♡Cap. 7♡

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Jade narrando.

Me despeço de Ste e subo com a Cami pra casa. Hoje seria mais um dia de vender as quentinhas pelo morro mas eu tava pensando em trabalhar em algo mais concreto mas por enquanto era o que tinha né.

Camila foi pra casa dela e eu segui pra casa de minha madrinha e vejo que ela tinha saído já pro seu médico, pelo que eu soube a tia Jó ia deixar ela no hospital e voltar pro trabalho então estava tudo sob controle, esquento a comida, faço meu prato e como rápido, faço as quentinhas que tinham dado 39 dessa vez, subo e me arrumo rápido, pego as sacolas e começo a vender pelo morro.

[...]

Ja tinha vendido tudo mas como sempre sobra ficou umas cinco, mas tava cansada demais então resolvi ir pra casa mesmo, estava indo quando passo pela boca e o Pimenta estava na porta fumando, quando estava saindo do beco ouço um psiu e reconheço a voz dele.

Pimenta: ei garota - ele me chama e eu viro - ainda tem quentinha?

Jade: tem sim - falo e ele vem até mim - mas só tem cinco - ia saindo mas ele me puxa.

Pimenta: eu quero - eu assinto respirando fundo.

Pego as quentinhas e entrego a ele, ele me dá 50 reais e ia saindo mas o mesmo me puxa novamente.

Pimenta: iai morena e nós dois vai acontecer sim ou não? - ele pergunta com aquele sorriso maravilhoso mas me contento.

Jade: sério isso? Até ontem você queria quebrar minha cara só porque eu tava enfrentando a Erika, não muito obrigado pelo convite - dou um sorriso falso.

Pimenta: você tá ligada com quem tu tá falando porra - ele da um passo pra frente mas me afasto.

Jade: sei muito bem, com o "dono do morro " - faço aspas com os dedos - mas eu não ligo, só quero vender minhas quentinhas em paz, então passar bem - me viro e saio rapidamente.

Quase correndo.

Tava sem paciência pra macho escroto, e eu podia até tá doida em enfrentar um traficante mas nunca vou abaixar pra macho nenhum, já bastava meu pai e não ia mais suportar ser tratada como lixo por ninguém. Podia até morrer, mas ia morrer plena e sem abaixar a cabeça.

Fui pra casa e começo a limpar as coisas que sujei, dou uma arrumada básica na casa e vou pra meu quarto, guardo o dinheiro e decido que ia parar com as quentinha e ia arrumar um trabalho, se eu não conseguir vou vender algo na escola, sei lá, qualquer coisa pra não ficar parada.

Vejo que ainda era 15:30 e decido ir no hospital ver minha madrinha, tomo um banho e deixo meu cabelo solto atrás e faço um coque na parte de cima pra não ficar caindo cabelo na cara, visto uma calça moletom preta e um cropped vermelho, calço uma sapatilha preta, pego dinheiro e identidade colocando na capa do meu celular, pego meus fones colocando no bolso, saio de casa e tranco tudo. Resolvo passar na casa da Camila pra ver se minha tia ia comigo, ando até lá e chamo.

Jade: CAMILAAA - grito e depois de muito tempo ela aparece.

Camila: que é criatura? - ela chega até o portão e abre.

Jade: vou no hospital ver a madrinha aí queria saber se tia Jó ia comigo.

Camila: aí amiga ela ainda tá na lanchonete, tava até indo lá ajudar ela porquê disse que tá cheio - ela fala após abrir o portão.

Jade: ah... - falo pensativa - então vai lá e diga a ela que assim que eu souber de algo ligo pra ela tá? - falo e ela assente - tchau e bom trabalho - falo abraçando a mesma.

Camila: tchau, obrigada - ela fala após o abraço.

Saio e desço o morro, vejo a Erika no caminho e ela fica tentando me provocar mas me faço de Kátia cega e sigo meu caminho bela e plena. Ao chegar no ponto de ônibus espero ele chegar e me sento, um tempinho depois um aparece, entro e pago, vou sentar no fundo depois coloco meus fones, conecto os mesmo e coloco em uma música do papatinho.

(...)

Entro no hospital e vou na recepção.

Jade: bom dia - falo e a moça me olha - vim saber da paciente Clarisse Silva - falo e ela meche algo no computador.

Recepcionista: claro, ela irá fazer uma cirurgia daqui a uma hora, o médico disse que da pra ainda ter uma visita antes - ela fala me olhando e presto atenção - ela está no segundo andar no quarto 9, me fale seu nome pra registrar - ela fala e eu assinto.

Dou meus dados e depois de um tempo ela me dá uma espécie de crachá, vou até onde ela está e vejo a mesma olhando para o canto da sala parecendo longe.

Jade: dinda - entro chamando sua atenção.

Clarisse: oi minha querida - ela sorri e eu retribuo.

Jade: esta tudo bem? - pergunto me aproximando de sua cama.

Clarisse: tudo bem minha filha. E você como foi seu dia? - ela pergunta pegando em minha mão e beijando.

Jade: foi bom tia, consegui vender todas minhas quentinhas - falo dando um beijo em sua testa.

Clarisse: que bom querida - ela sorri levemente - Maria Jade - ela fala e eu a olho - antes dessa cirurgia eu quero conversar contigo sobre uma coisa.

Jade: pode falar dinda - falo e ela suspira.

Clarisse: toma - ela fala abrindo a mão que ela estava fechada.

Assim que ela abre a mão vejo um lindo colar dourado, olho pro mesmo atentamente e vejo que tem um pingente de coração com uma pedrinha dentro.

Clarisse: querida - ela falar me fazendo tirar a atenção do colar - sua mãe assim que soube que estava com leucemia ela juntou dinheiro, e quando você fez 10 anos ela comprou esse colar para você, ele é de ouro e muito delicado Maria Jade, ela sabia o que estava por vim depois de seu aniversário então me deu esse colar e o seu diário para mim, ela me fez jurar dar esse diário e o colar quando estivesse preparada - ela fala e eu engulo seco para que não chorasse - minha filha não sei se irei voltar dessa cirurgia, então estou te dando o colar e o diário de sua mãe - ela pega um caderno que tinha em cima do criado-mudo do hospital e me entrega - se eu for embora eu te peço Maria Jade - ela fala e meu coração aperta - que leia esse diário inteiro, não importa quanto demore, mas leia tudo - ela fala e eu sinto uma lágrima descer do meu rosto.

Jade: madrinha - sussurro e abaixo a cabeça - eu não quero que você vá, você vai sair deste hospital forte, você vai ver - eu falo e vejo uma lágrima descer de seu rosto - te amo dinda.

Falo e abraço ela, fiquei abraçada com a mesma por um bom tempo, mas o médico chega e me retira dali dizendo que ela ia se arrumar para a cirurgia, saio do quarto vendo que já era 17:30, começo a orar para que ela saísse deste hospital viva e rindo como ela era antes desta maldita doença, olho para o diário e o colar que estava em cima da cadeira ao meu lado e pego o mesmo pensando em tudo que ela me falou, então resolvi ligar pra tia Jó, ela disse que ia fechar a lanchonete e estaria aqui em uma hora com a Cami, respiro fundo e coloco meus fones para me acalmar já que só me acalmava com música.





























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Bjs da Kaká. ❤🔥

A Fugitiva [Pausada]Onde histórias criam vida. Descubra agora