Lavanda

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Sim, eu to postando mais uma oneshot, mas entendam: eu amava demais essas histórias para perdê-las pro twitter.
Então fiquem com uma Vhope bem fofinha pra alegrar o sábado de vocês
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Ele esperava, do fundo de seu coração, não ter acordado Namjoon com sua respiração ofegante e com o que jurou ter sido um grito. Mas a bem da verdade ele jamais saberia dizer se havia realmente vocalizado algo ou se tudo não havia passado da agonia durante o tempo em que esteve trancafiado nos braços de Morfeu, sendo visitado por Phobos e Deimos em seus sonhos - porque para Taehyung aquela era a única explicação plausível para sentir tanto medo e pânico em um pesadelo. 

Era o mesmo sonho de sempre: ele se afogava mesmo que tentasse, desesperadamente, nadar para a superfície onde seu irmão mais velho, Seokjin, tinha as mãos esticadas em sua direção. Entretanto não adiantava: Taehyung continuava a se afogar, preso às ondas que de forma angustiante lhe roubavam o ar e a força para se mover. Ele tentava gritar, mas como um fantasma ninguém o ouvia dizer a verdade engasgada, nem mesmo seu irmão, que o olhava preocupado. Seokjin parecia enxergar algo além do afogamento, e todas as vezes em que Taehyung abria a boca para lhe perguntar o que era e pedir ajuda, ele acabava acordando, em completo desespero, coberto de um suor espesso. E naquela noite não havia sido diferente. 

Seu psicólogo já havia conversado com ele inúmeras vezes, e até mesmo havia falado com Seokjin para entender o relacionamento dos irmãos, mas depois de ver o quão unidos eram, o psicólogo ficou confuso e tentou então ensinar a Taehyung métodos para se acalmar, e ele colocou todos em prática naquela noite. 

Levantou-se e tomou um banho um pouco mais longo que o normal, passou sua loção favorita com cheiro de lavanda, bebeu um copo de leite quente e meditou, usando uma meditação guiada que Jimin havia lhe recomendado certa vez. Costumava funcionar e ele logo se via dormindo novamente. 

No dia-a-dia, Taehyung não costumava ter sérios problemas para dormir desde que ele tivesse algo para abraçar. Geralmente uma almofada ou um travesseiro costumavam ser suficientes, mas naquela noite não, naquela noite aqueles objetos eram apenas corpos frios e estranhos em sua cama, tão estranhos quanto a sensação amarga que o pesadelo deixou em si.

Ele tentou de tudo para voltar a dormir: ler suas poesias favoritas, assistir tv, abraçar várias almofadas ao mesmo tempo, mas sabia que era inùtil. Nada daquilo poderia acalmá-lo, e foi com culpa que pegou o celular e fez a ligação.

- Amor? O que aconteceu? - a voz era sonolenta, e ele se sentiu ainda pior por ter ligado. 

Mas era o único jeito naquele momento. Era a única forma de se ter paz. 

- Eu tive um pesadelo! - suspirou, ouvindo o namorado se mexer - Não consigo voltar a dormir por mais que eu tente.

- Deixa a porta aberta: eu to indo! - o outro prontamente respondeu, desligando o celular antes mesmo que Taehyung pudesse mentir e dizer que ele não precisava se dar ao trabalho. 

Porque a verdade é que sim, ele queria o namorado ali consigo, mesmo que fosse madrugada e o mais velho precisasse trabalhar pela manhã e ele mesmo tivesse aula. Ou que fosse proibido dormir em dormitórios alheios: nada disso realmente lhe importava, não quando tinha a chance de ter Hoseok em seus braços novamente. 

Caminhou até a porta do dormitório e a destrancou, caminhando de volta para a cama e se encolhendo ali embaixo das muitas cobertas que tinha. O quarto estaria em total silêncio, não fossem os roncos de Namjoon que dormia pacificamente, alheio a tudo - e Taehyung não o culpava: seu roommate devia estar mesmo exausto após uma semana cheia de trabalhos na faculdade e no estágio -, porém nem mesmo isso teria impedido Tae de dormir se não tivesse tido o pesadelo. 

Não muito tempo depois que a ligação foi finalizada, a porta foi aberta calmamente, dando passagem para um homem alto e de cintura bem desenhada, que estava a mostra pela falta de tecido, dono de madeixas vermelhas como o sangue, e o único capaz de acalmar o coração agitado de Taehyung. 

- Hey amor! - Hoseok sorriu após trancar a porta, e só aquele gesto já iluminou e aqueceu o namorado - O que aconteceu?

- O mesmo pesadelo de sempre! - Taehyung sussurrou quando Hoseok subiu na cama, deitando-se ao seu lado - Eu não quero falar sobre isso! 

- Não precisamos falar, então! - beijou sua testa com carinho, puxando-o para seus braços - Vamos só tentar dormir mais um pouco, ok? 

- Desculpa te acordar de madrugada, Hobi! - murmurou culpado, aspirando o cheiro gostoso que vinha da pele alheia: o perfume de Hoseok sempre o acalmava - De novo! 

- Está tudo bem, amor! - Hoseok lhe deu um selinho enquanto acariciava seus cabelos escuros - Eu sempre vou estar aqui para quando você precisar! Pra tudo! Eu amo você! 

Taehyung queria dizer em voz alta o quanto o amava também, mas preferiu apenas tomar-lhe os lábios e o beijar com calma, fazendo questão de demonstrar a força de seu amor naquele gesto singelo. 

E depois de uma troca de beijos, Taehyung se aconchegou mais em Hoseok, abraçando-o com força e aspirando o delicioso aroma de lavanda em seus cabelos e corpo, sentindo-se mais calmo ao fazer tal coisa. 

Amar Hoseok e se sentir bem ao lado dele era o hábito de Taehyung que ele mesmo mais gostava e se orgulhava de ter, especialmente quando tinha o mais velho ali consigo, em seus braços, sob os seus lençóis, amando-o de forma profunda e singela.  

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Bed Habits •{Vhope}Onde histórias criam vida. Descubra agora