Kate
Caí na piscina gelada e, por um instante, tudo ficou em silêncio. A água me envolveu como um soco no peito e perdi a noção de onde estava. Quando consegui emergir, ofegante, o corpo tremendo, sabia que não tinha tempo. A qualquer momento, os seguranças apareceriam.
Saí da água, corri descalça pela grama e entrei na garagem do Nathan. As mãos tremiam enquanto abria a porta de um carro qualquer. Entrei, liguei o motor e fiz uma ligação rápida — alguém que pudesse me ajudar depois, alguém que eu confiava.
Sem pensar duas vezes, dei partida e saí cantando pneus, o coração batendo mais rápido que o motor. No retrovisor, vi Nathan correndo até um carro, seguido de mais dois. Os seguranças abriram o portão achando que era ele, e aproveitei. Cruzei pelo portão a toda velocidade, ganhando a rua.
Eu precisava chegar em casa, pegar o dinheiro e desaparecer. Não dava pra ficar em Atlanta, não depois disso.
Acelerei, jogando o carro pelas avenidas escuras, e logo percebi que o carro do Nathan estava me seguindo — junto com outros dois. Não podia deixar eles me encurralarem.
Abri o porta-luvas e vi uma arma. Peguei, destravei e sem hesitar, abaixei o vidro. Atirei duas vezes em direção ao carro dele. A resposta foi imediata — os tiros vieram de volta. Sorte minha que o carro era blindado.
O único jeito era parar Nathan. Mirei no pneu do carro dele, respirei fundo, e atirei. Acertou. O carro derrapou, rodopiou pela pista e parou. Os outros dois pararam também, e eu acelerei ainda mais, cortando o vento, tentando me afastar o máximo possível.
Cheguei na minha casa sem frear, deixando o carro atravessado na garagem. Corri pra dentro, subi as escadas, o coração martelando no peito. Peguei uma mala, joguei algumas roupas, peguei outra bolsa e coloquei minhas armas, facas e o dinheiro guardado. Tudo que era importante, tudo que eu precisava.
O celular estava em cima da cama. Peguei e fui para a garagem. Joguei as malas no meu carro, entrei e pisei fundo, saindo novamente cantando pneus, o cheiro de borracha queimada e adrenalina tomando conta.
Eu estava sozinha agora. E livre.
A partir daqui, o mundo era meu.
Nathan
Aquela vadia.
A desgraçada atirou no meu carro e ainda conseguiu escapar. Eu estava cego de ódio.- SEUS IDIOTAS! — gritei, saindo do carro como um furacão. — EU MANDEI VOCÊS PARAREM DE SEGUIR AQUELA VADIA?
Ninguém ousou responder. Covardes.
- Dude, o que aconteceu? — Ryan apareceu, pálido, vindo do carro dele.
- A COOPER FUGIU! — rosnei. — E se eu pegar aquela desgraçada, juro por Deus, eu mato ela!
- Calma, cara... mas por quê? O que rolou? — ele tentou entender.
- Porque ela me viu comendo a Samanta. — cuspi as palavras, amargo, seco.
O gosto da droga na boca, a cena passando pela minha cabeça. A forma como ela me olhou... Como se eu fosse o lixo que talvez eu fosse mesmo.
Respirei fundo, tentando controlar a raiva que queimava por dentro.
- Escutem bem! — apontei o dedo pra cada um deles. — Em trinta minutos, quero o endereço dela na minha mesa. Não interessa onde, não interessa como. TRAGAM ESSA DESGRAÇADA PRA MIM!
- Sim, chefe! — um deles respondeu, quase tropeçando nas palavras.
- Chama o Chaz e o Chris. Dez minutos na minha casa. Move logo, bando de incompetentes!

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Nas Mãos do Destino [Versão Atualizada]
Teen FictionDuas almas marcadas. Dois caminhos opostos. Um mesmo alvo. Kate Cooper, agente do FBI. Nathan Miller, traficante cruel. Ambos jovens. Ambos perigosos. Ambos com um passado que grita por vingança. Quando o destino cruza seus caminhos, o caos se insta...