitadas com seus dons sofrem de uma inferioridade ilusória, achando que não são tão capacitados assim e subestimando as próprias habilidades, chegando a acreditar que outros indivíduos menos capazes também são tão ou mais capazes", assim é descrito.
Caro leitor, se você também é um escritor que pensa em colocar um ponto final na sua história ainda não concluída, não faça. Apenas adicione um ponto e vírgula. Se distraia. Seja você. Desafie a você mesmo. Nunca vale a pena se prender a sua gaiola emocional. É só lembrar de um passarinho. Se fosse um passarinho, gostaria de viver preso? Só você tem a chance de mudar a sua vida a partir de hoje. Apenas decida se quer. Você nunca estará sozinho. Eu conheço um jovem muito talentoso, um cara amoroso, divertido e inteligente. Em muitas vezes na minha vida ele era o meu exemplo. Vou chama-lo de "S". Em muitos momentos esse garoto sentia a sua auto estima lá em baixo. Sei do que estou falando porque convivo muito com esse garoto. Foi triste ver que durante muitas vezes esse garoto tão gente boa se prender a ilusões. Não sentia vontade de viver, a disposição já não era mais a mesma. Numa conversa a sós, ele me contou que o ano passado ( 2018 ) foi um ano desastroso a ele. Durante algumas vezes tentou se suicidar. Pediu a Deus a morte. Eu sabia do que ele tava falando. Eu entendia na pele o que aquele moleque sangue bom estava desabafando comigo. Mas eu sabia que um dia ele iria dar a volta por cima. Eu dizia isso a ele. Me lembro que ele me contava sobre outras pessoas especiais também estavam na torcida por ele e o ajudavam a não por um fim na sua história. Dentro de 1 ano ele apresentou melhoras significativas. Ainda tem recaídas, mas se sente muito mais forte do que antes.
Acompanho a vida desse moleque gente boa até hoje. Ele apresenta melhoras gradativas. Ele diz que não seria nada sem aqueles que sacrificaram muitas vezes partes do seu tempo para o ajudá-lo. Mudou que até está trabalhando com artesanato, olha só que coisa boa.Michael Jordan foi entrevistado e contou ao público que errou mais de 9.000 cestas e perdeu quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas foi encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhou. "Eu tenho uma história repleta de falhas e fracassos em minha vida. É exatamente por isso que sou um sucesso." A sua história é exemplo para a história de outras pessoas também. Não desista. O cacto cheio de espinhos sobrevive a várias estações e ainda consegue florescer. Uma vez você se considerava uma bela flor. Hoje vive o seu momento de cacto todo cheio de espinhos pensando que ninguém o quer por perto por conta dos seus espinhos, mas saiba que até neles há beleza.
CADA DIA É UMA NOVA CHANCE PARA SERMOS MELHORES. NÃO MELHORES DO QUE OS OUTROS, MAS MELHORES DO QUE NÓS MESMOS.