Capítulo 24 - Garota ingênua

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O Senhor Demônio chega em seu quarto e respira fundo. O cansaço estava presente por todo o seu corpo, as dores nos dedos devido a ficar com a caneta nas mãos, os olhos doendo por ficar concentrado lendo papéis. Ele vai tirando a sua roupa pelo quarto e segue para o banheiro espaçoso. Com o corpo definido e nu, ele vai até o chuveiro, deixando a água quente lavar seu cansaço.

Após o banho, o Senhor Demônio, agora de roupão, vai para uma poltrona. Ao lado, havia uma garrafa de whisky. Ele se serve enquanto olha para fora pela janela, admirando o reflexo da lua. Tomando goles do whisky, tenta encontrar algum alívio na tranquilidade da noite.

De repente, ele ouve batidas na porta do seu quarto. Com um tom raivoso, diz:

— Não quero falar com mais ninguém hoje. Nos falamos amanhã.

Do outro lado, uma voz trêmula responde:

— Me desculpe, meu senhor. Sou eu, a enfermeira que pediu que viesse ao seu quarto.

O Senhor Demônio fica surpreso. Coloca o copo na mesa e vai até a porta. Ao abri-la, olha fixamente para a enfermeira, que se sente muito envergonhada, olhando para baixo.

— Entre e feche a porta. — diz ele, andando de volta para a poltrona.

Ela respira fundo e entra no quarto, segurando a porta para fechá-la. O Senhor Demônio pergunta:

— Você não precisava vir.

A enfermeira fica desesperada, quase caindo em lágrimas.

— Meu senhor, eu fiz algo que não deveria. Me perdoe.

Ele a observa por um momento, seu olhar penetrante avaliando cada reação dela. Ele faz um gesto com a mão, indicando que ela se aproxime.

— Venha cá até mim. — diz ele, segurando seu copo.

Timidamente, ela vai andando devagar até chegar na frente dele, ainda olhando para baixo. Ele se levanta e toca em seu queixo, levantando seu rosto para que ela o olhe nos olhos.

— Por que não olha para mim? Sente medo?

Ela toma um susto e começa a gaguejar.

— Não, meu senhor. Me perdoe novamente.

Ele então se senta novamente na cadeira.

— Venha cá, sente-se no meu colo.

Ela treme sem reação, mas devido às suas condições, não poderia negar. Vai e se senta no colo dele, sentindo o calor de seu corpo através do roupão.

— Sente medo que eu faça algo com você?

Ela se perde em seus pensamentos, calada. Ele coloca uma mão firme em sua coxa, acariciando-a levemente. Ela prende a respiração, seu corpo tremendo ligeiramente.

— Você está pálida e se tremendo. Vá embora. — diz ele.

Ela, desesperada, começa a dizer:

— Me perdoe pela minha imprudência, meu senhor. Eu... eu... por favor, só não me demita, por favor.

O Senhor Demônio pergunta, intrigado:

— Por que esse desespero todo? Não tem motivos para tanto. Não irei lhe demitir.

Ele se levanta novamente e vai até ela. Ela o olha de cima a baixo, suas mãos tremendo enquanto ela tenta manter a compostura. Começa a chorar, algo que o deixa meio irritado, mas, lembrando dos ensinamentos de sua mãe, ele a abraça, deixando-a totalmente sem jeito, e a leva novamente para seu colo.

— Por que tem tanto medo?

Ela fica em silêncio por alguns minutos antes de começar a dizer:

— Meu senhor, minha mãe está no hospital. Tenho duas irmãs que tenho que alimentar. Ainda tenho que pagar o hospital de minha mãe doente. Não posso perder mais nenhum emprego.

O Senhor Demônio fica em silêncio por uns minutos, então diz:

— Você não precisava vir, como havia mencionado. Isso não é um problema seu. Não se culpe. Amanhã mandarei aumentar o seu salário.

Ela olha para ele sem acreditar, seus olhos enchendo de alegria. Emocionada, ela o abraça forte, deixando-o totalmente sem jeito. Ele a puxa para mais perto e coloca a mão entre suas coxas, a deixando totalmente sem jeito.

— Não me abrace novamente assim. — diz ele enquanto suas mãos vão descendo. — Você é uma garota pura, não é?

A pergunta faz com que ela core e fique em silêncio, apenas ouvindo o som da sua respiração, seus olhos quase revirando. Então, o Senhor Demônio para e diz:

— Não posso continuar. Continue com alguém que realmente a interessa, não comigo, que sou um total estranho, apesar de que a toquei agora.

Ela tenta falar algo, mas o Senhor Demônio a levanta do seu colo e diz:

— Pode ir descansar. Não se preocupe, isso não irá acontecer novamente. Se precisar de algo para a sua família, fale com minha mãe e ela irá ajudá-la.

Ele segura seu copo enquanto ela, com os cabelos bagunçados, fala:

— Muito obrigado, meu senhor.

Ela vai andando até a porta do quarto, dá boa noite e sai. Ao sair, respira fundo enquanto olha para a porta do quarto dele.

Senhor DemônioOnde histórias criam vida. Descubra agora